Você Já se Viu? - 7

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DAYANE

O caminho de volta durou menos do que 15 minutos, era impressionante como morávamos perto.

Estacionei na garagem e abri a porta de trás primeiro pegando minha mochila e a de Angelo. Coloquei as mochilas do lado de dentro de casa e voltei para o carro.

- Angel? - O balancei de leve. - Estamos em casa.

- Não quero acordar, mamãe. - Angelo era extremamente manhoso ao acordar.

- Vem, apenas me ajuda. - Pedi. - Te levo para cama.

Não teria a mínima condições de subir escaladas com Angelo no colo, ele estava ficando pesado. O moreno não disse nada, mas se aproximou me ajudando a levá-lo no colo.

- Day? - Ouvi a voz de Andrea logo que fechei a porta de entrada com o pé.

- Já venho. - A respondi quando vi ela vindo até minha direção.

- Onde estava?

- Eu te avisei. - Respondi vagamente, não podia mencionar Caroline, Andrea sabia quem era.

Subi o mais rápido que pude e deixei Angelo em sua cama com cuidado, tirando apenas seus sapatos antes de cobri-lo e encostar a porta. Suspirei me preparando para descer.

Andrea estava sentada no sofá, um taça de vinho em sua mão e outra na mesinha de centro. A garrafa não estava ali então imaginei que estivesse na geladeira. Me sentei ao seu lado pegando a taça em minha frente.

- Demoraram na praia. - Ela comentou. - Passaram o dia lá?

- Saímos para comer. - Dei de ombros.

- Entendi. - Suspirou. - Day, sobre ontem...

- Eu não acredito que fez o que fez novamente, Andrea. - A cortei, não aumentei minha voz apenas tentei demonstrar o quão decepcionada estava.

- Day, você sabe como essas coisas são.  Se acontece alguma coisa eu tenho que ir.

- Andrea, o que mais me deixou chateada não foi que você teve que ir. Estamos acostumados com sua ausência a essa altura do campeonato.  O que me deixa brava foi você não poder esperar 15 minutos antes de sair! - Suspirei. - Você sabe que meu trabalho é extremamente perto, não era como se você fosse ter que esperar uma hora.

- Você não me atendia, precisei tomar medidas. - Se defendeu. - Outra coisa, Angelo tem 10 anos. Não é como se ele fosse tão criança assim.

- Eu não acho Angelo tão criança assim, mas isso não tira o fato de que ele também não está 100% apto pra ficar sozinho!

- Se uma criança de 5 anos consegue ligar para a emergência, eu tenho certeza que ele consegue.

Respirei fundo, toda vez que conversávamos sobre esses assuntos era a mesma história. Eu não gostava de gritar, mas nesse momento era minha única vontade.

- Andrea, você não me entende mesmo ou só se faz? Porquê não é possível.

- Eu estou te entendendo, Dayane. Só acho que está fazendo tempestade em copo da água.

- Tempestade em copo da água? Sério? Você tem noção do quanto chateia Angelo toda vez que faz o que você fez ontem?

- Ele é grandinho o suficiente para entender.

- Eu sei! Isso não muda o fato de que machuca. Se eu posso me chatear porquê ele não poderia? Por deus, Andrea, nós temos sentimentos. Não é porque crescemos que eles somem.

- Day... - Ela respirou fundo. - Me desculpa, ok?

- Não posso continuar ouvindo você pedir desculpas e não mudar suas atitudes, Drea. - Suspirei. - Você disse que seria diferente e olha onde estamos agora.

Desiderium - DayrolOnde histórias criam vida. Descubra agora