Desiderium - Dayrol

Segredos e Bombas II - 18

DAYANE

O caminho até minha mãe foi extremamente rápido e quando menos pisquei já estávamos indo para o seu hotel.

- Onde estão Andrea e Angelo? - Ela perguntou com um sorriso.

- Temos que conversar sobre isso, mãe... - Suspirei. - Andrea e eu não estamos mais juntas.

- O quê? Como assim?

- Você sabe, faziam alguns anos que estávamos passando por uma fase complicada e eu estava adiando o inadiável apenas por conta de Angelo. Deus, eu mudei de país por ela! - Soltei uma risada com a ironia.

- Se arrependeu e se separou dela? Foi isso?

- Não, mãe. - Estacionei o carro em frente a onde minha mãe estava ficando, que por surpresa era no mesmo lugar que Angelo e eu. - Eu só cansei de ser segundo plano na vida da minha própria esposa, bem, ex agora.

- Por que não me contou antes? - Ela perguntou e eu pude sentir o chateamento em sua voz.

- Você estava na correria por causa da sua mudança também, eu não queria te atrapalha e sinceramente, até eu estava me encontrando direito.

- Como vocês estão? Você e Angelo.

- Estamos bem, mãe. - Sorri. - Tem outra coisa que você deveria saber.

- Preciso me sentar? Sua cara não foi a das melhores. - Ela riu, nós duas já caminhando para que ela fizesse o check in.

- Estou namorando. - Sorri pequeno de dizer aquilo.

- Oh, que bom querida! Quem é?

- Você a conhece. - Disse tão baixo que se minha mãe não estivesse mais próxima ela não teria ouvido.

- A conheço? - Lentamente virou seu rosto em minha direção.

- Sim, estávamos no carro dela inclusive. - Comentei, eu sinceramente não sabia como minha mãe não tinha desconfiado.

Caroline possuía um monte de pequenas fotos polaróides no seu quebra sol.

- Eu vou fazer o check in, nós vamos comprar um café e você vai me explicar essa história inteira! - Ela respondeu baixo e entre dentes.

- A senhora ao menos sabe de quem eu estou falando?

- Claro que sei, eu te conheço e para ter toda esse segredo em me contar, também sei quem é a peça.

- Mãe, por favor...

- Não. Agora não. - Me cortou.

Fiquei quieta enquanto ela fazia o seu check in. Subimos rapidamente até o seu andar para ter certeza de que estava tudo certo e então tornamos a descer e entramos no carro de Caroline para irmos até uma cafeteria. Felizmente aquela altura do campeonato eu já conhecia bastante coisas.

- Não me esconda detalhes. - Minha mãe disse assim que sentamos com nossas xícaras em mãos.

- Mantenha a mente aberta, sim? Eu não sabia que Caroline morava aqui, mas descobri cedo.

- Como você não sabia? Até eu sabia! - Ela questionou confusa.

- Eu fiz questão de não saber nada dela, mãe. - Dei de ombros. - Eu sabia que se soubesse onde ela estava, se continuasse vendo suas fotos, eu jamais conseguiria seguir em frente.

- Mas não seguiu, né? Estamos aqui. - Ela riu.

- É... - Passei a mão em meu cabelo, um pouco menos nervosa. - Eu amo ela. - Sussurrei. - E quando a gente se esbarrou, foi como se tudo tivesse voltado.