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DAYANE

Duas semanas depois, eu, Carol e Angelo estávamos nos arrumando no sábado de manhã para ir na trilha que ele havia pedido. Como ele estava falando desde o seu aniversario no ano passado, não faríamos uma festa, mas ele havia pedido para convidar alguns de seus amigos novos na parte da tarde e fazer uma pequena reunião. Nada demais, apenas um bolo e alguns docinhos, e claro, encomendar o tal do sushi que ele tanto gostava. Chamamos Elana e Bruno também, e a mandato de Caroline, eu chamei Andrea. Perguntei a Angelo como eles estavam antes e ele disse que ela havia se desculpado e que estava tudo bem, mas que entendia se não quiséssemos sua presença. Depois disso Carol praticamente mandou que eu ao menos convidasse Andrea, se ela quisesse vir ótimo, se não o problema era dela. 

- EU ESCOLHO A MÚSICA! - Angelo gritou saindo correndo de casa e indo para o carro. 

Eu ri pegando minha mochila e esperando pacientemente por Carol que vinha da cozinha segurando alguns lanches. 

- Que abuso! - Ela passou por mim reclamando de brincadeira e rindo. - Eu sou mais velha, Angelo! - Brincou com ele entrando no carro.

- Mas eu cheguei primeiro e é meu aniversário! - Ele deu língua ligando o rádio.

- Tecnicamente, eu cheguei primeiro. - Carol se gabou.

- Não é justo brincar com você. - Angelo riu, mas Carol não fez nada para trocar a música, ela estava apenas implicando com o moreno.

O caminho até perto do local onde ficava a trilha foi rápido, pegamos nossas coisas e logo estávamos caminhando. Pelo que Angelo havia dito, tinha uma cachoeira ao fim da trilha. Eram duas horas de caminhada. 

- Juro, só você pra me fazer acordar cedo para isso. - Comentei com Angelo no meio da nossa caminhada. 

- Estou te mantendo saudável. - Ele brincou. - Claramente você precisa de mais, já está ofegante. 

- Fazem 50 minutos que nós estamos andando! - Exclamei. - E é uma subida! 

Ele riu e apontou para Caroline que assim como ele caminhava plenamente.

- Não quero mais brincar. - Respondi fazendo um biquinho, mas logo rindo em seguida. 

Angelo riu sendo acompanhado por Carol que apenas observava nossa interação. Me concentrei em não morrer até o fim daquela caminhada e sorri aliviada quando finalmente começamos a ouvir o barulho de água. Em instantes a cachoeira já estava em nosso campo de visão, o local estava movimentado por ser o fim de semana mas nada insuportável. 

Eu mal esperei pela ruiva e pelo moreno antes de deixar minha mochila em um cantinho visível e me jogar na água gelada. Ficando apenas no raso. 

- Quem vê nem pensa que morre de medo de água. - Minha namorada brincou se aproximando de mim. 

- Eu estava morrendo de calor. - Sorri para Angelo que se aproximava. 

- Você está bem? - Meu filho perguntou rindo.

- Melhor agora. - Respondi. - Mas aqui é lindo! - Olhei em volta pela primeira vez.

- Eu sei! Eu fiquei com muita vontade de vir depois que Pietro me mostrou umas fotos de quando veio. - Angelo comentou distraído com a paisagem. 

"Pietro?" Sibilei para Carol que deu de ombros, mas sua sobrancelha levantada me indicava que ela havia ficado tão curiosa quanto eu.

- Quem é Pietro? - Perguntei com um sorriso.

- Ué, meu amigo. - Angelo me olhou em confusão e ao notar o sorriso em meu rosto revirou os olhos. - Só meu A M I G O. - Ele afirmou.

Levantei as mãos em rendição.

Desiderium - DayrolOnde histórias criam vida. Descubra agora