Reencontro - 14

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DAYANE

Na manhã seguinte, Angelo e eu resolvemos ficar juntos até que eu fosse me encontrar com Caroline no começo da tarde. Nós iriamos passar o fim de semana fora, em Capri. Eram quase 12h de viagem já que iriamos de carro/balsa, mas como segunda era feriado perguntei o que ela achava da ideia. Sempre tinha sido uma vontade minha de ir até Capri. Então ficamos na piscina do hotel, simplesmente havia abandonado a busca por um apartamento, gostávamos dali.

- Mãe? - Angelo me tirou do meu devaneio me chamando.

- Sim?

- No que tanto pensa? Já te chamei duas vezes. - Ele riu.

- Estava pensando em meu pai. - Dei de ombros, sorrindo ao sentir o sol em meu rosto.

- Ele era legal? - Angelo perguntou, o moreno nunca conheceu meu pai já que quando o adotamos ele já havia falecido.

- Era, mas eu gostaria de ter conhecido mais dele. - Fui honesta. 

- O que estava pensando sobre ele?

- Em como ele iria amar o que está acontecendo aqui. Seria quase como a novela pessoal dele. - Dei uma risadinha. - César era um fofoqueiro assumido e fã assíduo de Caroline. 

- Ele gostava tanto assim da Carol?

- Claro, até mais do que de mim as vezes. - Sorri me lembrando de Carol e meu pai juntos. - Quando ele morreu, nós já tínhamos terminado a um bom tempo. Mas eu me lembro claramente dele em um de seus últimos dias dizendo que tinha certeza que Caroline e eu encontraríamos nosso caminho de volta. Não acreditei muito no momento, afinal eu já estava noiva de sua mãe. 

- E agora você está pagando com a língua. - Angelo pontuou rindo.

- Exato. Ele estaria jogando isso na minha cara todos os dias, o que me lembra que eu deveria ligar para sua avó e a inteirar do que está acontecendo.

- Ainda não contou para vovó Selma?

- Não! Ficamos tão investidas com a volta dela para Goiana que mal falamos sobre mim nas nossas últimas ligações. 

- Ela vai puxar sua orelha lá de Goiana. - Angelo riu. 

Concordei com a cabeça e também rindo. Angelo estava mais para dentro da piscina enquanto eu estava apenas sentada em dos degraus da escada, apenas metade do meu corpo na água e observando Angelo nadar de um lado para o outro. Fiz muita questão que diferente de mim, ele soubesse nadar.

- Está lembrado que vai dormir com o Bruno hoje, né? - Perguntei atraindo sua atenção.

- Sim. - Ele parou de nadar. - Ele vem pra cá ou eu vou para lá?

- Bruno achou melhor que você fosse para lá. - Dei de ombros. - Como Carol e eu vamos ficar fora por todo o fim de semana, ele achou que vocês ficariam mais confortáveis por lá. Mas vocês podem vir pra cá, você tem a chave do quarto. 

- Tudo bem. - Angelo sorriu. - Deveria ligar logo para vovó.

Eu concordei com a cabeça mais uma vez sabendo que ele estava mais que certo, dona Selma já iria arrancar meu couro o suficiente por ter levado quase um mês para dizer que eu havia me separado. 

Angelo e eu passamos boa parte da manhã ali antes de resolvermos almoçar no restaurante do hotel mesmo e quando deram 15h eu já estava em frente ao prédio de Caroline com Angelo ao meu lado. Subi apenas para deixa-lo lá em cima, não que fosse muito necessário. 

A porta foi aberta por um Bruno sorridente e eu vi Caroline passando como um vulto mais ao fundo da sala.

- Carol já vem. - Ele me avisou. - Está resolvendo um problema com seu chefe. 

Desiderium - DayrolOnde histórias criam vida. Descubra agora