DAYANE
Na manhã seguinte, Angelo e eu resolvemos ficar juntos até que eu fosse me encontrar com Caroline no começo da tarde. Nós iriamos passar o fim de semana fora, em Capri. Eram quase 12h de viagem já que iriamos de carro/balsa, mas como segunda era feriado perguntei o que ela achava da ideia. Sempre tinha sido uma vontade minha de ir até Capri. Então ficamos na piscina do hotel, simplesmente havia abandonado a busca por um apartamento, gostávamos dali.
- Mãe? - Angelo me tirou do meu devaneio me chamando.
- Sim?
- No que tanto pensa? Já te chamei duas vezes. - Ele riu.
- Estava pensando em meu pai. - Dei de ombros, sorrindo ao sentir o sol em meu rosto.
- Ele era legal? - Angelo perguntou, o moreno nunca conheceu meu pai já que quando o adotamos ele já havia falecido.
- Era, mas eu gostaria de ter conhecido mais dele. - Fui honesta.
- O que estava pensando sobre ele?
- Em como ele iria amar o que está acontecendo aqui. Seria quase como a novela pessoal dele. - Dei uma risadinha. - César era um fofoqueiro assumido e fã assíduo de Caroline.
- Ele gostava tanto assim da Carol?
- Claro, até mais do que de mim as vezes. - Sorri me lembrando de Carol e meu pai juntos. - Quando ele morreu, nós já tínhamos terminado a um bom tempo. Mas eu me lembro claramente dele em um de seus últimos dias dizendo que tinha certeza que Caroline e eu encontraríamos nosso caminho de volta. Não acreditei muito no momento, afinal eu já estava noiva de sua mãe.
- E agora você está pagando com a língua. - Angelo pontuou rindo.
- Exato. Ele estaria jogando isso na minha cara todos os dias, o que me lembra que eu deveria ligar para sua avó e a inteirar do que está acontecendo.
- Ainda não contou para vovó Selma?
- Não! Ficamos tão investidas com a volta dela para Goiana que mal falamos sobre mim nas nossas últimas ligações.
- Ela vai puxar sua orelha lá de Goiana. - Angelo riu.
Concordei com a cabeça e também rindo. Angelo estava mais para dentro da piscina enquanto eu estava apenas sentada em dos degraus da escada, apenas metade do meu corpo na água e observando Angelo nadar de um lado para o outro. Fiz muita questão que diferente de mim, ele soubesse nadar.
- Está lembrado que vai dormir com o Bruno hoje, né? - Perguntei atraindo sua atenção.
- Sim. - Ele parou de nadar. - Ele vem pra cá ou eu vou para lá?
- Bruno achou melhor que você fosse para lá. - Dei de ombros. - Como Carol e eu vamos ficar fora por todo o fim de semana, ele achou que vocês ficariam mais confortáveis por lá. Mas vocês podem vir pra cá, você tem a chave do quarto.
- Tudo bem. - Angelo sorriu. - Deveria ligar logo para vovó.
Eu concordei com a cabeça mais uma vez sabendo que ele estava mais que certo, dona Selma já iria arrancar meu couro o suficiente por ter levado quase um mês para dizer que eu havia me separado.
Angelo e eu passamos boa parte da manhã ali antes de resolvermos almoçar no restaurante do hotel mesmo e quando deram 15h eu já estava em frente ao prédio de Caroline com Angelo ao meu lado. Subi apenas para deixa-lo lá em cima, não que fosse muito necessário.
A porta foi aberta por um Bruno sorridente e eu vi Caroline passando como um vulto mais ao fundo da sala.
- Carol já vem. - Ele me avisou. - Está resolvendo um problema com seu chefe.
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Desiderium - Dayrol
Teen FictionDayane e Caroline namoravam no ensino médio, tiveram tudo para serem o famoso "high school sweethearts". Mas após confusões e mal entendidos, se separaram e seguiram caminhos diferentes. Agora, 10 anos depois, Day e Carol se veem de cara a cara com...