DAYANE
Iria completar uma semana desde que eu tinha dormido com Carol, não nos encontramos desde então e apesar de trocarmos mensagens e nos ligarmos quase todos os dias, eu estava com saudades da ruiva.
- Manhê!! - Ouvi o grito de Angelo do seu quarto, logo a porta divisória foi aberta.
- Tá gritando por quê? Estou do seu lado. - Resmunguei.
- Você precisa mesmo encontrar com a Carol de novo, credo. - Ele se jogou na cama do meu lado. - Tá um poço de mau humor.
- Angelo...
- Não, não. - Ele me cortou. - Quietinha, eu vim te propor um esquema.
Revirei os olhos, mas virei de lado para o encarar melhor.
- Fale.
- Preciso que achemos um jeito de me fazer não ir para a mamãe Drea amanhã. - Angelo começou a falar deitando sua cabeça em meu peito. - Eu sei que combinamos de eu ir visita-la ao menos duas vezes na semana, mas ela está indomável! Desde o dia que ela cismou que você está saindo com outra pessoa é tudo que falamos sobre.
- Contou a ela sobre mim e Carol? - Perguntei serena fazendo um carinho em seu cabelo.
- Claro que não! Sem saber quem é ela já está desse jeito, não quero nem pensar em quando ela souber.
- Me desculpe por isso, carinha. - Suspirei.
- Eu não te culpo, mãe. - Ele rebateu. - Mas eu realmente não quero ir, eu sinto falta dela sim... Mas gosto mais da minha paz.
Eu dei uma risada sincera pensando no tanto que Angelo e eu éramos parecidos.
- Tem certeza?
- Absoluta e eu sei que você vai sair com a Carol amanhã, então eu posso ficar com o Bruno!
- E quem disse que o Bruno vai querer ficar com você?
- Se a Carol estiver no mesmo humor que você, certeza que ele topa qualquer negocio.
- Ei! Eu não estou tão ruim assim.
- Você brigou com a televisão por vinte minutos ontem. - Angelo me lembrou.
- Ok, talvez eu esteja um pouco ruim. - Ele riu concordando.
- Você acha que a mamãe Drea vai ficar muito chateada? - Suspirou.
- Eu não sei, meu amor. - Não gostava da sensação de ter colocado Angelo naquela situação. - Por que não dá mais uma chance?
- Porque o meu final de semana todo foi ela tentando me comprar de alguma forma para que eu abrisse a boca e olha, minha integridade só vai até certo ponto! - Foi sincero. - Quase caí na tentação.
- Tudo bem, tudo bem. Vou falar com o Bruno e com sua mãe.
- Obrigado! - Beijou minha bochecha. - Diga para Carol que ela ainda me deve aquele Crème brûlée. - Angelo avisou antes de voltar correndo para o seu quarto.
Até pensei em gritar para que ele não corresse, mas ele nunca me ouvia mesmo. Me levantei da cama já com o celular em mãos, resolvi falar com Bruno primeiro já que seria bem mais fácil do que falar com Andrea. Mandei uma mensagem explicando a situação e ele respondeu quase no mesmo instante dizendo que não tinha problema nenhuma e que ficaria com Angelo tranquilamente.
Sorri satisfeita, mas em seguida respirei fundo. Agora seria a parte difícil.
- Andrea? - Perguntei depois que ela atendeu, resolvi ligar já que se eu fosse esperar a boa vontade da minha ex-esposa de olhar suas mensagens ficaria esperando até semana que vem.
- Day? Está tudo bem? Que surpresa você me ligando!
- Como você está, Drea? - Perguntei procurando alguma forma de amaciar a notícia, sabia que Andrea andava dando tudo de si para ficar com Angelo nos últimos tempos.
- Melhor agora. - Fiz uma careta agradecendo que ela não podia me ver. - Do que precisa?
- Eu... Bem, não preciso de nada. Te liguei para falar sobre o Angelo. - Suspirei. - Ele pediu para ficar em casa amanhã. - Resolvi ser honesta.
- Oh... Sério? - Andrea parecia decepcionada. - Eu tinha preparado todo um fim de semana para nós... Iriamos na praia como ele pediu.
- Eu sinto muito, Drea. Essa semana foi um tanto cansativa para ele.
- Bem, ele pode vir para cá e nós não fazemos nada. - Ela tentou.
- Eu realmente não gostaria de impor algo que nosso filho não se sente confortável. - Pontuei calma. - Você pode conversar com ele se quiser.
- Eu tenho direito a vê-lo também. - Andrea lembrou.
- Não estou te proibindo de nada, Andrea. Por favor, não leve as coisas para esse lado.
- Você não disse nada que o fez mudar de ideia, né?
- Andrea?! Que tipo de pessoa acha que eu sou? - Questionei ficando irritada. - Eu estou apenas te explicando o que está acontecendo e você sabe que eu jamais faria esse tipo de coisa! Nem parece que conviveu mais de 7 anos comigo.
- Me desculpa, Day. - Ela suspirou. - É só que... Deixa pra lá.
- Olha, eu não gosto quando diz esse tipo de coisa sobre mim. - Fui honesta. - Eu entendo que tenha se chateado, está no seu direito, mas não venha me ofender por coisas que eu não fiz.
- Pode não ter sido você, né?
- Como?
- Vai que sua nova mulher anda colocando coisas na cabeça do Angelo, não sei que tipo de gente você anda se envolvendo. - Ela alfinetou e eu respirei fundo para não dizer algo que iria me arrepender.
- Já te disse que não lhe convém o que faço ou deixo de fazer com a minha vida mais.
- E eu me lembro muito bem de dizer que voltaria por você!
- Nunca te pedi isso e muito menos prometi celibato à você. - Devolvi. - Se quiser conversar com Angelo e tentar convence-lo, ligue para ele. Passar bem, Andrea.
E então desliguei não querendo ouvir sua voz por nem mais um segundo. Quando Andrea havia se torado tão chata?
- Angelo, falei com sua mãe. - Avisei batendo na porta e abrindo só uma fresta.
- Como ela reagiu? - Ele perguntou dando pausa no videogame.
- Bem no jeito Andrea de ser. - Dei de ombros.
- Começou tudo muito bem e depois desandou, não foi?
Concordei com a cabeça, sentando em sua cama e pegando o controle livre.
- Já te aviso que ela pode te ligar tentando te fazer mudar de ideia, sinta-se livre para tal. - Me lembrei. - Eu te deixo lá qualquer coisa.
- Não, obrigado. Estou bem por aqui essa semana.
- Ela disse que vocês iriam na praia.
- Eu te disse, ela está trabalhando com o anticristo para me comprar. - Nós dois rimos.
- Nós vamos resolver isso, ok? - Afirmei. - Eu só... Deixa as coisas ficarem mais sérias.
- Eu não tenho pressa nenhuma, mãe. - Angelo sorriu. - Eu só preciso de uma semana para criar forças.
Eu ri mais uma vez e concordei em seguida o chamando para jogar algum jogo e nos distrairmos.
Oi :) Perdoem o capítulo mais paradinho, é para contexto e também para não ficarem sem nada por muito tempo. Tentarei voltar mais uma vez no fim do dia, ok? Até o próximo, tchauu!
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Desiderium - Dayrol
أدب المراهقينDayane e Caroline namoravam no ensino médio, tiveram tudo para serem o famoso "high school sweethearts". Mas após confusões e mal entendidos, se separaram e seguiram caminhos diferentes. Agora, 10 anos depois, Day e Carol se veem de cara a cara com...