Esquema - 13

336 42 1
                                    

DAYANE

Iria completar uma semana desde que eu tinha dormido com Carol, não nos encontramos desde então e apesar de trocarmos mensagens e nos ligarmos quase todos os dias, eu estava com saudades da ruiva.

- Manhê!! - Ouvi o grito de Angelo do seu quarto, logo a porta divisória foi aberta.

- Tá gritando por quê? Estou do seu lado. - Resmunguei.

- Você precisa mesmo encontrar com a Carol de novo, credo. - Ele se jogou na cama do meu lado. - Tá um poço de mau humor.

- Angelo...

- Não, não. - Ele me cortou. - Quietinha, eu vim te propor um esquema.

Revirei os olhos, mas virei de lado para o encarar melhor.

- Fale.

- Preciso que achemos um jeito de me fazer não ir para a mamãe Drea amanhã. - Angelo começou a falar deitando sua cabeça em meu peito. - Eu sei que combinamos de eu ir visita-la ao menos duas vezes na semana, mas ela está indomável! Desde o dia que ela cismou que você está saindo com outra pessoa é tudo que falamos sobre. 

- Contou a ela sobre mim e Carol? - Perguntei serena fazendo um carinho em seu cabelo. 

- Claro que não! Sem saber quem é ela já está desse jeito, não quero nem pensar em quando ela souber. 

- Me desculpe por isso, carinha. - Suspirei. 

- Eu não te culpo, mãe. - Ele rebateu. - Mas eu realmente não quero ir, eu sinto falta dela sim... Mas gosto mais da minha paz. 

Eu dei uma risada sincera pensando no tanto que Angelo e eu éramos parecidos. 

- Tem certeza?

- Absoluta e eu sei que você vai sair com a Carol amanhã, então eu posso ficar com o Bruno! 

- E quem disse que o Bruno vai querer ficar com você?

- Se a Carol estiver no mesmo humor que você, certeza que ele topa qualquer negocio. 

- Ei! Eu não estou tão ruim assim. 

- Você brigou com a televisão por vinte minutos ontem. - Angelo me lembrou. 

- Ok, talvez eu esteja um pouco ruim. - Ele riu concordando. 

- Você acha que a mamãe Drea vai ficar muito chateada? - Suspirou.

- Eu não sei, meu amor. - Não gostava da sensação de ter colocado Angelo naquela situação. - Por que não dá mais uma chance?

- Porque o meu final de semana todo foi ela tentando me comprar de alguma forma para que eu abrisse a boca e olha, minha integridade só vai até certo ponto! - Foi sincero. - Quase caí na tentação. 

- Tudo bem, tudo bem. Vou falar com o Bruno e com sua mãe. 

- Obrigado! - Beijou minha bochecha. - Diga para Carol que ela ainda me deve aquele Crème brûlée. - Angelo avisou antes de voltar correndo para o seu quarto. 

Até pensei em gritar para que ele não corresse, mas ele nunca me ouvia mesmo. Me levantei da cama já com o celular em mãos, resolvi falar com Bruno primeiro já que seria bem mais fácil do que falar com Andrea. Mandei uma mensagem explicando a situação e ele respondeu quase no mesmo instante dizendo que não tinha problema nenhuma e que ficaria com Angelo tranquilamente. 

Sorri satisfeita, mas em seguida respirei fundo. Agora seria a parte difícil. 

- Andrea? - Perguntei depois que ela atendeu, resolvi ligar já que se eu fosse esperar a boa vontade da minha ex-esposa de olhar suas mensagens ficaria esperando até semana que vem. 

- Day? Está tudo bem? Que surpresa você me ligando! 

- Como você está, Drea? - Perguntei procurando alguma forma de amaciar a notícia, sabia que Andrea andava dando tudo de si para ficar com Angelo nos últimos tempos. 

- Melhor agora. - Fiz uma careta agradecendo que ela não podia me ver. - Do que precisa?

- Eu... Bem, não preciso de nada. Te liguei para falar sobre o Angelo. - Suspirei. - Ele pediu para ficar em casa amanhã. - Resolvi ser honesta. 

- Oh... Sério? - Andrea parecia decepcionada. - Eu tinha preparado todo um fim de semana para nós... Iriamos na praia como ele pediu. 

- Eu sinto muito, Drea. Essa semana foi um tanto cansativa para ele. 

- Bem, ele pode vir para cá e nós não fazemos nada. - Ela tentou. 

- Eu realmente não gostaria de impor algo que nosso filho não se sente confortável. - Pontuei calma. - Você pode conversar com ele se quiser. 

- Eu tenho direito a vê-lo também. - Andrea lembrou. 

- Não estou te proibindo de nada, Andrea. Por favor, não leve as coisas para esse lado. 

- Você não disse nada que o fez mudar de ideia, né?

- Andrea?! Que tipo de pessoa acha que eu sou? - Questionei ficando irritada. - Eu estou apenas te explicando o que está acontecendo e você sabe que eu jamais faria esse tipo de coisa! Nem parece que conviveu mais de 7 anos comigo. 

- Me desculpa, Day. - Ela suspirou. - É só que... Deixa pra lá. 

- Olha, eu não gosto quando diz esse tipo de coisa sobre mim. - Fui honesta. - Eu entendo que tenha se chateado, está no seu direito, mas não venha me ofender por coisas que eu não fiz.

- Pode não ter sido você, né?

- Como?

- Vai que sua nova mulher anda colocando coisas na cabeça do Angelo, não sei que tipo de gente você anda se envolvendo. - Ela alfinetou e eu respirei fundo para não dizer algo que iria me arrepender.

- Já te disse que não lhe convém o que faço ou deixo de fazer com a minha vida mais. 

- E eu me lembro muito bem de dizer que voltaria por você!

- Nunca te pedi isso e muito menos prometi celibato à você. - Devolvi. - Se quiser conversar com Angelo e tentar convence-lo, ligue para ele. Passar bem, Andrea.

E então desliguei não querendo ouvir sua voz por nem mais um segundo. Quando Andrea havia se torado tão chata?

- Angelo, falei com sua mãe. - Avisei batendo na porta e abrindo só uma fresta.

- Como ela reagiu? - Ele perguntou dando pausa no videogame. 

- Bem no jeito Andrea de ser. - Dei de ombros.

- Começou tudo muito bem e depois desandou, não foi?

Concordei com a cabeça, sentando em sua cama e pegando o controle livre.

- Já te aviso que ela pode te ligar tentando te fazer mudar de ideia, sinta-se livre para tal. - Me lembrei. - Eu te deixo lá qualquer coisa.

- Não, obrigado. Estou bem por aqui essa semana.

- Ela disse que vocês iriam na praia.

- Eu te disse, ela está trabalhando com o anticristo para me comprar. - Nós dois rimos.

- Nós vamos resolver isso, ok? - Afirmei. - Eu só... Deixa as coisas ficarem mais sérias.

- Eu não tenho pressa nenhuma, mãe. - Angelo sorriu. - Eu só preciso de uma semana para criar forças.

Eu ri mais uma vez e concordei em seguida o chamando para jogar algum jogo e nos distrairmos.

Oi :) Perdoem o capítulo mais paradinho, é para contexto e também para não ficarem sem nada por muito tempo. Tentarei voltar mais uma vez no fim do dia, ok? Até o próximo, tchauu!

Desiderium - DayrolOnde histórias criam vida. Descubra agora