DAYANE
Os dias passaram voando, a semana na casa de minha mãe tinha sido a melhor em meses. Angelo e eu pudemos relaxar de verdade, fiz questão de ignorar qualquer mensagem desnecessária de Andrea respondendo apenas coisas que eu sabia que de fato eram importantes e que ela precisava saber. Nos dois primeiros dias, ela tentou ligar para Angelo, mas ao terceiro dia em que ele a respondia monossílabicamente, ela desistiu de ligar. O que eu não reclamei, afinal eram nosso último dia com minha mãe e a família de minha irmã, queríamos focar em outras coisas.
- Olha, nós estamos brigados viu? - Ouvi uma voz conhecida e já me virei com um grande sorriso no rosto.
- Victor! - Corri até o meu amigo o abraçando apertado. - O que você está fazendo aqui?
- Bom, um passarinho me disse que você iria para Curitiba amanhã então eu resolvi fazer uma visita né? Já que se depender da senhora...
- Calado! - Finalmente o soltei. - Desculpa, eu não queria arranjar encrenca com Andrea e...
- Relaxa, Dayas. - Ele sorriu. - Eu sei, estou brincando. Já tinha de vir a trabalho mesmo.
- Como você está? - Perguntei indo para cozinha, estava fazendo um bolo e precisava checa-lo.
- Bem, sabe como é. - Deu de ombros. - Trabalho de escritório é triste.
- Já te dei a solução para esse problema, abre sua firma. - Me virei para ele sorrindo.
Victor abriu a boca para me responder mas foi interrompido por Angelo e seu pequeno grito.
- Tio Vi! - Sorri ao vê-lo correr em direção a Victor e o abraçar tão apertado quanto eu.
- Meu Deus, daqui a pouco você está maior que eu! - Victor o abraçou de volta. - Como você está, campeão?
- Bem! Vamos ver a Carol amanhã. - Sorriu alegre, meu filho era apaixonado em minha namorada.
Victor me olhou rapidamente com um pequeno sorriso no rosto.
- Eu fiquei sabendo! Te trouxe algo, está na sala com Fernanda. - Victor avisou e Angelo rapidamente concordou com a cabeça recebendo um beijo na testa e saindo dali correndo.
- Não corra, Angelo! - Gritei sabendo que ele ouviria. - Meu Deus, será que eu vou ter que repetir isso até o meu último dia na terra?
- Provavelmente. - Victor provocou. - Parece que temos um fã da Carol, né?
Sorri enquanto ele apontava na direção onde Angelo havia corrido.
- Sim... Tal mãe, tal filho. - Brinquei. - A paixão é mutua.
- Carol sempre foi boa com crianças, meio sem noção as vezes, mas boa. - Nós dois rimos.
- É, mas o Angelo está crescendo tão rápido... Mal da pra chamar de tão criança assim. - Suspirei.
- Não sofra antecipadamente, Dayas. - Victor passou o braço pelos meus ombros, nós dois encarando Angelo e meus sobrinhos no quintal.
- Sabe que as vezes eu queria mais um? - Confidenciei baixinho.
- Está falando sério? - Pude sentir Victor me olhar e eu me virei para encara-lo.
- Muito sério. - Me encostei na pia. - Mas ao mesmo tempo eu fico meio assim... Já tenho quase 30 anos será que não é meio tarde?
- Que nada, se o Jay de Modern Family consegue por que você não? - Revirei os olhos, com um pequeno sorriso no rosto.
- Estou falando sério, Vi.
- Eu também! - Ele deu de ombros. - E olha, eu acho que todo mundo ia topar.
- Com todo mundo você quer dizer?
- Você sabe. - Me encarou nos olhos.
- Acha mesmo que ela iria topar? - Sussurrei.
- Claro que acho! E digo mais, ficaria surpreso se ela não sugerisse antes.
- Mas nós acabamos de voltar...
- Pelo amor de Deus. - Victor riu. - Vocês namoraram por anos, praticamente moram juntas que eu sei e não é como se tivessem se conhecido ontem. Apenas siga o fluxo e eu garanto que vocês chegam lá.
- Meu Deus, Angelo seria 10 anos mais velho que essa criança se ela existisse agora! Imagina daqui um tempo.
- Bem, dá pra dizer que ele tem bastante vivencia para ensinar.
Eu concordei com a cabeça rindo, iria guardar aquela ideia comigo. Quem sabe eu não falasse mesmo com Caroline daqui um tempo.
- Eu tenho que ir. - Victor sorriu vindo me abraçar mais uma vez. - A próxima vez você prepara um quartinho que eu te visito em Palermo.
- Sim, senhor. - Devolvi o abraço apertado.
- Me mantenha informado sobre o seu caso, viu? Confio em Hector, mas se precisar sabe onde me achar.
- Pode deixar, Vi.
Victor então se despediu de todo mundo e foi fazer o trabalho que havia o levado até Goiânia. Eu voltei para sala me jogando no sofá ao lado de Fernanda, felizmente minha mala e a de Angelo já estavam devidamente arrumadas. Não quisemos fazer muito bagunça por saber que logo mais estaríamos viajando novamente.
- Conversei com a mamãe e ela disse que nós vamos levar você e o Angel para o aeroporto amanhã. - Fernanda me avisou enquanto trocava de canal.
- Tudo bem, obrigada. - Fechei os olhos, bocejando em seguida. - Vou tirar um cochilo, qualquer coisa me chame.
A última coisa que eu vi antes de fechar os olhos foi minha irmã concordando com a cabeça sem ao menos tirar os olhos da televisão.
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Acordamos cedo na manhã seguinte e eu estava ansiosa, finalmente veria Caroline! Fizemos uma rápida mudança de planos e a pedidos da ruiva, ela iria nos buscar no aeroporto. O que apenas havia me deixado com mais vontade de ir logo.
- Se cuidem e me ligue assim que chegar em Campo Mourão, ok? - Minha mãe pediu/mandou no meio do nosso abraço apertado.
- Eu vou, mãe.
Nos afastamos e eu me despedi de meus sobrinhos enquanto Angelo se despedia de minha mãe, Fernanda e David.
- Tia Day, você promete que vamos pode conhecer sua namorada bonita da próxima vez? - Olivia perguntou enquanto eu estava agachada entre ela e Thomas.
- Prometo que trago Carol da próxima vez. - Afirmei sorrindo.
Ela então concordou com a cabeça parecendo satisfeita com a minha resposta e saiu dos meus braços voltando para perto de David. Olhei para Thomas que estava distraído com meus fios de cabelo e sorri, eu queria aquilo. O devolvi para Fernanda e me aproximei de Angelo que já estava ao lado de nossas malas.
- Day? - Ouvi minha mãe chamar quando já estávamos nos afastando, me virei rapidamente para olha-la. - Vai dar tudo certo, filha.
Sorri para ela e concordei com a cabeça, eu não sabia dizer se era de tanto ouvir aquilo, se era pelo fato de estarmos longe ou se era apenas uma intuição, mas eu passava a acreditar de verdade nos dizeres de minha mãe. Tudo daria certo.
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Desiderium - Dayrol
Teen FictionDayane e Caroline namoravam no ensino médio, tiveram tudo para serem o famoso "high school sweethearts". Mas após confusões e mal entendidos, se separaram e seguiram caminhos diferentes. Agora, 10 anos depois, Day e Carol se veem de cara a cara com...