CAROLINE
Senti o sangue deixar meu rosto ao ver Andrea sentada na escadaria. O lugar era iluminado apenas por uma luz que ficava ali fora e eu me perguntei como ela passou pelo portão.
- Podemos conversar? - Ela perguntou olhando para Day.
- Carol, você pode entrar com o Angelo por favor? - Day pediu sem tirar os olhos da mulher na nossa frente e me estendeu as chaves em sua mão.
A encarei em dúvida, perguntando com o olhar se ela tinha certeza daquilo. Recebi de volta um sorriso. Peguei o molho de chaves em sua mão estendida e coloquei as mãos nos ombros de Angelo, deixando na minha frente e caminhando para porta após Andrea nos dar passagem.
- Eu não vou demorar. - Day garantiu.
Concordei com a cabeça e passei pela porta, a fechando atrás de mim. Agradeci mentalmente por Angelo ter ligado as luzes e me sentei no sofá, sendo seguida por ele.
- O que você acha que ela quer? - Angelo perguntou baixinho.
Encarei a porta desejando ser uma mosca para saber do que elas falavam.
- Eu não faço ideia, Angel. - Suspirei.
- Eu queria que isso tudo acabasse. - Ele se jogou no sofá.
- Vamos mudar de assunto, sim? - Pedi tentando distrai-lo e distrair a mim mesma. - Seu aniversário é mês que vem, o que você quer fazer?
Vi um vislumbre de sorriso em seu rosto.
- Não quero festa. - Deu de ombros. - Mas falei para minha mãe que seria legal irmos para Capri ou sei lá, queria fazer algo diferente sabe? Uma trilha, eu não sei.
- Trilha? - Eu ri. - Quantos anos você tem mesmo?
- É sério, Carol. - Ele riu também. - E depois disso, voltar para casa e comer um monte de coisa. Gastar uma quantidade absurda naquele restaurante de sushi que a gente gosta, um bolo, sorvete.
- Tô achando que você tá mais interessado na comida do que na sua trilha, hein? - Brinquei.
- Você vai estar lá? - Angelo se sentou de repente, procurando meus olhos.
- Claro que vou! Não tem outro lugar que eu gostaria de estar. - Fui sincera.
- Carol... - Angelo suspirou. - Eu não falo muito isso, mas... eu gosto de você. - Sussurrou. - Tipo, bastante.
- Angel... - Me aproximei dele o envolvendo em meus braços. - Eu também gosto de você.
- As vezes, eu me sinto culpado. - Confessou.
- Por quê?
- Porque eu queria que você fosse minha outra mãe. - Sussurrou.
Tentei esconder a surpresa em meu rosto e agradeci por ele não ter como me ver.
- Mas não é justo com a minha mãe sabe? - Eu sabia que ele não falava de Day. - Ela estava lá no começo. Por que eu não posso ter três mães? - Levantou a cabeça me olhando.
Seus olhos marejados me fizeram abraça-lo mais forte.
- Você pode, Angel. - Sussurrei baixinho.
- Não acho que a mamãe Drea ficaria muito feliz com isso.
- Pode ser o nosso segredo. - Continuei sussurrando. - Só eu e você.
- A mamãe Day ia gostar de saber disso. - Ele riu.
- Ela já ia começar a planejar uma festa. - Eu completei rindo.
- Drea sempre vai ser minha mãe, assim como Day. - Ele pontuou. - Você quer ser minha terceira mãe?
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Desiderium - Dayrol
Teen FictionDayane e Caroline namoravam no ensino médio, tiveram tudo para serem o famoso "high school sweethearts". Mas após confusões e mal entendidos, se separaram e seguiram caminhos diferentes. Agora, 10 anos depois, Day e Carol se veem de cara a cara com...