Deixe-me ir. Simone e Soraya.

episodio 5 - selinho.

tem duas musiquinhas nesse episódio, o hino delas do 1k e outra mais, vou pôr ela aqui caso alguém queira ouvir. aliás, muito linda a música viu, ouçam. recomendação da tia sole

boa leitura! :)

Simone.

-Vejo que são bem próximas, como assim ela é como se fosse sua irmãzinha menor?- Realmente senti curiosidade, vi seu jeito extremamente carinhoso ao falar com a mais jovem, com um apelido e gestos tão fofinhos. Consciente ou não, essas coisinhas bobas estavam me fazendo ficar mais encantada ainda.

-Tabi. .- Deu um sorriso nostálgico, parecia ter boas lembranças com a menina.- Realmente tenho muito apreço e carinho por ela, em pouco tempo se tornou uma pessoa muito importante na minha vida. Nos conhecemos aqui mesmo, na biblioteca pra ser mais específica. Foi ficando próxima tanto de mim como da minha família, é como se nós tivéssemos adotado ela.

-Que lindo! Parece ser uma boa menina, desculpa novamente se pareci rude com ela.- Não entendia o porquê de eu estar me desculpando assim, sentia muito ter incomodado Soraya de algum ou outro jeito.

-Não tem problema, já passou. Mas enfim, curiosa a senhorita, né? Vamos, eu quero muito levar você a um lugar daqui. - Falou um pouco mais animada a última frase entrelaçando nossas mãos novamente; estava sendo tão boa a sensação de sentir sua mão na minha. -Perdoe-me, não perguntei antes, posso pegar na sua mão? Às vezes sou um pouquinho chata com o contato físico.- Fez um carinho leve na minha mão com o seu polegar.

-Pode pegar sim. - Respondi sorrindo um pouco envergonhada.

Soraya realmente estava mexendo comigo, eu estava totalmente fora da minha postura, era conhecida por ser uma mulher extremamente fria e séria com todos. Nada me tirava do eixo.

Assim, saímos andando até o estacionamento onde paramos frente aos nossos carros que estavam quase um ao lado do outro. O seu era um Mercedes A-Class, na cor preta, assim como o meu.

Decidimos ir em seu carro, afinal ela conhecia a cidade e seria muito mais fácil e rápido andar no trânsito, mais tarde voltamos aqui para pegar o meu.

Entramos no carro e logo senti o cheirinho dela invadir minhas narinas e tomarem conta de mim. Um perfume tão gostoso. Qual sería? Caso tenha oportunidade depois, vou perguntar qual é.

Antes de partir ela ligou para os pais, avisando que iria almoçar fora e que provavelmente voltaria à meia tarde. Perguntou se Tabi havia chegado bem e mandou um beijo para os três.

Aproveitei que ela demorava a desligar a chamada e peguei o meu celular para mandar uma mensagem à dona Fairte.

"Mamãe! Como andam as coisas por aí? Por aqui tudo tranquilo, o tempo está bom, está um pouco frio mas tem um sol muito lindo! Tenho uma coisa para contar a senhora.. Como já conheço a peça, vou só lhe dizer duas palavras: loira Uruguaia.

Pega uns dos livros pequenos que tem no meu quarto, um que chama "Fruta no ponto", olha na página 13. Beijos mãe, nos falamos em breve".

Amor à primeira vista

É alma trocando de corpo

feito pássaro de ninho

é sede repentina

sede da água do outro.

Fruta no ponto. São Paulo: FTD, 1991. p. 13.

Sede da água do outro...