Capítulo 26

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"Pietra"

Pietra ou, amoré mio, como eu te chamava já que achava a palavra "amor" muito íntimo para chamar alguém. Engraçado, né? Nós éramos namoradas. Na verdade, você não me pediu em namoro propriamente dito. Enfim, eu queria ver você uma última vez, mesmo que a distância - torço para que seja a distância, porque não suportaria ficar do seu lado. Você foi a minha primeira namorada e a pessoa que acendeu o desejo de me assumir para os meus familiares, não posso te odiar completamente por conta disso. Foi por sua causa que eu descobri que gostava de mulheres e, também, foi por sua causa que essa descoberta foi tão leve. Você não tinha medo algum de ninguém, isso querendo ou não me influenciava. Então, obrigada pelos meses juntas e pelas coisas engraçadas. Mesmo que tudo tenha terminado de uma forma tão ruim, ainda levarei o seu nome comigo quando perguntarem do meu primeiro amor. E depois falarei com ódio pela traição e pela forma grosseira que eu era tratada por não me valorizar, inacreditável estar tentando fazer um texto de agradecimento. "Tentando", porque conseguir é outra coisa. Você foi importante no ano de dois mil e quinze na minha vida, eu não nego. A Matilda daquela época te daria o mundo e eu te amei da forma mais ingênua possível. Não sabia o que era amor e o que era se sentir amada, não sabia o que eram os relacionamentos e como lidar com eles. Fui ingênua todas as vezes e você pode ter se aproveitado disso, mesmo assim não consigo te culpar, só torço para que fique longe de mim - sim, completamente diferente do começo do texto, me perdoe.














Nota da autora: os próximos três capítulos (contando com esse) serão da Matilda escrevendo para seus relacionamentos passados. Vai ser como se fosse uma espécie de carta, porém não com o intuito de serem enviadas e, sim, de desabafar sozinha através da escrita.

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