"Júlia"
Oi, manguinha rosa, lembra desse apelido? Eu te chamava assim na nossa amizade antes do namoro acontecer, um apelido bem aleatório, confesso. Nossa relação foi intensamente avassaladora e dolorida, você sabe disso. Nós criamos dependência emocional uma na outra, eu peguei todos os seus cacos de vidro e os coloquei sob o meu ombro mesmo que me cortassem ao ponto de sangrar. Você pegou todas as minhas lâminas afiadas e as colocou sob a palma da sua mão mesmo que isso te ferisse todos os dias ao fazer as coisas mais básicas do dia a dia. Você me conheceu numa época em que eu ainda amava outra pessoa e tentava esquecê-la, você pegou resquícios de um amor que era pra ter sido dado para outra e me fez te amar. E eu te amei. Te amei com tudo que eu tinha, com tudo o que sobrou de mais puro em mim e com tudo que eu consegui. Eu não queria namorar tão cedo, mas acabou acontecendo, quem controla os sentimentos? Eu não sei fazer isso, mas talvez essa pressa tenha vindo justamente do meu término recente. Eu não queria ficar sozinha, pois não queria lembrar dela e então você surgiu, melhorou meus dias e noites, me fez sorrir com as coisas mais bobas do mundo e amou cada partezinha da minha personalidade. Me apaixonei, me apaixonei perdidamente - e você com esse sorriso tão bonito também não ajuda muito. Foi o namoro mais intenso que eu já tive e talvez desse certo se você tivesse respeitado meu tempo e espaço, pois eu precisava respirar de tão sufocada que me sentia. Foi a partir daí que notei a dependência emocional e como ela acaba com tudo de mais lindo que tem, é como se fosse um tsunami destruindo construções sólidas e a beleza da natureza. A grama verde que antes servia de lar para as flores coloridas e árvores, hoje não existia, a dependência emocional a destruiu sem piedade. E isso me deixa tão triste... como que nós deixamos chegar a esse ponto? Não precisava, uma conversa rápida resolveria e tudo ficaria bem. Não ficou. Pedi espaço e recebi de volta ameaça de parar de falar comigo, isso foi dolorido! Contei sobre algo que me deixou feliz e recebi respostas sem paciência alguma para me escutar, isso me machucou. O ponto final tinha que ser dado, eu não deixaria com que o amor tão lindo construído por nós fosse danificado dessa forma. Eu te amei, Julia, e escrevo com todas as letras possíveis, mesmo que não consiga colocar em palavras o quanto te amei, pois nada consegue mensurar o tamanho e intensidade. Porém... porém, eu prefiro um amor tranquilo e sereno, sem turbulências desnecessárias e manipulações. Uma vez tomei um remédio para cólica que era bem docinho, parecia uma bala de morango, me deliciei com o gostinho (quase me esquecendo da dor sentida) até mordê-lo e querer vomitá-lo, era amargo demais. Fez meus olhos lacrimejarem e a ânsia de vômito vir com muita força, o tomei contra minha vontade. Moral? Não quero um amor que pareça incrível no começo para depois tentar me destruir em partes que demoraram para serem reconstruídas. Te amei e não me arrependo, mas pode ter certeza que fugirei de futuras dependências emocionais e pessoas que adoram manipular por diversão. Você foi importante para mim e eu espero te ver pessoalmente algum dia, te dar um abraço e agradecer por me ensinar tanto, e só. Te desejo o bem!

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Matilda
Krótkie Opowiadania[CONCLUÍDA] É um conto, talvez, sem sentido pra um terceiro ler. Não é interessante, não é bonito. É só um conto de Matilda e sua vida repleta de coisas ruins, amadurecimento mesmo com apenas 19 anos e talvez algo engraçado. Tudo isso baseado em mús...