P.O.V HENRIQUE
- É tudo tão lindo aqui! – Alice parecia encantada. – Tão rústico e aconchegante. – observou com um sorriso nos lábios. Ela é tão linda.
O restaurante Potiguar era realmente lindo, parecia uma cantina italiana com paredes claras adornadas com lacunas de madeira, além de coloridas pinturas feitas pela esposa do Giorgio antes de morrer.
- Eu amo esse lugar! – exclamei e os olhos dela me encontraram. – Eu sempre vinha aqui quando estava nos EUA, ainda criança.
- Que fofo! – ela diz, seus olhos um tanto quanto brilhantes.
- Filho! – minha mãe se levantou e me envolveu num abraço. – Meu bebê!
- Mãe! – por cima do ombro de minha mãe, pude perceber Alice segurando o riso.
- Me deixa te ver direito! – analisou-me dos pés a cabeça. – Tira essa barba, pelo amor de Deus! – revirei os olhos.
- Mãe, essa é a Alice!
- É um prazer, Sra. Ferraz! – Alice diz, minha mãe a analisou pelos cinco segundos mais longos da minha vida.
- Essa pelo menos não tem cara de vadia! – exclamou e eu arregalei os olhos.
- Mãe! – a repreendi.
- Deixa de drama, Henrique. Ela sabe que estou brincando, não é querida? – falou, se voltando para seu assento. – Belo Versace! – Aline sorriu.
- Lindo Channel! – ela retribuiu o elogio.
- Amor, esse é meu pai e o Vitor você já conhece! – a percebi fazer uma careta ao olhar para Vitor.
- Muito prazer sr. Ferraz! – ela sorriu graciosamente. – Vitor! – balançou a cabeça.
- É um prazer te ver novamente, Lice gatinha! – Alice sorriu cerrando os dentes enquanto eu puxava uma cadeira para ela.
- Tira as facas dessa mesa! – ela sussurrou só pra mim. Pude ver pelo canto do olho que minha mãe observava atentamente nosso breve momento.
- Alice! – falou. – Eu estou surpresa por meu filho estar namorando. Não tínhamos ouvido falar de nada até hoje! – engoli em seco. Agora é a Hora.
- Ela quis segredo! – falei.
- Por quê? – olhou de maneira afiada para mim. – E dessa vez deixe a garota falar, querido! – olhei para Alice entrando em pânico. Ela Não estava atualizada da mentira que eu planejei
- Eu tive medo que nossas imagens associadas fizessem minha nomeação como Vice-Presidente da Aleph parecer um favor! – sorriu. Olhei impressionado para Alice que beijou meu ombro e sussurrou discretamente: “Google”. Segurei uma risada.
- Você é a vice-presidente da Aleph? – mamãe levantou a sobrancelha com um meio sorriso. Eu, meu irmão e meu pai olhamos para ela chocados. – Swan me falou sobre você!
- Espero que seja coisas boas! – forçou um sorriso.
- Ele me disse que você lembrava a ele de mim! – meu coração pulou uma batida. O que?
- Você é Amélia? – Alice perguntou e minha mãe assentiu sorrindo. Eu tinha quase certeza que estava delirando. – Meu Deus, não acredito! Eu sempre fui louca para te conhecer! – Aline riu. – Sawn me falou tanto sobre você! – disse. – Tantas histórias. – Alice deu um sorriso malicioso para minha mãe, que respondeu com uma gargalhada.
- Inacreditável! – meu pai verbalizou meus pensamentos. – Eu tenho que estar bêbado!
- Robert! – minha mãe o repreendeu sorrindo.
- Alice se você passou pelos parâmetros da minha esposa, você é uma mulher especial! – Alice riu junto ao meu pai.
- Vamos pedir? – Vitor parecia incomodado com a aberta aprovação dos meus pais com Alice. Eu sorria extremamente aliviado. Meu pai acenou para um dos garçons.
- Diga ao Giorgio que é o de sempre do Robert e família adicionado ao prato da nossa convidada. – falou. – Alice?
- Um Tortelli de carne como prato principal e a entrada vocês decidem!
- A bruschetta! – papai dispensou o garçom.
- Alice! – Vitor falou depois de um tempo em silêncio. - Por que você não conta um pouco mais sobre si? – eu sabia onde isso iria levar e era um local arriscado, mas eu já tinha montado uma estratégia para o meu acordo com Alice não ser comprometido.
- O que você quer saber? – ela não disfarçava que não gostava do meu irmão.
- Sei lá.. sobre o Brasil! – ele disse, me fazendo sentir vontade de socá-lo.
- Você também é brasileira? – meu pai perguntou olhando de mim para ela.
- Robert! – um homem roliço com a voz estrondosa se aproximou. Sorri. Giorgio era um italiano baixinho e gordo, que ria com todo o seu ser. Um garçom o acompanhava com nossas entradas.
- Giorgio! – papai o cumprimentou alegremente. – Como vai meu amigo?
- Melhor agora! – Riu. Seu sotaque italiano sempre marcante. – Quem é esta bella ragazza? – olhou para Alice, levemente hipnotizado.
- Sou Alice! – sorriu. – Namorada do Henrique!
- Muito prazer em conhecê-la! – disse. – Henrique! Vitor! Como estão crescidos! E você, Amélia? Sempre encantadora!
- E você sempre bajulador! – ele beijou a mão de minha mãe.
Respirei fundo. Não haveria melhor momento.
- Eu gostaria de fazer um anunciamento. – falei levantando da cadeira. Alice me olhou curiosa. – Alice... – ofereci minha mão para que ela levantasse. Sua expressão passou de curiosa para surpresa, ela já havia adivinhado meus planos. – Eu sei que você disse “não” uma vez, e você tem medo que eu só queira isso por causa do seu visto! – peguei a caixinha de meu bolso. Tocar no veludo suave fazia meu coração apertar. O lindo anel de diamante que eu planejei adornar o anelar direito de Angelina. – Mas saiba que a muito tempo eu quero isso.. – me ajoelhei. – Alice Monteiro. – pisquei um olho. Ela sorriu. – Quer se casar comigo? – Alice permaneceu em silêncio me olhando como se estivesse decidindo, acompanhando o meu teatro.
- Diga que sim! – Giorgio sussurrou alto demais arrancando um sorriso de mim e Alice.
- Sim! – ela respondeu e Giorgio inflamou o restaurante inteiro para que aplaudisse a cena. Coloquei o anel em seu dedo e a abracei. – Bela história, mandou bem! – ela riu, sussurrando em meu ouvido.
- Obrigada! – eu disse. Ela beijou minha bochecha e deu uma piscadela quando nos afastamos.
- Ah! Onde está o beijo apaixonado? – Giorgio disse.
- Hã? – Alice pareceu surpresa.
- O que? – eu me esforcei pra esconder o espanto.
- Um beijo de paixão! – Giorgio começou o coro “beija”. Olhei para Alice pedindo desculpas com o olhar. Depois demos um selinho demorado e nossa plateia, no caso o Giorgio, disse que podíamos fazer melhor. Olhei para ela que deu de ombros discretamente. Puxei-a pela nuca e colei nossos lábios. Inicialmente foi um beijo esquisito. Não queríamos nos beijar de verdade, era o tipo de coisa que não se encaixava em nosso acordo. No entanto, quando suas mãos se uniram atrás do meu pescoço e eu instintivamente a puxei para mais perto, nossas bocas pareciam perfeitamente sincronizadas. Um assobio alto me fez lembrar que havia outras pessoas além de mim e Alice ali. Separamos nossas bocas devagar, e senti os dentes dela cravarem meus lábios levemente. Suspirei, olhando-a no fundo dos olhos.
- Olha! Seus pratos chegaram! – Giorgio espantou-se. Após o restaurante se acalmar, nosso jantar seguiu bastante silencioso. Vitor ainda fez algumas piadinhas sem graça, meu pai me encarou intensamente e minha mãe permaneceu pensativa. Quando meu pai mencionou Angelina, Alice segurou minha mão em punho em baixo da mesa. Não quisemos sobremesa, principalmente porquê minha mãe disse não se sentir bem e quando finalmente saímos do restaurante eu suspirei aliviado, pelo menos havia dado tudo certo.
Continua...
VOCÊ ESTÁ LENDO
Contrato de Casamento volume I
RomantikEditora chefe da revista mais bem paga de NY, Alice Monteiro levava uma vida monótona e tranquila, vivia para o trabalho e nada mais importava, porém, ela vê seu mundo virar de cabeça para baixo quando seu visto é negado. Desesperada e sem saída, a...