"Capítulo 39 - Quanto mais forte, melhor

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P.O.V ALICE

Ficamos em silêncio pelo que deve ter durado cinco minutos, menos ou mais, não importa. Henrique continuava dentro de mim, a cabeça apoiada em meu colo, meus dedos subiam e desciam por suas costas. Eu gostava de ficar assim com ele, me fazia sentir que eu era importante pra alguém, eu sentia que, nos braços dele eu tinha proteção contra tudo e todos, sentia que ele estaria ali sempre que eu precisasse. Suspirei, beijando seu ombro. Ele levantou a cabeça olhando no fundo dos meus olhos. Quando o encarei, senti vontade de rir. Nós tínhamos mesmo transado em uma praia depois de fumar maconha.

- Que sorrisinho é esse? – perguntou, uma sobrancelha arqueada.

- Nada só... c@ralho nós realmente transamos na praia?

- Pra quem já transou num carrossel, o que é uma f&da na praia? – gargalhei e ele me olhou sem entender. – Tá rindo de quê?

- Eu não sei, só não consigo parar de rir! – coloquei a mão sobre a boca, que porra tá acontecendo comigo?

- É o efeito da maconha! – ele também deu risada e isso fez com que eu gargalhasse ainda mais. – Alice para!

- Cara sai.. hahaha... sai de cima de mim.. eu vou.. caralho por que eu tô rindo?.. eu vou morrer sem ar.. hahaha..

- Você é louca! – ele saiu de cima de mim. – Alice para!

- Eu não consigo.. c@ralho, minha b@nda tá cheia de areia e tá... hahahaha.. que merda! Henrique tem areia até no meu  se duvidar. – coloquei uma das mãos na boca, tentando segurar as gargalhadas que saiam involuntariamente.

- Ah, eu vou dar um mergulho e espero que já tenha parado de rir quando eu voltar.

- Eu também preciso de um mergulho, eu tô cheia de areia. Mi.. hahaha ain minha barriga já tá doendo.. Minha calcinha tem areia, tá entrando lá, Henrique!

- Eu nunca mais vou te deixar usar isso na vida! – ele revirou os olhos e retirou a roupa, ficando só de cueca. – Vem, vamos ver se um banho de mar ajuda com sua crise de riso.

- Essa é a palavra certa, CRISE. – ainda sorrindo tirei meu vestido, segurando a mão de Henrique quando ele estendeu a mesma.

- Alice para! – ele reclamou de novo quando voltei a rir. – Meu Deus, você é muito chata quando tá drogada!

- Eu não estou drogada.. É só, como posso dizer? É só uma brisa de leve.. Eu estou amando essa sensação.

- Você nunca mais vai usar isso!

- E quem você pensa que é pra dizer isso?

- Sou seu noivo!

- De mentirinha!

- Você tá começando a me irritar.

- Ah qual é? Cadê seu senso de humor?

- Tá em falta, já o seu...

- Vai implicar só por que estou feliz?

- Feliz? Você tá sobre efeito da maconha!

- Você também usou!

- Ah, mas só dei um trago.. já você!

- Você queria da minha boca, me pediu isso. – mordi o lábio, acompanhando seus passos quando ele começou a andar. – Vai dizer que não gostou? Que não foi bom?

- Foi maravilhoso, mas agora chega! – quando senti a água bater no meu pé, travei. – O que foi?

- Tá gelada!

- Ótimo!

- Eu não estou bêbada pra tomar banho gelado, docinho.

- Mas tá parecendo uma hiena. Vem logo! – senti suas mãos em minha cintura, me erguendo do chão. Segurei seus ombros, gargalhando quando ele me jogou na água, caindo em seguida.

- Filho da p#ta! – gritei ao emergir na água, uma rajada de vento me fez abraçar meu próprio corpo.

- Pelo menos parou de rir! – ele sorriu, arrumando meus cabelos molhados e grudados ao meu rosto.

- Claro, isso não tem graça! – bati em seu ombro. – Podemos sair agora?

- Nem tá tão gelada assim, Alice!

- Eu estou com fome e.. c@ralho, eu estou com muita fome.

- Meu Deus, você comeu antes da gente sair do hotel.

- Eu quero comer de novo.

- Quê? Não viaja.

- É, você realmente não precisa.

- Então.. vamos?

- Tá, vem.

(...)

Depois que voltamos para o hotel, eu fui direto pedir comida enquanto Henrique tomava banho, ele cantava uma música brasileira, o que me fazia sorrir. Talvez um dia possamos ir no Brasil quando o processo do meu visto acabar e eu finalmente me livrar desse contrato que fiz com Henrique.

Quando a comida finalmente chegou, parecia que eu não comia nada a dias, Henrique me olhava com espanto enquanto eu comia.

- Para de ficar me olhando, cara! – revirei os olhos.

- Você me assusta quando tá comendo. – sentou ao meu lado.

- Eu só tô com fome.

- Eu percebi!

- Quer sair daqui e me deixar comer em paz?

- Tá, eu vou fazer nossas malas. Amanhã vamos pra outro hotel em Orlando.

- Orlando? Daqui nós vamos direto pra NY.

- O quê? Não vamos não, nós vamos pra I-Drive 360.

- Você não desistiu de ir na Orlando eye?

- É claro que não. Eu já disse que quero te levar lá antes de voltarmos pra Nova Iorque!

- Tá, então vai e me deixar comer em paz.

(...)

Olhar para aquela roda gigante com 122 metros de altura estava deixando o meu estômago embrulhado. Lugares altos nunca foram os meus lugares favoritos, ao contrário de Henrique que estava acostumado a transar em teleféricos.

- Vem! – puxou minha mão, eu travei minha perna. – Alice você não vai desistir agora, vai?

- Henrique, pra encarar isso aí eu preciso fumar. – mordi o lábio, olhando para ele.

- O quê? Você tá ficando louca? Você não precisa de maconha pra entrar numa roda gigante, Alice. Aliás, quer parar de agir feito uma viciada? – ele disse, cruzando os braços em minha frente como um pai brigando com o filho.

- Cara, isso é muito alto. Para encarar eu preciso tá com alguma coisa na cabeça!

- Não temos m@conha aqui e mesmo se tivesse Alice. Era só pra experimentar e não se tornar uma viciada!

- É, você tem razão. – suspirei.

- Você nunca me disse que tinha medo de altura.

- Não é medo de altura, só não sou amante e... droga, eu tô com medo.

- Um vinho ajuda?

- Vinho?

- É, um vinho. Vamos ali no restaurante e pegamos um vinho.

- Prefiro whisky

- Você não gosta de whisky

- No momento é minha melhor opção, quanto mais forte melhor.

- Tá, só não exagera. Vamos lá vê se achamos.

Contrato de Casamento volume IOnde histórias criam vida. Descubra agora