Contrato de Casamento volume I

"Capítulo 8 - Putz, agora fodeu

                       P.O.V Alice

Eram 7:00am quando cheguei na revista. Meu celular vibrava sem parar desde as cinco graças a Ana que fazia um interrogatório infinito sobre Henrique.

“Não engoli direito essa história de você ter escondido o namoro com o Ferraz” ; “Por quê e como conseguiu não me contar?” ; “Sou sua amiga ou só mais um rostinho bonito?” ; “Em uma escala de 0 a 10 quão bom ele é na cama?”

Consegui me safar de todas as perguntas mais facilmente do que eu imaginei, mas o mérito não era totalmente meu já que ela estava pegando leve comigo. Eu suspeitava que o motivo era a perspectiva de que eu virasse a página na minha desastrosa vida amorosa.

- Bom dia, Lee! – o olhar da minha assistente pousou automaticamente no diamante no meu anelar. – Sem perguntas, por favor! – revirei os olhos e entrei no meu escritório. Afundei na cadeira me sentindo aliviada por trabalhar. Meu trabalho clareava minha mente e eu me mantinha longe dos problemas externos aquela parede. Após jantar com Henrique e a família na noite anterior, eu percebi que não tinha mais volta, estávamos realmente fazendo essa loucura. Aquele pensamento me manteve acordada por boa parte da madrugada e quando eu finalmente dormi sonhei com Henrique. Balancei a cabeça tentando afastar as imagens pornográficas e deliciosas da minha cabeça. Abri alguns arquivos no computador para me distrair. Meu celular vibrou e vi que era uma nova mensagem, do Henrique dessa vez.

H: “Ana te encheu de perguntas?”

A: “Uau! Bom dia pra você também!

Ps: Menos do que eu esperava.”

H: “Bom dia! Vai fazer alguma coisa hoje a tarde?

Ps: O que ela queria saber?”

A: “Eu tenho que supervisionar uma sessão de fotos as 15hrs, por quê?

Ps: queria saber quantos centímetros tem seu brinquedinho.”

H: “Eu vou com você!

Ps: Alice! Que porra você respondeu?”

A: “Estou aqui procurando a parte da conversa na qual eu te convidei. Ainda não achei!

Ps: Falei a verdade. Falei que era do tamanho de uma farpa.”

H: “Alice, o quanto mais cedo as pessoas que nos rodeiam se acostumarem à nossa história melhor será. Eu já limpei os horários da minha tarde, tô livre pra ir com você!

Ps: muito engraçadinha! Tenta multiplicar isso pela sua idade menos dois”

Engasguei com a saliva.

- Puta que pariu! – resmunguei sozinha e minha mente fértil automaticamente desenvolveu um filme pornô onde os atores eram Henrique e eu. O telefone tocou me assustando.

- Doutor Swan está aqui fora com a senhora Ferraz! – meu coração parou uma batida. Meu Deus, hoje é o dia.

- Manda entrar! – soltei o cabelo e dei uma olhada no espelho. Eu estava apresentável e nervosa pra caralho também.

- Bom dia, Alice ! – Swan entrou na casa seguida por Amélia.

- Bom dia! – forcei um sorriso antes de me levantar e cumprimentá-lo. – Sentem-se! – apontei para as cadeiras a minha frente. – Ao que devo a honra da visita?

- Bem, eu vim discutir os detalhes da sua festa de noivado! – Amélia disse inexpressiva. Oi? A minha o que?

- Minha o quê? – perguntei somente para ter certeza que ouvi direito.

- Festa de noivado! – exclamou minha futura sogra.

- Você e Henrique são figuras de prestígio, uma festa de noivado é o mínimo que se espera! – Swan disse e eu engoli em seco. Eu ainda não tinha dito nada a ele.

- Então vocês conversaram! – deduzi, ele fez que sim.

- Devo dizer que estou um pouco decepcionado por não ter sido informado antes! – levantou um dedo antes que eu argumentasse. – Mesmo que eu entenda seu motivo! – ah, ela explicou o “motivo” pra ele também.

- Então, tem algo em mente para a festa? – Amélia pergunta.

- Não, Henrique e eu não conversamos sobre isso ainda! – respondi.

- E uma data para o casamento? – Swan questiona. “Antes que eu seja deportada está nos nossos planos”, pensei.

- O mais rápido possível! – ela me lançou um olhar gélido. Ela sabia o motivo da pressa, mas havia sido bastante delicado a parte dela não ter mencionado ao meu chefe, que por sinal é amigo pessoal dela á anos. Um silêncio recaiu entre nós.

- Creio que seja a hora de ficarem a sós! – Swan se levantou da cadeira. – Foi ótimo revê-la Amélia.

- O mesmo, querido! – ela sorriu e o abraçou.

- Nos vemos hoje a tarde? – ele direcionou o olhar a mim.

- Você vai na sessão de fotos? – perguntei.

- Sim, por quê?

- Teremos um convidado a mais! – dei um olhar malicioso na tentativa de esconder meu nervosismo.

- Henrique vai com você? – Amélia perguntou. Assenti soltando meu melhor sorriso bobo-ensaiado. Cara, eu sou uma atriz muito boa, se nada desse certo e eu tivesse voltar ao Brasil fazer teste para atuar em novelas da Globo poderia ser opção.

- Finalmente verei esse casal junto! – Swan sorriu. – Podemos conversar depois, Alice? – ele perguntou.

- É algum assunto importante?

- Sim, mas dê a Amélia a atenção que ela merece, falo com você amanhã antes da primeira sessão, ok?

- Ok! – concordei, sentindo o corpo tenso com o tom de voz que ele usa. – Até mais tarde. – deu um aceno antes de se retirar da sala.

- O mais rápido possível, Alice? – Amélia questionou. Putz, agora fodeu.

Continua...