"Capítulo 51 - Farsa

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                        P.O.V ALICE

Com o passar dos dias eu já não sentia mais tanto medo, consegui voltar a minha rotina e para a casa de Henrique. As coisas entre nós dois ainda eram estranhas, mas ele se esforçava para me deixar confortável, ele realmente é um cara fofo. Nós dois não dormimos mais juntos, eu fiquei no quarto de hóspedes enquanto ele ficou com a suíte principal, Henrique insistiu para que eu ficasse ali enquanto ele dormia em outro canto, mas, eu não achei certo. Henrique sempre ia me buscar na revista, voltávamos para casa muitas vezes em silêncio, outras vezes ele falava sobre o seu dia de trabalho. O diálogo entre nós dois já não era mais o mesmo.

Naquela quinta-feira depois de uma reunião exaustiva ao lado de Swan e Giovanna, estava me sentindo sufocada dentro daquele escritório. Parecia até estranho vindo de mim – uma vez que minha vida se resumia naquela revista antes de conhecer Henrique – mas eu precisava sair, ficar longe daquele lugar por pelo menos algumas horas. Mordi o lábio e olhei para o celular sobre a mesa, negando com a cabeça quando a vontade de ligar para Henrique me invadiu. Afastei a cadeira de rodinha para trás e me levantei, o barulho dos meus saltos ecoando sobre o piso enquanto eu caminhava até o sofá. Peguei minha bolsa e voltei até a mesa para pegar meu celular, me dirigindo a saída da sala. Disquei o número dele e no segundo toque ele atendeu:

- Alice, oi. Tá tudo bem? Aconteceu alguma coisa? – disparou uma pergunta atrás da outra.

- Não. – sorrio diante da sua preocupação.

- Não tá tudo bem ou não aconteceu nada?

- Não aconteceu nada! – consigo ouvir seu suspiro de alívio. – Tá muito ocupado?

- Pra você nunca, você sabe disso.

- Sei?

- Sabe!

- Eu estou com fome!

- Sério? – pareceu surpreso. – Tá mesmo com fome?

- Sim, só não entendi o seu espanto.

- É que você não tem comido muito, né? Fico feliz em saber que tá com fome.

- É. – me limitei a dizer.

- Quer que eu leve algo pra você comer? Por isso ligou?

- Na verdade eu queria saber se está livre pra almoçar comigo.

- Almoçar as quatro da tarde? Não tá um pouco tarde para almoçar?

- Você não pode ir?

- Posso, é claro que posso! Eu já estou indo.

- Não! – neguei. – Não precisa passar aqui, eu pego um táxi e te encontro ai no seu escritório.

- Tem certeza que não prefere que eu vá aí?

- Não, não estou com humor pra aturar as piadas da Giovanna hoje. Então, posso passar aí?

- Claro. Você já está vindo?

- Sim, mas se você preferir eu posso segurar um pouco.

- Não, pode vim. Quando você chegar eu já teria terminado por aqui!

- Tá certo. Tchau Henrique.

- Alice? – chamou quando eu já ia desligar.

- Oi? – esperei que ele falasse.

- Te quero bem! – um sorriso involuntário brotou em meus lábios.

- Eu também, te quero muito bem! – disse e por fim desliguei.

Contrato de Casamento volume IOnde histórias criam vida. Descubra agora