"Capítulo 54 - A tal chamada felicidade

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                    P.O.V HENRIQUE

Um choque forte fez com que eu não me movesse. Eu não sabia se gritava, chorava ou abraçava ela. Não consegui fazer nenhuma das três opções, estava atômico demais para ter uma atitude lógica. Cocei minha sobrancelha e balancei a cabeça. Será que estou alucinando ao ponto de ouvir declarações da parte dela? Ouço um suspiro e logo Alice se distancia indo para o quarto. Permaneci incrédulo na sala, as palavras dela ecoando em minha mente. E novamente os flashes do que vivemos vieram fortemente, me fazendo colocar a mão na cabeça ao sentir uma dor aguda e chata. As diversas vezes que ela me chamou de garota, a alegria contagiante que somente ela tinha, a naturalidade em falar coisas que as vezes me deixava chocado, tudo! Absolutamente tudo o que me fez encantar por ela.

- Alice! – entrei no quarto chamando por seu nome. – Alice eu.. - parei de falar assim que entrei no closet, onde Alice jogava roupas e mais roupas na mala que estava sobre o puff no centro do closet. – O que.. o que você está fazendo?

- Minhas malas! – respondeu somente.

- O quê? Não! – caminhei até ela, segurando-a pelos ombros. – Para! Para Alice!

- Henrique por favor, não torna isso ainda mais difícil. – negou com a cabeça. – Por favor, eu tô implorando pra você me deixar ir.

- Eu não posso te deixar ir.

- Você escolheu isso, Henrique. O seu silêncio escolheu.

- Eu fiquei em silêncio porque...

- Porque não tinha o que responder. Tá tudo bem, mesmo. Mas me deixa ir, me solta e me deixa terminar minha mala.

- Você vai me deixar falar ou vai ficar me cortando? – ainda segurando em seus ombros, encarei-a no fundo dos olhos. Ela piscou repetitivas vezes, soltando um suspiro como se dissesse para eu prosseguir. – Alice eu não falei nada lá na sala porque fiquei chocado com a sua revelação. Me pegou totalmente desprovido, mas isso não quer dizer que eu não tenha uma resposta para te dar. Aqui dentro.. – segurei a mão dela na altura do meu peito, queria que ela sentisse o quanto meu coração batia por ela. –.. aqui dentro se abriga o coração mais feliz do mundo. Eu juro, juro que não estou falando isso só pra te fazer ficar, mas falo porque desde quando você disse naquela festa de noivado, a nossa festa de noivado, desde quando você disse que havia dormido com ele... – me referi a Max, ela permaneceu quieta. – Desde aquele momento em que eu quis matar ele por ter te tocado, eu percebi que amava você. Percebi que você estava restituindo tudo o que ela destruiu. Pode parecer mentira pra você, mas quando eu pensei em pedir ela em casamento eu nunca pensei nela como mãe dos meus filhos. Eu queria curtir ela, mas com você, com você Alice... toda vez que nosso casamento me vem à cabeça eu só penso em você de barrigão, carregando um filho meu aqui.. – toquei sua barriga. – Eu amo você! Não quero que fique somente por seu visto ou para provar pra alguém que eu posso ser feliz, eu quero que fique por nós dois. Quero que você fique pela história que quero construir com você. Me segurei tanto pra não me declarar e te assustar, mas quando você disse com clareza.. Eu estou muito feliz, muito feliz mesmo. Eu tenho tanto medo de perder você, Alice. Você não tem noção da importância que tem você na minha vida. – percebi que ela chorava, abafando os soluços com a mão livre. - Você entende agora o porquê você tem que ficar?

Ela não respondeu, e soltou a mão que ainda estava em meu peito. Toquei seu rosto devagar, limpando os rastros que as lágrimas deixavam. Alice deu um passo pra frente, chegando ainda mais próximo de mim. E sem que eu esperasse ela se jogou nos meus braços, me dando um abraço apertado. Retribui com a mesma intensidade, ouço ela sussurrar algo que não pude compreender. Quando nos afastamos, encaro seus olhos antes de questionar.

- Casa comigo amanhã? – ela arregalou os olhos. – Por favor meu amor, vamos pra Vegas e lá a gente vê o que faz.

- Henrique não! – ela negou. - Eu não tenho vestido e nem.. Não dá!

- Alice se você entrar na igreja de toalha eu vou ser o homem mais realizado do mundo! Casa comigo por favor!

- Em duas semanas. – ela decretou. – Em duas semanas a gente casa e vivemos a tal chamada felicidade.

- Não mais que isso! – fui firme.

- Não mais que isso! – aproximou sua boca da minha, mas afastei antes que o beijo acontecesse. – Henrique! – exclamou frustrada.

- Espera.. preciso que me prometa uma coisa!

- É um filho? Porque se for, já adianto que não vai rolar tão logo.

- Não é um filho. Me deixa falar! Eu quero que me prometa que quando você achar que não dá mais, vai lembrar do porquê que a gente quis ficar junto? Que quando você pensar em desistir da nossa história, em jogar tudo pro alto, vai listar todos os momentos que te fizeram ficar até agora? Promete pra mim que quando você sentir vontade de fugir, correr pra longe dos problemas vai me levar junto?

- Henrique você disse uma coisa!

- Alice! – a repreendi.

- Estou brincando com você, garota! – circulou meu pescoço com os braços, segurei sua cintura. – Eu prometo pra você, romântico incurável. Agora será que mereço um beijinho e um sexo bem careta?

- O beijo sim.. – segurei a nuca dela e invadi sua boca com a língua, beijando-a o tempo suficiente para instigá-la. Alice aprofundou o beijo e eu puxei seus cabelos para trás, separando nossos lábios. – O sexo careta vai ter que esperar.

- Henrique!

- Alice eu preciso ligar pra minha mãe! – argumentei, segurando a vontade de arrastá-la até a cama. – Nos casamos em duas semanas e nem vestido você tem!

- Tô começando a achar que é uma péssima ideia casar em duas semanas! – pareceu emburrada.

- Ah docinho qual é? Eu já volto, é só uma ligação. – lhe deu um selinho, correndo até a sala para pegar o telefone.

- Vai ter volta, Henrique. Vai ter volta! - a ouço gritar e gargalhando.


Continua.....

Contrato de Casamento volume IOnde histórias criam vida. Descubra agora