P.O.V Alice
Eu sou completamente louca!
Era a única explicação.
Girei o cartão entre meus dedos. “Henrique Ferraz” era o nome do meu futuro marido. Seu escritório era no centro da cidade, não muito longe de onde eu moro. Nunca, ou quase nunca, fui de decisões impulsivas e irracionais. Mais porra, como eu podia deixar pra trás o sonho da minha vida? Sempre fiz o que quis na hora que quis e com quem desejasse fazer, mas não antes de pensar sobre a situação. Entretanto, aqui estava eu, noiva de um estranho.
Desespero é foda!
- Você é minha única esperança, Henrique.. – disse para o nada. Olhei o cartão atentamente e desviei os olhos para o notebook. Se ele era esse advogado renomeado como disse deveria ter algo sobre ele no Google, certo?
Enfiei o cartão no bolso da calça e peguei o notebook no colo, sentando com as pernas cruzadas sobre o sofá.
- Henrique Ferraz – digitei numa velocidade impressionante. – advogado.. – posicionei o enter e uma multiplicidade de resultados apareceu. Até uma janelinha biográfica dele apareceu na lateral da minha página. – Caralho! Eu sou a única que não te conheço? – pelo que eu observei e li, Henrique era um advogado que ganhou renome bastante cedo e carregava um legado de direito em sua família, com poucos anos já havia feito jus ao sobrenome e superado o seu pai – Henrique Ferraz e Angelina Collins.. essa eu quero vê! – sussurro, mordendo o lábio antes de apertar o enter. Como resultado encontrei fotos de uma mulher baixa, com os cabelos loiros e de altura mediana. – Essa é a mulher por quem tu morre de amores? – falei sozinha. – Ué, achei que eu iria encontrar uma modelo da Victoria's Secret! – murmurei, ainda olhando as fotos.
Eu sabia que era bonita, nunca duvidei e sempre usei isso ao meu favor. Sim, modéstia não é a minha praia.
Meu telefone tocou tirando-me dos meus pensamentos, olhei no visor e não era um número que eu conhecesse.
- Alô? – atendi.
- Alice eu preciso que você venha aqui agora! – falou do outro lado.
- Henrique? – perguntei, e mesmo tendo falado com ele apenas uma vez reconheci tua voz. – Aqui aonde?
- No meu apartamento!
- Por quê? – desconfiei.
- Temos um jantar com os meus pais! – falou, esse cara só pode tá brincando.
- O quê? Por quanto tempo eu dormi? Como isso? Eu não estou pronta pra isso, achei que teria tempo para me programar, ensaiar um pouco.
- Alice isso não é a peça teatral do segundo ano escolar. – ele parecia nervoso. – Por favor vem pra cá.
- Mas por que você marcou hoje? Cara, você é maluco!
- Eu comentei sobre o noivado com o meu irmão Vitor, e ele quer me colocar a prova na frente dos meus pais!
- Já não gostei dele! – assim que saiu da minha boca me arrependi do que disse, mas ele riu. E considerei esse sorriso como uma resposta positiva.
- Vou mandar meu motorista te buscar! – assenti. O que foi estúpido, pois ele não podia me ver. – Envie uma mensagem com o seu endereço e em poucos minutos ele estará lá!
- Tá bom! – falei. - Mas Henrique, é muito cedo! Eles vão perceber...
- Calma Alice! – disse tranquilo. Aquela voz passiva... – Quando chegar aqui resolvemos, ok?
- Tá, né.. – suspirei. – Te vejo daqui a pouco, tchau noivinho! – desliguei sem esperar resposta.
Suspirei. Estava com medo, muito medo disso da errado. Mais que porra ele tinha que falar pro irmão dele? Caramba, não tínhamos nada certo ainda! Balancei a cabeça, digitando meu endereço e mandando para ele com os dedos trêmulos.
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Contrato de Casamento volume I
RomanceEditora chefe da revista mais bem paga de NY, Alice Monteiro levava uma vida monótona e tranquila, vivia para o trabalho e nada mais importava, porém, ela vê seu mundo virar de cabeça para baixo quando seu visto é negado. Desesperada e sem saída, a...