05• Promovida a Unnie

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O caos instaurado em nossa sala de jantar continuou até a ficha de meu pai cair e ele perceber que estava mesmo na hora de Kyujin nascer. Os adultos ajudaram minha mãe a entrar no carro e eu os segui até lá fora. A Sra. Lee entrou no banco de trás para ajudar minha mãe, e o pai de Minho foi para o assento do motorista, alegando que meu pai estava nervoso demais para dirigir.

Eu esperneei para ir junto, querendo acompanhar minha mãe de qualquer jeito, mas todos me impediram, me mandando ficar em casa com Minho, porque hospital não era lugar para "crianças".

- Vai pra dentro, filha - minha mãe disse do carro entre arfares de cansaço. - Seu pai vai te ligar pra dar todas as notícias. Prometo.

Respirei fundo e assenti, mesmo que minha vontade fosse fazer exatamente o contrário. O Sr. Lee acelerou, dando partida com o carro.

- É bom vocês me darem notícias mesmo! - gritei, recebendo o som da buzina em resposta.

- Não vai entrar? Deveria obedecer sua mãe - Minho disse, me fazendo revirar os olhos instantaneamente.

- Cuida da sua vida.

Entrei pela porta e ele correu para me alcançar. O vi pelo canto do olho me seguindo igual a um cachorro idiota e me virei bruscamente para ele:

- Dá pra parar de me seguir? - ele cambaleou para trás com as sobrancelhas erguidas.

- Oh... você tá nervosa porque sua irmã vai nascer, né? - ignoro a pergunta, apesar de ter parecido sincera. - Certo, eu vou te deixar em paz. Se eu puder ajudar em algo, pode me dizer.

Eu caminhava em círculos pela sala quando ouvi a última fala de Minho. Uma lâmpada imaginária se acendeu em cima da minha cabeça.

- Você tem algum dinheiro aí? - o ataquei sem pensar muito, apalpando sua jaqueta e bolsos a procura de sua carteira.

- O que?! Eu n-não tenho! - ele se afastou de mim dando passos para trás assustado.

- Você é rico, é claro que tem! - o garoto estava com a mão em cima do peito, me olhando como se eu fosse louca. - Preciso pegar um táxi, pode me emprestar o dinheiro?! Eu juro que te devolvo depois!

O Lee ficou em silêncio, me fazendo pensar que precisava de um plano B. Não poderia ir correndo daqui até o hospital quando a distância é tão grande.

- Você precisa se acalmar, Kyra. Não adianta ficar nessa agonia.

- Fácil pra você falar - digo irritada, mas meu humor volta a ser bom quando me lembro que tinha um dinheiro guardado do meu último aniversário.

Corro até o meu quarto e pego o envelope dentro da gaveta, descendo os degraus de dois em dois para chegar mais rápido de volta ao térreo. Ignoro o olhar confuso de Minho e calço minhas botas, abrindo a porta para sair.

- Onde você vai?

- Onde mais seria? É claro que eu tô indo pro hospital! Mas você pode ficar à vontade até eu voltar, sinta-se em casa.

- Espera! - ele correu, calçando seus tênis na entrada da porta. - Eu vou com você!

- Não quero.

- Não vou te deixar ir sozinha, já tá tarde - respirei fundo, contando até dez mentalmente. Discutir só me atrasaria mais.

Saí correndo de casa com o celular na mão, chamando um táxi pelo aplicativo enquanto batia os pés na calçada. Nunca pensei que me sentiria tão nervosa com o nascimento de minha irmã. Minho apenas estava parado a alguns passos de distância de mim, sem pronunciar uma palavra. Ótimo.

Love Spy • Lee KnowOnde histórias criam vida. Descubra agora