47• Uma Boa Ajuda

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Ainda em dúvida se aquela era uma boa ideia ou não, eu estava parada na frente da porta do escritório de meu pai em seu trabalho. Não precisei marcar horário nem me identificar antes de entrar, os funcionários do banco já me conhecem e sempre são gentis quando venho visitar meu pai. Depois de passar pela secretária e entregá-la cookies que eu mesma havia preparado, segui e parei na frente da porta do escritório, respirando fundo antes de abri-la.

— Filha! Tudo bem? Você não avisou que vinha. 

Fui recebida por um sorriso do mais velho, como sempre, mas não consegui sorrir de volta, estava muito preocupada que a conversa não terminasse da forma que havia planejado. 

— Oi, pai. Tudo bem? — fui até sua cadeira e o abracei meio desajeitadamente — Tá muito ocupado? 

Seu "pra minha filhota nunca estou  ocupado demais" me deu liberdade para sentar na cadeira em sua frente. Suspirei antes de começar a falar.

— Eu vim te pedir um favor. Quer dizer, eu vim te cobrar pelos favores que te fiz nos últimos meses — já adiantei, sabendo que essa era a parte mais importante da conversa. Ele riu frouxo, se afastando do computador para me dar total atenção.

— Você não é de cobrar favores, o que aconteceu? — ele cruzou as mãos em cima da mesa, me encarando. 

— Na verdade, vai acontecer uma coisa. E o Sr. Lee vai querer levar o Minho de volta pra Busan. E você precisa conversar com ele pra impedir.

Ok, minha explicação não foi a melhor de todas, mas pelo menos foi objetiva. Meu pai ergueu as sobrancelhas e sua boca curvou-se de um jeito que o dava um ar surpreso, mas nem tanto assim. 

— Vou precisar de mais detalhes pra conseguir ajudar vocês — eu já podia imaginar que essa seria a resposta dele. 

Respirei fundo algumas vezes, perdida em meus próprios pensamentos. Será que a essa hora Jisung já falou com Minho? E, se já falou, será que Minho aceitou contar a verdade ao seu pai? Espero que isso tudo se resolva antes que Heeseung exploda a bomba sem aviso prévio.

Eu expliquei detalhadamente ao meu pai o que estava acontecendo. Certamente, não a parte que Heeseung estava me forçando a "sair" com ele através de chantagem, a última coisa que eu queria era que meu pai se alterasse e fizesse alguma coisa que pudesse prejudicar Minho de alguma forma, como, por exemplo, confrontar os pais de Heeseung ou o diretor da escola. 

Expliquei o melhor que pude, tendo cuidado para não expor demais o que Minho me confidenciou sobre seu passado em Busan. Depois de saber que estávamos passando por uma situação complicada, meu pai me garantiu que ajudaria. Eu sabia que poderia não ser tão fácil também, então disse que entenderia se ele não conseguisse nos ajudar.

— Sei que Minho mentiu pro pai, mas que criança nunca fez isso? — o sorriso voltou aos seus lábios depois de alguns minutos perplexo — Pode ficar tranquila, filha. Vou fazer tudo que eu puder pro Minho não ir embora. 

Apesar das palavras otimistas, eu ainda me sentia apreensiva e meu rosto denunciava isso. Vi meu pai se levantar de seu lugar e caminhar em minha direção.

— Você confia em mim? 

— Muito — respondi, recebendo um abraço e um beijo no topo da cabeça. 

— Então não se preocupe, vai ficar tudo bem.

[...]

A conversa com meu pai aliviou boa parte do medo que eu sentia antes. Quando estava chegando de volta em casa, uma onda de bons sentimentos e otimismo até passaram pela minha mente. 

Love Spy • Lee KnowOnde histórias criam vida. Descubra agora