40• Gire a Maçaneta

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Depois de ter recebido aquela mensagem sobre um possível segredo de Minho de um número desconhecido, eu não consegui mais aproveitar o restante do feriado de Chuseok. Obviamente, eu não respondi a mensagem e bloqueei o número que entrou em contato comigo, mas minha preocupação não diminuiu por isso.

Pensei por um tempo se deveria contar para Minho que havia recebido aquela mensagem, já que era sobre ele, e provavelmente existia alguém que queria o seu mal, mas também não queria assustá-lo, ainda mais quando ele já anda tão preocupado diariamente na escola.

Às vezes, tenho vontade de perguntar sobre tudo isso. Gostaria de saber o que aconteceu no passado entre Heeseung e ele e o que é esse segredo que disseram existir na mensagem, mas, ao mesmo tempo, não quero forçar Minho a me contar nada que não queira. 

No fim das contas, o que conheço dele é o suficiente para eu saber que ele é uma boa pessoa, não importa o que digam. E se um dia ele se sentir confortável pra se abrir e me contar sobre o que quer que seja, eu vou estar aqui para escutá-lo.

O mais importante é que eu confio em Minho.

A segunda-feira chegou, e com ela um novo mês. O outono estava em seu ápice agora que era outubro e eu já podia sentir que o ano estava perto de acabar. O vento gelado já era uma companhia certa ao sair na rua, principalmente pela manhã.

Já no colégio, pela primeira vez em muitos dias, Yohan estava conosco na aula. Seu treinador o liberou porque hoje é o dia que vamos saber qual é o último projeto em grupo do semestre. Nós sempre temos uma feira aberta aos pais no fim do ano letivo para mostrar alguns trabalhos que desenvolvemos, é algo que importa para a direção do Colégio, apesar de parecer inútil na visão dos alunos e professores também. Nosso tempo seria melhor gasto com revisões para o vestibular que está chegando.

A manhã na escola foi entediante, mas eu estava animada, pois na parte da tarde ensinaria Minho. Pois é, eu nunca pensei que dar aulas particulares a ele fosse me deixar assim, mas aparentemente, agora deixa. 

Enquanto o Sr. Yoon explicava algumas etapas do trabalho, recebi um bilhetinho jogado por engano na mesa do meu melhor amigo, e Yohan olhou como se desdenhasse daquilo.

— Acho que isso é seu — segurou o bilhete com a ponta dos dedos, como se tivesse nojo. Minho tinha um sorriso amarelo nos olhando. 

— É... obrigada? — peguei o papel de sua mão, rindo de sua cara enojada.

No bilhete, Minho perguntou se eu queria ter a nossa aula em sua casa, já que ele tinha comprado bolo e sorvete pra gente. Assenti com a cabeça o olhando e guardei o papel no bolso do uniforme antes que o professor pegasse. Aproveitei o finalzinho da aula para mandar mensagem avisando minha mãe que demoraria um pouco mais para chegar em casa. 

Já na mansão dos Lee, nós almoçamos antes de subir para o quarto. Eu devia ter desconfiado quando Minho me chamou para vir para cá, pois, quando eu ia tirar meu material da mochila para começarmos a aula, ele me impediu de abrir a apostila, dizendo que ele já tinha estudado o suficiente sozinho e que agora nós iríamos sentar e assistir um filme em sua televisão gigantesca. 

— Ya! Você é um grande mentiroso, Lee Minho — reclamei, mas no fundo eu estava gostando daquilo. 

— Você prioriza demais os estudos, eu só tô priorizando a diversão! 

Diversão era a palavra certa para descrever os últimos dias que passei com Minho. Na verdade, ainda é um pouco estranho conhecer esse lado dele quando no início ele era a pessoa mais insuportável do planeta. Me lembro até hoje como nossos primeiros encontros foram horríveis, era um festival de patadas e desprezo dos dois lados. 

Love Spy • Lee KnowOnde histórias criam vida. Descubra agora