02. JUSTE UNE NUIT.

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son povs

Suado, sinto um comichão na nuca; meu sangue fervilhando com sensações que eu NÃO DEVERIA estar sentindo.

Era pra ser um jantar — o combinado  com Christian Eriksen fora apenas conhecer a prima de sua noiva, que segundo ele, se fizesse amizades o suficiente na cidade, repensaria sobre ficar e poderia cursar a faculdade em Londres, fazendo companhia à Marie, que vive constantemente sozinha por conta de nossas viagens com o Tottenham.

Austin e Delle Ali se ofereceram de imediato para o papel — não perdiam qualquer oportunidade com uma garota bonita, ainda mais estrangeira — mas Christian conhecia as figuras e obviamente os ignorou, deixando claro que o único que confiava ao lado de uma mulher de sua família, era eu.

Droga! Meu amigo ficaria desapontado se soubesse que neste momento estou nu e sua prima está sentada sob meu pau, esfregando-se diabolicamente enquanto mordisca e lambuza o meu dorso.

Como chegamos neste ponto?

Lampejos trazem à tona lembranças de quando estávamos no Sketch, o único restaurante da cidade com boa comida e área privativa; afinal, nunca pude me dar ao luxo de não me preocupar por qualquer foto vazar para o The Sun.

Recordo do garçom nos guiando para o piso superior e de meu pedido para dar qualquer coisa que Maya desejasse; o quê nem precisou de nosso esforço para traduzir pois mal esperou que terminássemos a comunicação para apontar a maldita bebida no cardápio.

Não deveria esperar muito de uma turista, se fascinando por algo tão trivial, contudo ela ficava mais corada à cada golada e, porra, isso a deixava linda.

Cada vez que o copo tocava seus lábios e ela cobria a parte superior com a língua, limpando-os dos resquícios de gin, me sentia tonto e entorpecido.
Se ficasse sóbrio à seu lado, com certeza iria enlouquecer.
Então quando ela percebeu que eu a encarava e estendeu o copo na minha direção, nem precisávamos falar o mesmo idioma para eu ser persuadido.

Pedimos ao garçom mais dois drinks, que depois se tornaram outro, outro e mais um; e quando o jantar foi servido, estávamos definitivamente alcoolizados.

Por sorte, era dia de semana e não havia praticamente ninguém por perto nos cubículos próximos, então quando sujei propositalmente a boca e ela ergueu a mão para retirar os resquícios, segurei sua mão e depositei um beijo na palma.

Quando levantei o olhar e vi desejo reverberar explicitamente em seu rosto angelical, não consegui não beijá-la.

E quando dei por nós, já havia deixado uma quantia de dinheiro na mesa e estávamos nos esgueirando pela saída dos fundos em direção ao hotel ao lado.

Não era minha intenção que se sentisse usada ou persuadida — por que além de não ser de meu feitio tratar mulheres assim, Maya era familiar de alguém importante para mim — só que, droga, mesmo que me doa magoar Christian, estou sentindo uma atração surreal por essa francesa, que também não dá qualquer indício de que sente o oposto;

No elevador, me pressiona contra a parede de botões e raspa as unhas por dentro da camisa, eriçando cada perímetro de pele; Mesmo com o pavor à câmeras de segurança que sabia que havia neste lugar, não pude evitar não beijá-la mais uma vez.

Uma camada de suor escorria por sua testa, grudando seu cabelo louro cinzento à pele pálida feito papel.
Ela é linda.

Maya?

TURISTA | HEUNGMIN SON Onde histórias criam vida. Descubra agora