maya povs
Respiro fundo, os ânimos à flor da pele enquanto a sensação de arrependimento reverberava em cada fibra nervosa.
Bastaram dez minutos.
Seiscentos segundos sentada naquela poltrona foram o suficiente para perceber que, eu simplesmente não poderia ir sem falar com ele, não poderia e nem deveria deixar essa cidade sem entender essa coisa inacabada que está me dilacerando.
Quando foi que me tornei uma covarde?
— Com licença — busco pela atenção da única aeromoça em nossa classe, enquanto ela explica algo pacientemente à uma senhorinha — Não quero te atrapalhar, é que, esqueci algo na sala de embarque e preciso muito voltar lá.
De repente, sinto como se fosse sufocar.
Não sou uma covarde.
Nunca fui uma covarde.
Não serei uma agora.
— Sinto muito, senhora. O processo de fechamento da aeronave já foi iniciado.
— Este não era o horário combinado, na passagem, a hora estava... — imploro — Droga, moça, eu preciso muito voltar lá.
Lampejos de pena e infelicidade passam por seu rosto e pelo da senhorinha quando até mesmo eu começo a me dar conta de que estou chorando.
Droga, já nem sou capaz de controlar.— Se o seu objeto esquecido se tratar de eletrônicos ou documentações, posso dar-lhe um formulário para que preencha com seus dados e os do objeto para que nossa companhia tente localizá-lo através de nosso sistema de Achados e Perdidos.
Eu nunca havia andado de avião na vida antes dessa viagem mas devia haver uma maneira...
Ninguém deveria ser obrigado à permanecer onde não quer, certo?
Não há uma lei quanto à isso?Retorno até o assento para buscar a bolsa com meus itens na intenção de pesquisar sobre leis cabíveis para a situação, mas ao ligar o visor, acabo surpreendida com a chegada de uma nova mensagem.
Uma mensagem dele.E eu que esperava um "cadê você?" ou algo ofensivo após ter saído covardemente daquela suíte, recebo algo que não deveria, que não achava justo.
Por quê Heung-Min Son não apenas confessa que está do lado de fora daquela aeronave, como também envolveu três palavras que nenhum homem jamais me disse durante dezenove anos de vida.
E acho que quero chorar quando cinco segundos depois de ler aquilo, os alto-falantes da aeronave transmitem o recado do piloto para desligarmos nossos aparelhos telefônicos e nos acomodarmos em nossos lugares pois iríamos decolar.
Marselha parecia do mesmo jeito de sempre — Eu, por outro lado, já não era a mesma que saíra daqui quinze dias antes.
Mesmo ambos os climas chuvosos e neblinados já não se pareciam em nada.
Droga, fui infectada pelo ar inglês.
E tenho ainda mais certeza disso quando imperceptivelmente solto um "Morning" para o funcionário do aeroporto e recebo um tímido "Bonjour" de volta.
França, não Inglaterra.
Marselha, não Londres.Sinto que tenho que repetir umas cem vezes enquanto pego as malas e outras cem enquanto caminho para o lado de fora do aeroporto, até dar de cara com a mudança de paisagem, placas e o cheiro de mar que me dá o choque de realidade necessário de que já não estou mais lá.
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TURISTA | HEUNGMIN SON
FanfictionDurante uma viagem, Maya acaba envolvida num jogo sexual com um dos coreanos mais conhecidos no mundo. Son, que havia prometido ao empresário entrar em uma relação somente ao fim da carreira futebolística, vê a promessa esvair de seus dedos com a po...