12. PROMESSES ET DÉCEPTIONS

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maya povs

Como é possível que eu sequer conheça muito sobre este esporte mas esteja me sentindo completamente... feliz?

É como uma injeção de adrenalina que reverbera palpitações descompassadas em meu peito; não sei se pela celeuma, pelos cânticos, ou simplesmente pelo carinho estratosférico que nos envolve quando Christian marca um gol e comemora bem na nossa frente, acenando para minha prima que orgulhosamente levanta a mão à altura do rosto e deposita um beijo sob a aliança de noivado.

E o ato que deveria ser bonito, é o responsável pelo meu lapso de perca de memória; por quê simplesmente me esqueço de onde estou e do que estou fazendo quando Son descobre minha localização através de seu amigo.

Seus lábios se movem num sorriso gigantesco e faz toda minha temperatura corporal subir por quê enquanto o estádio acreditava ser pelo gol, eu sabia exatamente para quem aquele sorriso e, diabos, fico surpresa com a vivacidade que me atinge e me faz não desviar.

Suado, os cabelos escuros esparramam pela testa enquanto o uniforme branco gruda em sua pele ao correr, marcando cada milimétrico quadradinho de músculo do abdômen rígido e atlético.

Se pudesse dar uma forma à perfeição, Heung-Min Son seria sua personificação.

E à cada vez que seu rosto toma o telão e os gritos da torcida intensificam, sei que não sou a única a estar o endeusando.

Maya, por favor, não pense nisso.

Você. Vai. Embora. Em. Dois. Dias.

Embora soubesse que nosso destino estava traçado à não durar, cada vez que olhava para ele e o pegava também me buscando naquela multidão, repetia uma ou duas vezes à meu subconsciente, para ver se o fazia compreender a gravidade.

Tenho um misto de sensações quando ele não retorna para a segunda etapa do jogo e, agora que não posso vê-lo, dou-me conta da merda em que estou metida.

Eu sabia que ele estava apegado desde o primeiro instante mas, não contava em também me apegar, por quê, porra, isto já estava traçado e não podíamos mudar a realidade que nos espera.

— O bom é que se nada der certo na sua vida, você pode ir para a Coréia sussurra Marie — Aposto um de meus rins que seria uma celebridade por lá.

— Como é?

À princípio, acho que está fazendo alguma tipo de piadinha sobre Son mas seu olhar indica meu canto esquerdo e, disfarçadamente me viro para visualizar um homem de fortes traços asiáticos sentado duas cadeiras depois das nossas.

— O casal que estava ali saiu no intervalo e ele se sentou e não saiu mais — mesmo em nosso idioma, a voz de Marie fica cautelosa. — Christian está à todo momento me olhando como se algo estivesse errado e da forma que este homem está buscando cada movimento seu, não sei se quero ficar aqui.

Começo a ficar preocupada.

— Você quer ir para a tribuna familiar? — reivindico sua opção inicial, antes de arrastá-la para o meio da torcida. Estávamos com crachás destinados à familiares, então quando perguntei à um segurança se com aquilo podíamos vir para esse lado, ele nos permitiu, pedindo apenas que guardássemos nossas identificações para previnir furto. — Son e Eriksen já nos viram aqui, então por mim está tudo bem se você se sentir mais confortável com suas amigas.

TURISTA | HEUNGMIN SON Onde histórias criam vida. Descubra agora