03 - BONJOUR.

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                                           maya povs

Desperto no susto com o barulho ensurdecedor do que suponho ter sido um trovão, visto pelas gotículas que batem contra a vidraça, aposto que estamos diante de um temporal; outro dia "comum" na pacata região londrina.

Espera aí... Vidraça? Ai, merda!

Eu com certeza não havia me esquecido de como viemos parar aqui ou do quê e quantas vezes fizemos antes de cairmos neste sono profundo, todavia, por um mísero segundo, desejei que não tivesse ultrapassado de um sonho erótico com um ídolo coreano após assistir isso em algum dorama da Netflix, por quê, droga, não queria ser aquela outra vez.

Estava cansada de ser o protótipo de Meredith no episódio piloto de Greys Anatomy;
Doía demais beber e buscar refúgio em desconhecidos no bar, se envolver em casinhos e terminar magoada na semana seguinte ao descobrir um casamento.

A última vez que ocorreu, além de doloroso, foi traumatizante.

Eu quase apanhei.

O problema, no entanto, é que desta vez não se tratava só de um desconhecido e sim da porra de uma estrela de futebol.

E se ele for casado? Puta merda! Qual o meu problema em não ter perguntado?
Maioria dos jogadores, principalmente os estrangeiros — que temem ficar sozinhos em um novo país — casam-se repentinamente, mesmo que jovens.

Jura que só pensou nisso agora, Maya?

Estou mortificada ao me mover, buscando nas mãos que se apoiam em minha coxa e barriga alguma aliança ou algo que indique que possua uma relação mas, felizmente, não há nada.

Uh, okay, menos mal.

Solto o ar que nem sabia que prendia. Foi só sexo casual com um homem solteiro.

Preciso reavaliar minhas decisões, no entanto, já que não estou mais na França e a cultura inglesa soa bem mais rígida;
Recordo-me vagamente de já ter lido sobre seu repúdio à libertinagem sexual e bem, mesmo que o homem deitado em minha barriga não se trate de um inglês, precisa ser o último.
Enquanto estiver sob o teto de Marie, o melhor que posso fazer é evitar sair trepando com seus amigos...

Só que, porra, ao mesmo tempo que quero reprimir, olhe só para este coreano.

Detém da proeza de ser dezenas de vezes mais atraente nu e relaxado; o cabelo escorrendo em camadas pelo rosto, a boca rosada, músculos praticamente saltando enquanto me enlaça...
Ele era como uma pintura.

Marie sempre me dissera que se viesse a sua cidade, não me deixaria ir embora;
Como não conseguira com o luxo, devo supor que apelou para meu ponto fraco.

Bonjour.

Acho que movi demais minhas pernas ao avaliá-lo, agora acordou e está olhando para mim com um sorrisinho travesso.

Não faça isso, por favor.

— Bonjour — repito, mordendo o lábio.

E ele faz.

Não leva um segundo para que seus lábios tomem os meus e seu corpo aquecido me cubra outra vez; sem muitas delongas, deslizo a mão até o seu pau e o aperto, sentindo o pré gozo escorrer por meus dedos enquanto o masturbo.

Ele segue o exemplo e enquanto uma mão se enrosca em meu couro cabeludo, a outra desce e me esfrega com vontade, enrosco as pernas em sua cintura e me entrego ainda mais para seu toque.

TURISTA | HEUNGMIN SON Onde histórias criam vida. Descubra agora