05. THE SAVOY

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    maya povs

De salto alto, estou receosa ao olhar para a escada molhada pelo chuvisco.
Com um olhar convidativo, o jogador estende o braço musculoso para me dar apoio, o quê obviamente me faz aceitar.

Ao chegarmos na calçada, ele aperta o botão das chaves e um Audi branco pouco chamativo — para não dizer o contrário — pisca em resposta.

Não era um Bentley até mais cedo?

Ele mal o toca e a coisa luxuosa se abre suavemente à seu toque; Puta merda! Onde está a discrição pela qual Marie falou que ele prezava?
Se o plano é não atrair atenção, como acha que conseguirá dirigindo isto?

Me esforço muito para não demonstrar estar chocada quando me acomodo no assento passageiro e vejo o interior;
Ele, por outro lado, está outra vez distribuindo seu toque por minha pele, adorando a sensação de me fazer sofrer enquanto me coloca o cinto.

Ao retornar para seu lado, ao invés de dar partida, puxa uma sacola de papel carmesim de baixo do banco, tira dela duas caixinhas e as apoia sob o colo.

Ao abrir a primeira, pega um par de fones bluetooth rosa e os leva à minhas orelhas, pressionando-os gentilmente nos ouvidos.

Então retira um segundo par de outra cor da outra caixa e os leva aos seus.

Fico em silêncio, analisando a situação com completa confusão.
Ele pesca o telefone, loga em algum aplicativo e clica em algo que os liga, fazendo com que um pequeno barulhinho alcance o interior de meus tímpanos.

Tudo certo?

Uma voz masculina ecoa por meus ouvidos e me causa um susto.

Aí meu Deus! — estou surtando ao dar-me conta de que a voz o está traduzindo — Como isso é possível, Son? Como?

Um segundo mais tarde, a resposta vem.

— São fones tradutores — um sorriso pondera em seu rosto, os olhinhos fechados com o fascínio — Eu pedi que trouxessem de Manchester mas não imaginei que pudesse ser tão... surreal.

Surreal é eufemismo, isto é...

Não, espere.

Pediu que trouxessem que Manchester?

Levanto as mãos para retirá-los mas ele percebe antes e como está sem cinto e com muito mais mobilidade, me segura.

Não quero que pense que...

— Não estou pensando nada — rebate, ainda segurando os meus pulsos — Eu os comprei por que quis, por que quero me comunicar com você e conseguir te dizer o quão linda está com esse vestido.

Um reverberar preenche meus sentidos e posso sentir o brilho tomar meus olhos.
Droga, pare de idolatrá-lo. Ele é fofo e atencioso mas o que tem demais? Pare!

Deixo de devotar sua aparência para frisar meu olhar à frente, nas pequenas lascas de neve que tocam o vidro do Audi.

Ele obviamente percebe meu intuito de ignorá-lo, então quando volta sua atenção para o veículo, desliza a mão para sob minha coxa de novo, massageando-a com seus dedos cálidos.
Talvez, se eu ignorar suas investidas, consiga não beijá-lo até o fim da noite.





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