06. ROYAL SUITE.

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Notas: Muitos de vocês ficaram surpresos com a vibe milionária no último capítulo, mas nem tudo aqui é apenas fictício; para escrever da história faço muitas pesquisas e por exemplo, todo carro luxuoso citado antes e depois dessa nota, realmente pertencem ao Sony.
Não se esqueçam que além de jogar num famoso clube muito tradicional da Inglaterra, ele também é modelo.


maya povs

— Ele não te deu esse cartão para servir de enfeite, Maya. — retruca Marie enquanto arrasta o carrinho pela loja, o piso brilhante adquirindo pequenos risquinhos pelas rodinhas.

— E se tiver sido só pro Uber?

Ela revira os olhos, me ignorando completamente ao pegar uma lingerie preta com detalhes em carmesim.

— A quem você puxou, hein? — levanta a peça na minha frente, como se nos medisse com o olhar — Você quer ou não fisgar o milionário MAIS COBIÇADO de Londres?

A última parte saiu alto demais e sinto que quero esganar Marie pois mesmo que em outro idioma, pessoas demais estão olhando para nós e uma vendedora surge em dois tempos à nossa frente, sorrindo.

— Posso ajudá-las com algo?

Os cabelos terra e olhos cor de mar muito se destacavam com o azul do uniforme. E ela falava francês, pelo visto.

— Sim, por favor — Marie retruca — Vocês tem algum vendedor homem?

Marie! —eu a cutuco, constrangida.

— Hum... não! — balança a cabeça, em negativa — Mas se me permite dizer, minha orientação sexual me faz apta à ajudá-las a encontrar as melhores peças.

Marie, que olhava para outra prateleira, levanta o rosto para ela, animada.

— Ótimo, você vai ser perfeita — larga o carrinho para trás e a puxa pelo braço, voltando a repetir sobre como precisamos de um conjunto marcante para seduzir uma pessoa intocável e muito cobiçada.

Meia hora depois, estou rindo dos delírios de minha prima e o carrinho está com baby dolls, roupão e prováveis seis conjuntos de lingerie, indo do preto básico rendado até um branco repleto de pedrarias, fita liga, laços e até...chicote?

Sinto meu rosto esquentar só por pensar no coreano vendo isto. Aposto que ou cairia na gargalhada ou me foderia com dez vezes mais vontade...

Droga, estou me afeiçoando.

Não é crime o interligar à lembranças ou suposições alegres, mas quando o devaneio dissipa, tudo que dece me tomar  à mente é a prioridade de retornar para Marselha, iniciar a faculdade, criar uma carreira — que ainda não descobri qual — e só então quando puder sustentar-me de meu próprio dinheiro, comprar uma casa perto de Marie e então me permitir se apegar à isso com alguém.

Durante dezenove anos fui um fardo que meus pais largaram para meus tios, que já tinham uma filha, criarem; sou grata a eles e a minha prima mas, agora chegara o momento de buscar minha independência. Meu foco deveria ser isso.






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