09. CINÉMA ET MICHELIN

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            son povs

Pesquisando sobre culinária francesa, encontrei um restaurante com estrelas Michelin chamado Hélène Darroze at The Connaught, no centro da cidade.
À princípio, desejei agradá-la com algo remetente à seu país, todavia, agora que vejo o intrigar em seu rosto quando nos fora servido "o prato do dia", meus pensamentos se voltam ao treino, para quando Eriksen deixou escapar suas condições e começo a me achar um tolo por tê-la trago à este lugar espalhafatoso e que ela, com toda certeza, é educada o suficiente para dizer ter odiado.

Mas e se ela tiver gostado e eu estiver tomando conclusões precipitadas com base em Christian?
Devo falar com ela ou só esperar?
Merda. Odeio me sentir confuso.

A primeira vez que comi Lobster empapada em especiarias na casa de Lloris, me senti um pouco enjoado — relembro, tentando quebrar o constrangimento de seu lindo rostinho — Isto não lembra a textura de vômito?

Mesmo com uma risada, posso sentir o nervosismo tomar sua expressão quando disfarçadamente eleva o olhar sob meus ombros, verificando se os engravatados na mesa ao lado me escutaram.

Sim, ela definitivamente odiou e me sinto um babaca por tê-la trago à um lugar em que ache que precisa se reprimir.

Não é que é nojento, eu só estou olhando por quê... É tão bonito que me dá até pena de comer — Sei que é mentira, mesmo assim, ela pega o talher e põe um pedaço na boca, fazendo careta.

Pesco o guardanapo e o levo até os seus lábios, ela o segura com urgência ao cuspir a lagosta gosmenta para fora.

Meu Deus!  — seu rosto avermelha.

Os dourado da roupa e do cabelo e a pele muito corada à fazem parecer o alvorecer.

Ouço quando os engravatados ao lado se movem em seus assentos com incômodo — me coloco a frente para fechar a visão sobre ela — e posso ouvir cochichos ironizando o lampejo de vômito da garota à minha frente, mas, ao me virar para intimida-los, vejo a mesma coisa que sempre acontece quando focalizam meu rosto e percebem quem sou. Tensão.

— Ela está bem, Son? — um deles pergunta. Meu rosto é puro ódio.

— Vai ficar — respondo com frieza e ergo a mão para o garçom, solicitando a conta.

Sem graça, ele se volta para os outros.

E eu me volto para ela, que está escondendo o rosto com o cabelo.

Está tudo bem, linda —apoio a mão sob a sua, acariciando-a em conforto.

Ela levanta o olhar, o âmbar de seus olhos brilhando.  Não, nem pense em recuar.

Eu acho que nós nos precipitamos ao trazer isto para fora do quarto — está repuxando o lábio inferior com os dentes, a pele trêmulando — Você é a personificação da perfeição, Son, e eu, não fui criada com etiqueta; não quero que tão pouco tempo o envergonhem.

TURISTA | HEUNGMIN SON Onde histórias criam vida. Descubra agora