08. POUVONS-NOUS SORTIR ENSEMBLE?

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para: niikcsbu_

#NOTE: Uma leitora indicou essa música e puta merda, olhe como ela praticamente relata a história de May e Son.

maya povs

Busco por algum sinal de divertimento em seu rosto mas nada existe; seus olhos salientam um infinito de melancolia e não sei se devo perguntar o quê aconteceu — ou se ele me contaria, de qualquer forma.

Mas por alguma necessidade de dar certeza, retiro os fones de seus ouvidos para que escute com clareza uma das poucas palavras que sei no inglês.

Yes!

Apenas três letrinhas e uma promessa estratosférica pondera meus olhos.

Ergo as mãos em cada lado de seu rosto, acariciando levemente suas têmporas quando coloco os lábios sob os seus para eternizar a resposta.

De olhos abertos, posso ver o exato momento em que algo não está certo.
Suas pálpebras se fecham por um lampejo de segundo durante o selinho e quando reabrem, os cílios estão úmidos.

Ele sai de cima de mim, se afasta rapidamente e posso ver a vergonha dominando cada movimento de seu corpo, mas ei, eu não me importava.
Todos tínhamos o direito de ter um dia ruim, mesmo uma estrela do futebol.

Só que, porra, sinto como se algo fosse rasgar minha garganta quando ele se apoia numa parede distante e desaba num choro silencioso, de costas para mim.

Me levanto sem exitar por um só momento enquanto praticamente corro até o canto que se apoiou, invadindo seu campo de isolamento para abraçá-lo.

Seu corpo se retesa por algum tempo entretanto um período após se permite relaxar quando o aperto um pouco mais.

Seus murmúrios me causam padecimento; uma angústia inexplicável.

Como recusávamos ajuda de Marie ou Eriksen, em Marselha, minha tia e eu trabalhávamos em um restaurante local, e com o final do ensino médio, praticamente nunca tive tempo para relações que não fossem as casuais mas, acho que confortar o seu parceiro é o que uma namorada deve fazer, certo?

Certa ou errada, dou a volta em seu corpo e o abraço frente à frente; minha cabeça apoia em seu peito — sua pele quase rasgando pelos batimentos acelerados.

Eu sinto muito por tudo isso — sua cabeça se apoia sobre a minha e suas mãos agarram à meus ombros, segurando-os como se eu fosse fugir.

Eu definitivamente não sabia nada sobre um relacionamento básico além dos que eu via na tv;
Infelizmente, a única coisa com a qual sei que posso confortá-lo, é com meu corpo e é justamente isso que decido fazer.

— Me beije! — eu peço, eu praticamente imploro, mas como retirei os seus fones, não compreende, então eu o faço.

Arqueio o corpo e também envolvo minhas mãos em sua pele, puxando-o pelo pescoço para que nossas cabeças fiquem na mesma altura e eu consiga alcançá-lo.
O gosto salgado de suas lágrimas entorpecem minha língua e me trazem um misto de sensações pesarosas.

O quê será que aconteceu?

Não posso imaginar que sendo quem é, se permitiria decair à minha frente se não estivesse em seu ápice.
E me machuca idealizar que talvez esteja se apegando ao ponto de baixar a guarda para alguém que mal o conhece.

TURISTA | HEUNGMIN SON Onde histórias criam vida. Descubra agora