son.Se eu fosse um completo imbecil, talvez cairia neste conto fantasioso —cujo Maya e sua suposta colega parecem ter acreditado—, e então talvez não perceberia o desconforto em cada ato dele após receber a noticia e a maneira como parece totalmente desnorteado e desesperado, desviando o olhar toda vez que a mãe de meu filho abre um de seus sorrisos.
Maya permanece linda. Mesmo bagunçada pelo dia agitado, ainda soa como a porra de uma deusa e tendo noção de sua aparência, não tenho razões para surtar por alguém também ter percebido. Mas, movido por raiva ou algo próximo, tenho este alarmar estridente —como se um botão tivesse sido pressionado em meu subconsciente — que, ricocheteia em meus tímpanos um certo tipo de perigo eminente que faz com que, quando os olhos dele se cruzem com os meus, uma ameaça fique explícita em meu rosto. Fique longe dela.
Para ser franco, não me orgulho de agir de tal maneira primitiva e tampouco me sinto bem com esta maldita sensação de posse que reverbera o infinito do ciúme em cada fibra óssea de meu corpo, mas, droga, nada consigo fazer para que este tormento diminua.
Tenho noção de ter tido minha criação totalmente voltada para tornar-me a personificação da educação e conduta e tenho clareza de que como uma figura pública, não posso ter qualquer atitude movida à insanidade. No entanto, se mal consigo respirar, como poderia disfarçar o ódio?
Maya havia sido a melhor coisa que cruzara meu caminho por muito tempo e eu ainda a queria.
Seus cabelos como o alvorecer ainda me hipnotizavam e juro que os olhos castanhos como chocolate conseguiam enxergar minha alma, o brilho que continha, uma mistura de pureza e a indecência..
Era de se pressupor que eu não seria o único a cair diante dela.
— Então, Laurent... — O francês desgraçado, intitulado como Bastién ou algo parecido, enturma-se ao assunto das garotas que estavam entretidas enquanto cochichavam algo na cama. — Isso quer dizer que você vai ficar na Inglaterra, né?
Engulo a seco.
— O quê? Claro que... — Ela começa mas se detém ao dar conta de que permaneço no cômodo, ainda preocupado, e trava-se naquela maldita resposta que bem conheço mas que não deixa de me corroer à cada vez que a escuto. — Bom, ainda não sei. Acredito que nenhum de nós faça ideia do quê vai acontecer à partir de agora.
Fico calado, mas ele se sobressalta.
— Como não? Você não tem um trabalho? E a faculdade? — Seu tom soa falsamente preocupado e neste instante já não me dou ao trabalho de esconder a irritação.
— Nossa, May, verdade! —a garota para quem liguei sob um imploro e única pessoa que deveria ter vindo, praticamente berra, batendo suas unhas enormes e pretas no lençol de cetim fosco que cobre metade das pernas de Maya. — Você lutou tanto para entrar na faculdade!
Não sei se a intenção inicial fora fazer com que eu me sentisse um merda por roubar o sonho de alguém, mas se foi, ele conseguiu.
O problema é que isto provavelmente está estampado na minha cara e os olhos de Maya me buscam bem neste instante de fraqueza — algo que dura apenas alguns segundos—, antes de se voltarem para o casal à seu lado.
— Está tudo bem, gente! — Ela responde com um sorriso. Se ainda está com raiva da situação, não parece demonstrar. Ou talvez... talvez esteja apenas tentando fazer com que eu não me sinta pior, o quê agradeço incondicionalmente. — Son e eu estivemos conversando e nós decidimos que é mais viável trancar a matrícula, por enquanto; pelo menos até que...
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TURISTA | HEUNGMIN SON
FanfictionDurante uma viagem, Maya acaba envolvida num jogo sexual com um dos coreanos mais conhecidos no mundo. Son, que havia prometido ao empresário entrar em uma relação somente ao fim da carreira futebolística, vê a promessa esvair de seus dedos com a po...