13. NOTRE DERNIÈRE NUIT

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#NOTE: Me fala ai, tem música mais perfeita do que essa para resumir os últimos momentos de Son e Maya?

Gratidão à leitora que nos indicou.

maya povs

   

Viajar.
   Um dia, vagueando por artigos da internet, li comentários de pessoas que diziam ter condições mas que não o faziam por falta de interesse, outros por preguiça, e alguns até por temor de voar.
Eu, no entanto, só não havia tido chance.

Nós éramos de classe baixa, mas não do tipo que passava necessidade; vivíamos uma vida... comum.
O salário no Saisons não era ruim, mas o suficiente para pagarmos maior parte das despesas, como água, luz e contas alimentícia; o único ruim fora quando Tia Ane terminou com Olivier, seu segundo relacionamento desde que o pai de Marie faleceu, pois sem ele passamos a também ter de gastar com serviços que não sabíamos fazer — como arrumar a infiltração no telhado, por exemplo — e, já que ela se recusava a receber qualquer tipo de ajuda de Christian Eriksen, sobrava para minhas economias.

Como estava no fim do ensino médio, atolada em trabalhos que me rendessem notas extras e já não tinha tempo para fazer nada, não dei muita importância,

Então houve aquele dia...

Quando cheguei do trabalho e abri aquela carta, encontrar um "aprovada" me deu a injeção de ânimo que precisava para realizar ao menos um de meus sonhos;

Minha tia não foi contra — obviamente não seria, afinal, nada iria sair do seu bolso—, e mediante à nunca ter tirado férias nos três anos trabalhando no restaurante, sendo alertado de que isto poderia acarretar um bom processo trabalhista, meu gerente também não se opôs ao me dar um tempo de descanso.

E então chegava a minha dúvida...

Se pudesse escolher um lugar no mundo para realizar este sonho, obviamente seria a Itália. Adorava a vibe retrô com seus festivais, gelatos, massas e vespas; mas como só se vai à países como este quando se tem uma boa quantidade de dinheiro para visitar todos os pontos turísticos, arrastava-me de volta à realidade.

Minha prioridade sempre foi Marie, disto não havia dúvidas.
Nos separarmos foi uma das coisas mais difíceis que me aconteceu na vida; a cidade em que ela vivia atualmente, no entanto, não era bem uma "viagem".

Londres e Marselha eram cópias um da outra, isto ficava claro em qualquer pesquisa rápida na internet.
Partilhavam dos mesmos dias frios e chuvosos, mesmas paisagens pitorescas e todo aquele mesmo ar de antiguidade.

Marie sabia o que eu achava de ir pra lá, mas mesmo assim, me persuadiu e eu fui.

Durante o check-in, fui informada de que o jogador de futebol Christian Eriksen ligou diretamente para a Air France para que fizessem um upgrade em meu nome.

Ao ser guiada para a primeira classe e perceber que teria uma cama e toda uma disponibilidade de coisas que jamais imaginei degustar na vida, prometi não me render ao novo mundo de Marie.

Obviamente falhei.

Neste momento, deitada em uma cama dossel marfim situada numa suíte presidencial, tenho o peso de ombros largos sob minha barriga nua e cabelos sedosos escorrendo por meus dedos.

Espero que você não me esqueça — sinto a respiração em meu umbigo, causando-me calafrios.

Depois de hoje? Definitivamente não.

TURISTA | HEUNGMIN SON Onde histórias criam vida. Descubra agora