Cap 6 𖠌 Assassinato de 1983

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Na noite da segunda-feira, estávamos gritando como loucas para que o time de nossa escola vencesse, Sally em uma cambalhota sinalizou para que voltássemos à dança, a torcida de ambos os times estava eufórica, eu nunca me senti tão bem em dia algum, o dia foi um pouco, na verdade, muito apertado para mim que estudei na manhã, trabalhei pela tarde e a noite fui para o jogo.

Sinceramente o salário que eu recebia não chegava nem perto do que eu trabalhava, mas como eu era de menor ̶e̶ ̶u̶m̶a̶ ̶g̶a̶r̶o̶t̶a̶, não me impressionava muito aquilo.

Lembro-me que em um momento um dos nossos jogadores foi machucado, ocorreu certa discussão, mas logo Michael entrou substituindo.

O resultado do jogo? Passamos para as finais, depois de alguns dias deveria ser o dia do próximo jogo que eu estaria para dançar e motivar.

Mas chegou terça-feira, e atualmente me arrependo arduamente desse dia, o dia em que tomei a pior decisão da minha vida.

Por volta das quatro e meia, vesti uma calça jeans larguinha de cor um pouco desgastada com um cinto escuro, vesti também uma blusa macia de gola alta e preta com um casaco escuro um pouco azulado de gola bege. Eu calcei um sapato pesado preto, eu estava com o cabelo, praticamente sem mais loiro, mas deixei-o solto e meus fios violentos se moviam enquanto eu corria pela casa em busca do meu cordão dourado que havia perdido.

Quando me trombo com a Char.

— Meu Deus! Desculpa mesmo Char – A levantei do chão – não se esqueça de colocar seu suéter.

— Exatamente, sabe onde está? – Minha mãe se aproximou.

— Aquela verde deve estar no meu quarto.

— Sabe que tem que voltar a pizzaria antes que ela feche, não é?

— Uh-hum – Sorri e voltei a revirar a casa.

Passando-se 20 minutos, peguei meu guarda-chuva e passei pela porta.

— Não quer ir de carro com a gente, Raven? – Perguntou minha mãe.

— Não, não, tudo bem. Até mais tarde Char.

Com apenas meu guarda-chuva protegendo-me, segui o longo caminho até o parque de diversões.
Mamãe iria novamente para a casa da vovó, deixaria Char apenas na entrada da pizzaria, não teria problema algum em meu ver.

Na frente do parque, vi Michael chutando algumas pedrinhas no chão, parecia falar sozinho. Ele estava lindo, um suéter roxo por cima de alguma camisa alaranjada e uma calça um pouco mais larga jeans.

— Michael? – Me aproximei, ele se assustou por não ter notado minha presença antes.

— Eae Raven, pensei que não viria.

— Mas eu cheguei no horário exato.

— Você é toda pirada, era perigoso esquecer. Enfim, antes da gente entrar no parque, quero te dar uma coisa.

Ele colocou a mão esquerda no bolso e tirou um saquinho amarrado, o saquinho havia desenhos que ele mesmo fez, como estrelinhas, a lua e pequenos cogumelos.

— Foi difícil para um cacete achar isso, mas eu sei que vai gostar.

— Como tem essa certeza? – Estendi a mão e ele me entregou com um sorrisinho de canto.

Abri o saquinho e ele estava recheado pedrinhas e cristais naturais como Cornalina, Hematita, Ametista, Quartzo rosa, Bronzita e Quartzo branco, azul e verde.

— Michael, como sabia que eu precisava?

— Eu li um pouco daquele seu livro que estava no seu quarto...

1983: O início - 𝐌𝐢𝐜𝐡𝐚𝐞𝐥 𝐀𝐟𝐭𝐨𝐧Onde histórias criam vida. Descubra agora