Ele me trouxe até em casa, eu ainda estou com aquele sorrisinho bobo, mas não posso me esquecer de dizer para ele o que vi hoje.
— Descansa bastante, Raven. Amanhã eu tenho a tal surpresa e estou afim de assistir Edward Scissorhands contigo. Hm, aliás – Ele levanta o indicador para cima, como se acabasse de se lembrar de algo – consegui o emprego como segurança naquele lugar que a gente viu, a Circus Baby's Entertainment and Rental
— Hm? – Me encontro estática.
— Pois é, estou tão feliz Raven, tão feliz que as coisas vêm se desenrolando desta forma – Ele recheou minha bochecha com beijos.
— É melhor continuar na pizzaria, não acha? – Sorrio com apreensão escancarada no rosto.
— Por que, princesa?
— Eu tive outra visão hoje, tem uma máquina igual uma concha de sorvete enorme, o nome é S.C.U.P e está bem onde você arrumou emprego, aquilo... – A saliva desce como um ácido na minha garganta – te matou na visão.
— O quê? – Ele cruza os braços.
— Deixe esse emprego um pouco para depois – Seguro a borda de sua camisa.
— Desta vez não posso adiar.
— Por favor, me escute – Acaricio as bochechas dele, minha voz é preocupada – você ainda não tem motivos para ir para lá.
Minto.
— A minha irmã está lá, Raven. Você entende, não entende?
— Era isso que eu queria te dizer... – Minha voz tenta fraquejar, com a lembrança das letras emboladas de William – o William matou ela, ela se fundiu perfeitamente na Baby e ele a levou para o lugar que você disse.
Contrario minha mentira anterior.
Com a postura reta, a cabeça dele se inclina para o lado, tentando entender o que acabou de ouvir, e talvez, por sua postura esteja se negando completamente.
— Ele não faria isso... – Murmurou ele – Raven, isso é mais um motivo para que eu vá.
— Está longe de ser um motivo, deixe isso para lá por um tempo. Temos que resolver coisas antes, as chances dele não estar lá são quase 98%
— Ele matou a minha irmã...
— Não foi só a sua... Michael eu vi e senti sua morte, isso não é um tipo de brincadeira.
— Não pode ser verdade, não vejo como isso aconteceria.
— Ninguém sabe quando vai morrer. Bem, pelo menos você tem um sinal de como evitar a sua morte, cabe a você confiar ou não em mim.
— Eu vou lá – Ele pirraça.
— Se você for... – Tento parecer "ameaçadora" de alguma forma.
— Você vai jogar uma maldição em mim? Eu já sou amaldiçoado, Raven, sou desde que nasci.
— Não sou mulher de insistir, Michael.
Sou sim, mas admito ter o ego muito inflamado.
Mas não quero, não admito que ele vá.
— Então não insista.
Meus olhos perfuram o mesmo e meu rosto preocupado se fecha.
— O que, Michael Afton?
— Não insista, Raven. Eu preciso fazer isso, pelos nossos irmãos.
— Nossos irmãos estão mortos. A última coisa que eles iriam querer é que tomássemos uma iniciativa burra.
A verdade é que o certo seria ir realmente até lá, mas meu corpo e alma se nega a ir até aquele lugar, o certo seria vasculhar cada centímetro daquele local, mas eu não quero agora, não pode ser agora até o destino infeliz do Michael ser desfeito.
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1983: O início - 𝐌𝐢𝐜𝐡𝐚𝐞𝐥 𝐀𝐟𝐭𝐨𝐧
FanficDurante nossa vida perdemos constantemente pessoas que amamos, mas eu não imaginava que perderia ela tão cedo, em 1983 a criança mais importante para mim morreu, talvez por irresponsabilidade minha? Nunca soube. Sou Raven Emily, quando tudo acontece...