28 𖠌 Plano Final

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Por Raven...

Minutos antes.

— Obrigada por me trazer aqui, Joseph. – Paro meu corpo em frente a Frigths – Mesmo sendo tão tarde.

— Por nada, tão tarde da noite não é seguro uma linda mulher vir a pé e como eu estava na estrada, seria o mínimo lhe dar uma carona.

— Obrigada... – Tento encontrar as palavras certas – Joseph, sabe que não tem nada entre a gente, não é?

— Hm? – Ele indaga com um sorriso forçado – Como não?

— Você se tornou um amigo para mim, nada mais. – Digo em tom ameno para não o machucar tanto.

— Eu... eu faço de tudo por você, eu estou sendo gentil, não estou? – Sua voz vacila.

— Você se tornou muito gentil, Joseph. Mas eu... eu amo outra pessoa.

— Outra pessoa?! – Ele grita – Que outra pessoa? É o Michael, não é?! Você ainda gosta dele?!

— Abaixe esse tom de voz comigo!

— Ou o quê?! – Ele começa a se aproximar – Acha que eu não sei o que você faz? Aquelas coisas demoníacas que você faz naquele comado de casa? Os rituais... – Ele sussurrou se aproximando.

— Como você sabe disso, Joseph?!

— Ora! Eu te amo mesmo assim Raven! Eu te amo! Muito mais do que aquele moleque...

— Responde o que eu te perguntei!

Ele silenciou com um pequeno sorriso.

— Eu te observei por um tempo, sabe? Para descobrir o que poderia lhe conquistar, tentei até mesmo me parecer um pouquinho com o Michael. Mas parece que não adiantou...

Meu coração acelera, e enquanto ele fala, minha mão vai lentamente até minha bolsa segurando a chave para entrar na Frigths.

— Você não quer que saibam o que você faz, não é? Já pensou o que fariam com você se descobrissem que é uma bruxa? Te caçariam... talvez fosse até mesmo degolada.

— EU NÃO ME IMPORTO! ME DEIXA EM PAZ!

— Eu AMO quando você grita, queria te fazer gritar de todas as formas diferentes que se pode imaginar... Eu te consertaria, sim... Mas se eu não posso lhe ter, Raven, ninguém mais poderá.

Tiro minha bolsa do ombro e jogo em seu rosto, minhas pernas puseram-se a correr para os fundos enquanto as chaves tentavam escorrer pelas minhas mãos. Não demora segundos para Joseph vir atrás de mim.

Encaixo a chave na porta de metal dos fundos do lugar e a abro, fechando-a rapidamente e trancando, tento recuperar a respiração e o medo.

Seria melhor trombar-me com um animatrônico do que com um homem como Joseph.

Escuto estalidos e zumbidos vindos das tomadas do corredor e por algumas fiações que refletiam um choque nítido e um forte cheiro de queimado. Meus sapatos reproduzem sons amadeirados pelo corredor, aqui dentro está um caos e eu posso ver fumaça de fogo subindo e as mesmas fiações se derretendo aos poucos.

Continuo meu caminho, a sala de segurança é do outro lado do estabelecimento, lá tem um cassetete, se eu quiser me livrar do Joseph eu vou precisar disso.

Meu caminho se torna laranja e cinza, a tosse começa a ficar mais forte e eu posso escutar uma janela próxima se quebrar, mas a fumaça me impossibilita de ver.

Não tem mais como pegar o cassetete, eu preciso fugir.

Uma mão agarra meu cabelo, e me puxa para trás.

1983: O início - 𝐌𝐢𝐜𝐡𝐚𝐞𝐥 𝐀𝐟𝐭𝐨𝐧Onde histórias criam vida. Descubra agora