Cap 15 𖠌 Pesadelo

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Escuto sons de engrenagem sendo quebrada e de ferro caindo ao chão, vozes infantis repetem em pranto: "Você nos matou"
Vejo um homem sem rosto, com a respiração ofegante e com um medo perturbador, mas a visão se direciona ao nada, a almas vazias, e mais um som de engrenagem é escutado por
mim, e após...
Gritos de desespero, gritos tão altos por misericórdia, que sinto meu espírito arder. A garganta do homem é corrompida e sangue escorre pelo chão, não vejo quem é, mas sei exatamente de quem se trata.

Eu acordo com a respiração ofegante e suando.

Isso não foi um sonho, tenho certeza disso.

Minha mente é como uma sala vazia com vários e vários ecos dos gritos de pânico e das vozes em pranto, elas batem de canto a canto do meu cérebro, fazendo me levantar tropeçando no ar ao tentar caminhar até a saída do quarto.

Quero ir para casa!

Suor escorre pelo meu corpo, escuto sussurros em cada canto desse quarto.

Sussurros abstratos, não consigo distinguir o que são.

Eles estão me abafando, sinto uma leve falta de ar.

Por que tudo está tão abafante e difícil de respirar?!

Minha pupila está tão dilatada, que pareço ter usado quilos e quilos de drogas.

— Raven? Tudo bem?

— Hm? – Me viro confusa para Michael.

Eu não consigo raciocinar o que é, minha mente está muito conturbada.

Michael se levanta rápido e preocupado, firmando meu braço em seus ombros, sentando-me na cama.

— Você tá bem, Raven? – Ele acaricia meu rosto e tira os fios de cabelo que grudam no suor da minha testa – Espera aqui.

As vozes continuam sussurrando, sussurrando e sussurrando.

Ele sai rapidamente do quarto, e em menos de um minuto, retorna com uma toalha de rosto, úmida.

— O que você está sentindo? – Ele passa delicadamente a toalha fria no meu rosto, tirando o suor.

— Eu acho que seu pai morreu – Digo em tom quase inaudível – ou irá morrer.

Algo me diz que é o Sr.William.

O profundo dos sussurros há pânico, e esse pânico, horror e sofrimento, me lembram o Sr.Afton, sem motivo algum, como almas agonizando.

— Calma, o que? – Ele tira a toalha de perto de mim, e me olha confuso.

— Eu acho... eu... eu não estou conseguindo pensar direito...

— Tudo bem, vamos descer, eu vou fazer um café forte para você acordar – Ele me puxa pela mão, e me leva até a escada, mas quando chegamos na mesma, um grito sai de minha boca.

No final da escada há uma face pálida com nariz de palhaço e chapéu de festa, com pedaços de animatrônicos, nele tem um sorriso humanoide e horrendo, seus olhos brilhantes azulados encaram Michael, mas ele parece não ver, por que ele não vê???

Michael se vira em minha direção, mas os olhos do ser continuam sobre o Afton.

— Raven?!

— Ali Michael, tá ali! – Eu aponto desesperada para o final da escada.

— Não tem nada ali, Raven! – Ele tenta me acalmar, segurando meu rosto em direção a sua face – não tem nada na escada, ok? – ele passa a toalha no meu rosto, tirando o suor.

Aquilo desaparece em instantes junto com os sussurros. E se estabelece um silêncio ensurdecedor.

— Eu não quero descer, Michael – Digo assustada.

1983: O início - 𝐌𝐢𝐜𝐡𝐚𝐞𝐥 𝐀𝐟𝐭𝐨𝐧Onde histórias criam vida. Descubra agora