O som da chuva agressiva do lado de fora e os fortes trovoadas, até que me ajudam a pensar.
Dois dias depois eu ainda não consegui a oportunidade de ir no tal escritório subterrâneo, muito menos de falar sobre com o Michael. Sentada no meu escritório da clínica, no final do meu turno, faço algumas anotações para organizar os pensamentos e os documentos que o Michael me mandou.
Ele me enviou alguns papéis que ele pegou na FazBear após eu ter mentido pro meu pai dizendo serem questões administrativas que eu desejava apenas conferir, e meu pai liberou acesso com o pouco de autoria que ele ainda tem na empresa.
E por meio de um outro funcionário, disse-me que um mês atrás, William ficava enfurnado no escritório estudando sabe se lá o que, na mesma época em que cinco crianças desapareceram. E não é surpresa de que ele está estudando as almas, até porque ele sabe colocar essas almas nos animatrônicos e não é qualquer um que faz isso, ele sabe manejar muito bem a agonia.
A imagem da FazBear Entretimento está mais que manchada, diversos desaparecimentos vêm queimando a imagem da empresa, e começaram a suspeitar do William, logo ocasionando seu afastamento.
Na mesma época que ele afastou, um outro funcionário chamado Steve Raglan, entrou no horário da manhã, algumas semanas depois ele saiu, o homem se parecia muito com o William, dois dias depois eu tive o pesadelo e agora ninguém mais vê o Afton, nem no escritório, nem chegando em casa pela madrugada.
Talvez ele esteja realmente morto agora...
Meu telefone do escritório toca, a atendente diz ter um homem querendo falar comigo, tenho 20 minutos até o próximo paciente chegar.
Desço as escadas da clínica, ajeitando meu sobretudo branco e a calça social. Ao chegar no primeiro andar, me deparo com Michael sentado na poltrona.
— Ele chegou fazendo alvoroço querendo ir até seu escritório, senhora. – Disse a secretária, com o tom de voz indignado.
— Irei resolver – Sorrio sem graça e levei meus paços até o Michael – queria invadir o escritório, Michael?
— Olha isso! – Ele ordenou espantado, colocando um papel adesivo amarelo e velho na minha mão.
"Encontre sua irmã e liberte-a.
Ass.: William Afton"— Onde encontrou isso? – Senti uma fincada na cabeça.
— Aparentemente eu devia ter encontrado isso quando fugi de casa aos 18, mas encontrei hoje. – Ele diz rápido e agitado.
— Você voltou na casa?
— Voltei.
— Em que parte da casa você encontrou isso?
— Na geladeira.
— Encontrou algo a mais, alguma senha ou chave que você não sabe para que serve?
— Não, por quê?
— Bem, no dia em que fomos lá, eu dei uma olhada geral na sala, computador, gaveta, enfim, tudo que eu pude, e encontrei um... – Sou interrompida pela secretária que me chamou ainda sentada na mesa dela.
— O cliente se adiantará 7 minutos!
— Já estou indo! – Respondo-a.
— De qualquer forma – Michael volta a falar, com a voz frustrada – os boatos sobre o coelho da FazBear voltaram, algumas pessoas estão dizendo que viram ele andando envolta da pizzaria de madrugada. Mais crianças estão desaparecendo e a polícia já notou a falta do William.
— Conversou com um militar?
— Sim, eles dizem que sabem que os desaparecimentos estão rondando a pizzaria, mas não conseguem encontrar prova alguma, já fecharam e interditaram, mas nada foi encontrado.
VOCÊ ESTÁ LENDO
1983: O início - 𝐌𝐢𝐜𝐡𝐚𝐞𝐥 𝐀𝐟𝐭𝐨𝐧
FanfictionDurante nossa vida perdemos constantemente pessoas que amamos, mas eu não imaginava que perderia ela tão cedo, em 1983 a criança mais importante para mim morreu, talvez por irresponsabilidade minha? Nunca soube. Sou Raven Emily, quando tudo acontece...