Capítulo 34

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Um barulho infernal que nunca parava fez Enid se mexer nos meus braços, o que fez meu corpo inteiro doer, me forço a abrir os olhos, quando vejo seu
celular tocando no bolso da minha calça, que estava no chão.

Afastei Enid cuidadosamente para que eu pudesse levantar e ela me segurou murmurando em protesto.

- Preciso atender o celular. - minha voz
estava tão rouca, provavelmente pelo que aconteceu ontem à noite. Quando percebeu do que se tratava, ela virou para o outro lado, ainda nua e se agarrou com o travesseiro, atendi a ligação sem nem olhar quem era.

- Alô?

- SUA FILHA DA PUTA, QUE SUSTO VOCÊ ME DEU. - Bianca gritava do outro lado da linha. - ONDE VOCÊ ESTAVA?

- No meu quarto. - falei brevemente. - Nós estávamos dormindo.

- São quatro horas da tarde! -  ela gritou.

- Eu pensei que você tinha sido presa, sofrido algum acidente ou pior, estivesse morta. - era notável a  preocupação em sua voz, dormimos aquilo tudo mesmo? - me perguntei.

Caminhei para o lado de Enid, que ainda dormia, podia notar muitas marcas espalhadas pelo seu corpo.

- Eu estou bem, Bia, só tive uma noite
cansativa. - suspirei.

- Está bem, só que da próxima vez atende a PORRA DO CELULAR. - ela falou a última  frase gritando e eu fui obrigada a afastar o celular, ou meus tímpanos já eram.

- Enfim... feliz aniversário, a gente ia fazer uma surpresa de manhã, mas vocês não abriram a porta. - ri discretamente para não acordar a Enid.

- Obrigada, Bia, realmente não ouvimos. - me senti culpada por ter perdido a surpresa.

- Entāo, vamos fazer o seguinte, a gente sai e fica muito chapado como
você gosta, fechado? - falei alegre.

- Não sei se você merece. - ela falou com desdém e eu ri, notei que Enid agora me olhava, me abaixei e depositei um beijo suave em sua testa.

- Eu sei que você quer, Bianca. - Eu falei rindo.

- Às seis no terraço do hotel, levem as
bebidas e o que mais desejarem.

- FELIZ ANIVERSÁRIO WEDNESDAY, BIANCA ESTAVA CHORANDO, PENSANDO QUE VOCÊ HAVIA MORRIDO. - Vero gritou e eu não segurei o riso. - SAI DAQUI SUA VADIA.

- Ouvi apenas um barulho e a ligação
se encerrou, acho que elas começaram
uma briga. Olhei para minha garota, que estava sorrindo e ergueu um pouco seu corpo para um toque suave de lábios.

- Feliz aniversário, Wedy. - eu a abracei com um sorriso enorme, ela soltou um gemido em protesto, por causa do corpo dolorido.

- Você não vai tocar em mim por dias,
depois de tudo que você fez ontem. - eu
volte a olhá-la. - Estou toda dolorida,
ainda mais lá embaixo. - ela disse, se jogando na cama devagar em seguida.

- Vamos ver se você vai aguentar. - falei travessa. - E você não ficou muito atrás não, olha. - mostrei todas as minhas marcas e ela levou as mãos até boca, fingindo surpresa, principalmente depois de ver os arranhões profundos nas minhas costas. Eu sabia que quando entrasse no banho, aquilo ia arder.

- Desculpa, baby. - ela pediu com uma voz manhosa, não resisti.

- Tudo bem amor, ossos do ofício. - eu
sorri de lado. - Você está com fome?

- Muita fome. - ela disse fazendo careta.

- Normal, já são quatro da tarde. - falei
levantando e ela abriu a boca em formato de um perfeito "O". - Vai tomar banho, enquanto eu vou pedir algo para a gente comer.

- Vou preparar a banheira. - parou de
frente pra mim e deu um sorriso sapeca.

- Estarei te esperando. - me deu um selinho e saiu, fiquei observando ela desfilar até o banheiro.

- Boa tarde... Vou querer dois pratos
de frango a parmegiana, de sobremesa
pode ser duas fatias de bolo de sorvete...

E também gostaria de fechar o espaço
do terraço por algumas horas, queria
que você levasse uma torta alemã e
champanhe pra lá, com dez taças,
não precisa se preocupar com a
ornamentação não, só essas coisas já está suficiente, obrigada. - desliguei o telefone e fui correndo para o banheiro e lá estava minha deusa tomando banho de banheira.

- Pensei que não ia vir mais.

Sorri e entrei na banheira, sentando de
costas para ela, me encostando em seu
corpo. Como havia previsto, minhas costas arderam.

O banho foi ótimo, não fizemos nada
demais, após o banho fomos comer
algo porque depois da noite passada a
gente precisa, ficamos naquele clima confortável. Enid me mimou um pouco, me fez massagem, que namorada perfeita eu tenho.

Faltando cinco minutos para as 18h, já
estávamos dentro do elevador subindo
para o terraço, pensei que seríamos as
primeiras a chegar ali, mas todos já
estavam lá, Yoko correu e me abraçou
forte, desejando um feliz aniversário e todos fizeram o mesmo.

- Eu ia comprar um bolo. - disse
desanimada, mas sendo consolada por
Lucy.

- Fui mais rápida. - mostrei a língua para ela e fui até a torta, coloquei três velas nela. - Bianca, Mani, venham! - chamei elas.

- Não tivemos a oportunidade de comemorar o aniversário de vocês, mas essa viagem é pra vocês também, caso a Veronica não tenha dito isso. - eu falei rindo e as duas me abraçaram.

- Enid te deixou tão gay. - Bianca disse
rindo e eu mandei um beijo pra ela.

- Ela despertou a melhor parte de mim.
- eu suspirei - Vamos cantar parabéns,
porque hoje vamos comemorar do jeito
da Bianca, bebendo até cair e do jeito
da Mani, dançando até os pés ficarem
calejados.

Todos comemoraram e começaram a
cantar "parabéns pra você" eu sempre
ficava sem saber o que fazer nessa
parte e ficava sem graça, cada uma
foi assoprando a sua vela e fazendo seu
pedido, a minha vela foi a última.

- "Desejo que Enid Sinclair se torne minha esposa". Assoprei minha vela, não sei quanto tempo esse pedido levaria para se concretizar, mas quando acontecesse eu ficaria muito feliz.

Depois do bolo fizemos uma roda, idéia
doida de Vero, ela foi buscar uma garrafa de champanhe.

- Que a gente nunca se esqueça de se
divertir. - ela disse tomando um gole em
seguida e depois passando a garrafa para a Lucy.

- Que todos vocês façam parte do nosso
futuro. - falou olhando para Vero e depois tomou um gole, Bianca pegou a garrafa de sua mão, proferindo suas palavras.

- Que o passado não atrapalhe nosso
futuro. - ela bebeu e passou para Siope.

- Que um dia você seja a mãe dos meus
filhos. - ele bebeu depois da declaração, ele era um cara bem legal, em seguida passou a garrafa para Tyler.

- Que um gole seja suficiente. - ele tomou um gole pequeno, rindo, e passou para Mani. Tyler já teve problemas sérios com bebidas e drogas, hoje ele era um homem diferente e aquilo me deixava orgulhosa dele.

- Que a nossa família continue sempre
unida. - Mani bebeu e passou para Xavier.

- Que ninguém consiga nos separar. - Xavier falou complementando o que Mani disse, passou para Yoko, que encarou a garrafa por um tempo.

- Que a gente não se esqueça que a família vem antes de tudo. - ela bebeu um gole e passou a garrafa para Enid.

- Que quando os dias ruins chegarem, a
gente não se esqueça que para termos
dias bons, basta estar com quem a gente ama. - ela me olhou nos olhos antes de terminar a frase e tomou um gole, me passando a garrafa em seguida.

- Obrigada por se tornarem minha família, eu amo vocês pra caralho!! - soltei uma gargalhada e virei o resto da champanhe de uma vez.

Mas depois disso, tudo se apagou da minha memória, só lembro de ter
acordado com o grito de Enid, minha
cabeça doía, meu corpo doía, ela me
sacudia desesperadamente.

O que estava acontecendo?

-
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The Mission (Wenclair) Onde histórias criam vida. Descubra agora