The Mission (Wenclair)

Capítulo 56

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WEDNESDAY POV

Acordei ainda com meu corpo muito
dolorido, estiquei o braço para abraçar a
Nid, mas ela não estava mais na cama,
abracei seu travesseiro e cheirei, seu
cheiro ainda era o mesmo, um misto de
morango com o perfume que ela roubou
de mim em Milão. Fiquei mais um pouco
na cama quando ouvi batidas na porta,
imaginei ser alguém com medo de me encontrar pelada, deveria ser Yoko, porque Bianca já chegava invadindo, não me lembro de quantas vezes ela me pegou nua na cama com alguém.

- Pode entrar. - eu disse, sonolenta.

Para minha surpresa, não era Yoko e sim o senhor C, me sentei rapidamente na cama, mas logo me arrependi porque a dor que veio foi quase de perder o fôlego, será que eu tinha quebrado alguma costela?

- Não. Sua costela não está quebrada.
- ele falou.

Parecia até que sabia o que eu estava pensando, eu dei um sorriso amarelo e ele se sentou à beira da cama.

- Wednesday, precisamnos conversar.
- eu apenas assenti.

- Quando você me conheceu fazia pequenos furtos, tinha largado a escola, mas eu sempre soube que você era uma pessoa com muito potencial, desde então eu te criei como uma filha, te dei tudo o que precisava, talvez tenha sido duro demais algumas vezes, mas é que eu não quero que você desperdice tudo o que tem e acabe se perdendo atrás de falsas ilusões, como drogas, dinheiro e mulheres. - ele era ciente da minha sexualidade, foi uma das primeiras coisas sobre a qual conversamos.

- É difícil, talvez quando você tiver filhos você vai entender o quanto é difícil mantê-los na linha e que sigam seu caminho.

- E que caminho eu tenho? Hoje sou mais um peão do FBI fazendo o trabalho sujo deles, nem eu sei qual o objetivo de tudo isso. - eu disse, talvez isso soou rude.

- Acredite, eu não queria que fosse assim. - ele disse.

- Mas no fim fico feliz que o chefe dessa operação é um velho amigo meu, as coisas poderiam estar piores se não fosse por ele. - eu concordei, afinal era verdade.

- Wednesday, querida, olhe pra mim. - levantei meu olhar para ele.

- Você está nisso por conta dos seus amigos ou ainda por aquela vingança? 
- vários pensamentos rondavam minha cabeça nesse momento.

Talvez ele conseguisse me ler tão bem quanto Enid, quando ela mandou aquele advogado lá me oferecendo exatamente o que eu queria, mas nesse caso ele sabia que havia muito mais por trás daquele contrato de liberdade, era uma promessa e ainda mais agora que eu era a Wednesday de sempre, a que não hesitava em matar e que faria o que fosse preciso.

- Talvez. - eu respondi. - Não é só por
mim e você sabe... É para o espírito dela
descansar em paz. - suspirei e limpei a
lagrima solitária que caiu, ele segurou
minhas mãos.

- Wednesday, eu já disse, isso vai matar você, quando você está cega pela vingança coisas acontecem, está aí como exemplo, o que você está passando agora. - ele suspirou e se aproximou de mim.

- Eu também tenho minhas rixas pessoais e elas tem vinte e seis anos, eu estou esperando o momento certo para me vingar, pela minha mulher e minha filha. - ele me encarou, ele já havia me contado aquela história, era realmente tocante. O mesmo era o rei da máfia de Miami, um dos seus subordinados o traiu, matou seu melhor amigo e a esposa dele, a filha deles só sobreviveu porque a mãe dela a escondeu, em um cesto, já a mulher e a filha do senhor C não tiveram tanta sorte.

- E como eu devo encarar isso? Uma
missão do governo onde eu sou uma
agente secreta que vai salvar o mundo?
- a ironia reinou na frase, eu sabia que em breve ele ficaria irritado.