Capítulo 45

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AVISO!!

Esse capítulo pode ser sensível para alguns, pois retrata distúrbio psíquico.
-

Eu sofri uma espécie de apagão, quando voltei à mim, Vero estava ali me abraçando e chorando, minhas mãos
estavam sangrando e o estado do meu
escritório era deplorável, parecia que um furacão tinha passado por ali, meus olhos queimavam, minhas mãos, meus braços, meu rosto, mas meu peito era o que mais doía.

- Wednesday, fala comigo. - Vero chorava e quando notei, seu rosto tinha umn filete de sangue.

- Vero... o quê? - eu falei sem entender
muito, eu não sabia o que havia
acontecido.

- Você teve um apagão. - eu segurei seu
rosto e vi o filete de sangue escorrendo
pelo canto de sua boca.

- Fui eu? - passei o polegar de leve no
local machucado, ela afastou o rosto.

- Não era você. - meus olhos encheram
de água novamente, como eu pude
machucá-la? - Eu devia ter notado que
você não estava bem, mas eu acabei
sendo egoísta e não notei. - concluiu.

- Não foi sua culpa... foi minha. Ela desistiu de mim... e eu não disse
nada. Nada... - me permiti chorar em
seu ombro, enquanto ela afagava meus
cabelos. - Tem alguém em casa?- eu
perguntei em meio ao choro.

- Eles saíram, resolveram ir comemorar
num restaurante o aniversário dela, ela
estava no mesmo estado que você. - ela
falava baixo. A lembrança de Enid chorando nos braços de outro por minha culpa, me fez chorar ainda mais.

- Eu preciso falar com ela, preciso dizer
que eu não a odeio, que nunca odiei que eu só estava magoada, que só queria que ela sentisse um pouco do que eu senti. - eu soluçava entre as palavras e tentei me levantar, mas Vero me impediu.

- Ela não quer te ver hoje e é melhor assim. - ela me abraçou forte. - Dá um tempo pra ela, vamos tomar um banho e vestir uma roupa limpa. - Vero me puxou para levantar e senti meu corpo fraco, ela me deu suporte para chegar ao meu quarto, me colocou dentro da banheira e senti meus machucados arderem. - Vou te esperar aqui fora.

Tomei um banho demorado, quando saí, Vero me secou e me vestiu, eu não tinha nem forças para isso, ela deitou ao meu lado e ficamos ali, às vezes eu chorava como se não houvesse amanhā, às  vezes adormecia. Não sei quanto tempo passei naquele quarto escuro, sofrendo, ouvia a voz dela pelos corredores, mas não sei se aguentaria olhar para ela sem desabar em um rio de lágrimas.

Quando finalmente tive coragem para sair daquele quarto, todos ficaram assustados, eu havia emagrecido demais, usava óculos escuros para esconder as olheiras, voltei a usar pó e me sentia estranhamente confiante.

- Bom dia. - falei com todos ainda quietos me olhando. - O que foi, o gato comeu a língua de vocês?

- Weds... você está bem? - Yoko perguntou vindo até mim, carregava um semblante preocupado.

- Estou maravilhosa, Yoko. - Ihe dei um
abraço e um beijo na bochecha, notei ela me olhando. - Bom dia pra você, Enid. - eu falei rindo pra ela, foi aí que todos começaram a caminhar até mim.

- Wednesday, tira os óculos. - Bianca pediu e eu me afastei dela imediatamente.

- Pra quê?- eu ri, sem compreender exatamente.

- Tira. - ela falou mandona, mas eu acho
que ela pensou que eu estava drogada.

- Está bom, senhorita mandona. - retirei e todos viram minhas olheiras, mas eu não havia usado drogas, muito menos tomado nenhum remédio.

The Mission (Wenclair) Onde histórias criam vida. Descubra agora