Bônus III

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Eu estava dirigindo a mais de 150 km/h.
Enid, que não tinha amor a vida, ficava
me dando tapas no braço e me culpando por algo que eu nem tinha feito. Ela havia tentado ligar para todos os nossos amigos e ninguém atendia, provavelmente porque hoje todo mundo resolveu transar.

- Toma. - Peguei o celular que estava no
porta luvas, liguei e dei pra ela. - Liga pra esse número, é um número de emergência da Vero.

- VERO! - Ela gritou. - Meus filhos, a máfia russa está indo pra minha casa, vai pra lá e tira eles de casa... Vira a esquerda e pega esse atalho. - Fiz o que ela falou, mas eu não esperava que nós fossemos por dentro de um beco reto entre dois prédios, não tinha curva. Olhei pelo retrovisor e vi que tínhamos companhia.

- Estão nos seguindo. - Ela virou para trás rapidamente.

- Cala a boca, isso tudo é culpa sua,
quando tudo isso acabar vou dar um tiro
no seu joelho... Porra! - Bati sem querer
numa lata de lixo que saiu voando.

- Vai logo pra casa... E parabéns pelo bebê. - Enid falou calma por último e desligou. Saímos daquele maldito beco e mais dois carros vieram de encontro a nós.

- Amor, temos que nos livrar deles?
- Ela sorriu e meu celular notificou.

- Quem é Megan? - Meu sangue gelou e
naquela hora eu nem me importava mais
com os três carros atrás de nós. - Eu vou acabar com você, Addams. - Ela me deu um olhar assassino e eu não conseguia nem falar. Suzanne era apenas a chefe da CIA, mas as mensagens dela sempre eram do tipo "vamos nos ver sábado às três da
tarde, no lugar de sempre" então qualquer um pensaria maldade.

- Ela é a chefe da CIA, amor, eu juro.
- Já estava esperando um soco, quando ela puxou o volante para a direita, o carro bateu com tudo no carro preto que estava ao nosso lado.

- Depois disso vamos ter uma conversa
muito séria, primeiro vamos salvar meus
filhos...

- Nossos. - A corrigi e ela revirou os olhos.

- Se livra logo deles, ou está ficando velha demais pra isso? - Ela usou a palavra proibida, ela me chamou de velha. Eu nem pensei duas vezes em jogar o carro em cima do outro de novo, fazendo ele sair da estrada e capotar. Eu ia mostrar para ela quem era velha.

- VAMOS LÁ, SEUS DESGRAÇADOS!
- Gritei de dentro do carro. Eles
emparelharam os carros ao meu lado e
os vi colocarem as armas pra fora, freei o carro e eles imitaram o movimento
parando mais a frente. Desci do carro e
fui correndo em direção ao da direita.

- WEDNESDAY! - Enid me chamou, mas eu nem liguei, acertei o motorista e peguei sua pistola, dei dois tiros e matei o do banco do carona, eles não esperavam por essa reação. Me abaixei quando vi o homem do outro carro com uma metralhadora e ouvi os tiros. Liguei
o carro e engrenei, fazendo ele sair
andando, o homem continuou atirando
achando que eu estava lá. Matei os dois
e voltei andando para o meu carro, onde Enid estava lá sentada.

- Precisava disso? - Ela falou nervosa.

- Você me chamou de velha, só não fodo com você aqui e agora e te mostro quem é a velha, porque meus filhos estão em perigo. - Saí de lá cantando pneu. Uma quadra e meu carro morreu, literalmente, ele não ligava mais.

- Vamos ter que ir correndo. - Falei saindo do carro. Peguei a bomba.

- Espera. - Ela falou e eu parei de andar. - Deixa no carro. Ninguém nunca pensaria que deixaríamos uma bomba assim num carro abandonado.

- E se roubarem o carro? Teremos outro
grande problema. - Falei como se fosse
óbvio.

- O carro nem liga, como vão roubar?

The Mission (Wenclair) Onde histórias criam vida. Descubra agora