Back to you, love | Soraya x Simone Tebet

Confidere.

Entre sentir raiva, medo e satisfação pela menor ter decidido expor a relação das duas para o marido, Tebet escolhe a terceira opção; por um momento, ela cogita se desvencilhar da ex-aluna, não por não querer tê-la consigo, e sim por não fazer a mínima ideia de como lidar. Tudo mudou quando Soraya decidiu apertar o abraço.

O ato da loira, seja ele impensado ou não, comunica apego e afeto. Sim, afeto, porque prova para a mais velha que Thronicke está se permitindo ser sensibilizada por ela.

De forma labiríntica e usual, Simone se deixa brincar com as voltinhas que faz nas mechas flavas da amante, que se esconde em seu pescoço e braços. É como se Carlos César e a equipe médica do hospital tivessem partido para uma terra estrangeira e só restassem as duas candidatas naquele cubículo.

Faz-se necessária uma chamada de volta à terra vinda do senhor ali presente para que as duas retornem ao mundo real a tempo de se esquivarem da junta de profissionais da saúde que está auxiliando a senadora.

"Você precisa lavar o rostinho antes de sairmos daqui, Simone." é a última coisa que a menor consegue sussurrar, com a voz mansa, e assim a morena o faz. Por conta de tudo o que aconteceu, Tebet decide agradar a ex-aluna.

[...]

— Eu acho que preferiria ter sido acordada com uns tapas da Soraya, ou berros do Kajuru... — a morena diz, quebrando o silêncio dentro do carro de César e fazendo o homem rir. — Detesto hospitais.

— Você vai ver os tapas, Simone Nassar Tebet. — a loira reclama, espalmando a palma de leve na coxa da supracitada.

A configuração dos três dentro do veículo segue da mesma forma que antes; as duas senadoras dividem o banco de trás, enquanto o homem fica na posição de chofer. Estão seguindo para um dos restaurantes favoritos da mais jovem.

— Soraya, por favor, eu ainda estou aqui... — Carlos reclama.

— Eu já te disse coisa muito pior, Carlinhos. — como sempre, Soraya resmunga.

— Carlinhos? Que intimidade engraçada... — a mulher de fios negros alfineta e maneia a cabeça em afirmação, fingindo sentir ciúmes.

— A Soraya é terrível, Simone. Foge enquanto tem tempo. — ele responde em tom de brincadeira assim que para no sinal fechado, rindo.

A alegria do empresário não dura muito porque, vendo a oportunidade, a loira retira seu salto agulha preto com detalhes em castanho-avermelhado e o usa para bater no marido. Tebet ri em meio a bagunça.

Quando o sinal abre, Thronicke para de brincar com o homem.

De certa forma, mesmo "apanhando" da senadora, Carlos e Soraya se sentem mais como uma família agora. O que existe entre os dois é um carinho de amigos que foi secretado por conta da divergência de interesses e, graças ao divórcio, finalmente estão em coalizão.

Depois da agressão física, a loira acaricia o ombro do ex-companheiro com as mãos delicadas e um coral de risos sucede suas ações. Ainda o xinga e ele leva tudo na esportiva.

Assistindo a cena, Tebet dá um sorriso cheio; ela nunca esteve tão feliz. E, mesmo vendo a quedinha de faculdade estressada, Simone enrubesce percebendo uma doçura quase infantil que é inerente a quem Soraya Thronicke se mostra ser. De certo, a morena percebe o amor e a blandícia que compreendem as mínimas ações da amante e isso a faz se sentir infinitamente agraciada. O impacto do vislumbre da professora é tanto que, pela primeira vez, ela puxa a palma da dona do sorriso mais bonito do Senado na frente de uma terceira pessoa, segurando de uma maneira que seja possível acariciar a pele clara da menor com o polegar.