Back to you, love | Soraya x Simone Tebet

Juliet to your Juliet.

— Deve ser a luz baixa... — Simone diz enquanto observa Soraya mexendo em sua bolsa.

— Perdão? — a outra responde confusa.

— Seus cabelos loiros. — a mais velha diz enquanto se aproxima por trás de Soraya e mexe em seus fios com muito cuidado.

— São naturais, se é isso que quer saber. — a mais nova diz em tom de deboche enquanto sente a respiração pesando.

— Ficam lindos à meia luz dessa luminária. Quer dizer, sempre estão lindos...

— Você deve ser muito apaixonada por mim mesmo, Tebet. — resmunga sentindo aquele carinho abobado.

Simone sorri.

— Me sinto uma adolescente confusa com essas suas investidas, sabia? — a morena cheira o cabelo loiro disposto em suas mãos, provocando um arrepio na mais nova.

— Quem me dera que fosse, senadora.

— Prefere as mais novas, Thronicke? — diz e gargalha, afastando a face da cabeça da loira.

Aquilo pega Soraya de um jeito incomum. O mínimo cuidado, palavra de carinho ou provocação de Tebet faz com que a senadora do Excelentíssimo sinta algo indecifrável para quem assiste de fora; Soraya Thronicke sente como se a vida sempre a arremessasse de volta para Simone Tebet, mas, dessa vez, não se sentia disposta a perdê-la por falta de atitude e comprometimento com os flertes "ao acaso".

— Incompreensível. Você é incompreensível. — diz tocando a mão da mais velha e a trazendo para si.

Simone e Soraya estão perto novamente. Uma proximidade perigosa, principalmente pelo fato de ser em um local com câmeras. Quando o nariz de uma encontra o da outra, Thronicke se afasta.

— Me desculpe, eu... — Simone começa e é interrompida pela ex aluna.

— Não, idiota. O Senado tem câmeras espalhadas por toda a extensão da câmara.

— Ah, então, se não fosse por isso, eu e você e... você e eu... — a mais velha começa e arranca um sorriso com os olhos da outra — Você sabe...

— Iríamos, mas se acalme... Estarei em casa sozinha hoje.

— Não. — Simone a corta, assustando-a.

— Como não, maluca?

— Vai estar comigo. — sorri.

— Imbecil. — revira os olhos — Junte suas coisas porque já passamos do horário.

— E isso não é minha culpa. — se justifica.

— Como não, Simone? Você acha que não te vi jogando conversa fora ao invés de trabalhar? — a mais nova reclama.

— Mas hoje só conversei paralelamente com você. — franze o cenho e vai até sua mesa para pegar alguns pertences. — Às vezes, penso que alguém deveria te prender com camisa de força, senadora Thronicke.

— Você flerta de um jeito tão esquisito... — diz enquanto presta atenção em cada pequeno ato da morena.

— E você gosta, não gosta? — Simone fala imitando a voz de Soraya, recebendo um olhar de reprovação em resposta.

As senadoras saem do Senado e fazem um percurso divertido até o estacionamento oficial. Ao entrarem no carro da mais nova, Soraya recebe um telefonema.

— Já te pedi para respeitar o meu espaço, Carlos. — Thronicke diz enquanto Simone afivela o cinto.

— Eu sei... Só queria te pedir desculpas de novo, Soraya. — o marido da senadora fala em um tom quase que fúnebre.