3. Psycho Killer

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Deixo a Megan na casa da Sarah, a mulher está inconsolável, e eu entendo, não é fácil ser expulsa de casa pelos seus pais

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Deixo a Megan na casa da Sarah, a mulher está inconsolável, e eu entendo, não é fácil ser expulsa de casa pelos seus pais.

Odeio me sentir impotente, ver a minha amiga sofrer desse jeito e não poder ajudar. Nessas horas concordo com o que Eli me dizia:

Só podemos confiar em nós mesmos, porque o resto te abandona no primeiro sinal de dificuldade.

Entro no meu apartamento, e busco o meu cigarro que mantenho guardado na cômoda. Sei que é um hábito nojento, Sarah vive pegando no meu pé por causa disso, mas o que ninguém sabe, é que o cigarro é o menor dos problemas vindo de onde vim. Se eu não tivesse um pouco de inteligência para não cair nas fantasias que a droga traz, hoje estaria perdida, afinal, meios e oportunidades eu tive aos montes.

Dou a primeira tragada no cigarro, me trazendo um alívio temporário e olho em volta do meu apartamento. Moro sozinha há anos, e gosto disso, não que eu não me sinta solitária às vezes, mas isso eu resolvo com companhia aleatória masculina.

Confesso que às vezes sinto inveja da vida que a Sarah tem, a minha amiga possui tudo o que sempre sonhou, ela faz o que gosta, tem um homem que a ama, possui amigos e família que a ama também. Não que eu queira nada disso, gosto da maneira que levo a minha vida, faço sexo quando quero e com quero, tenho que ser responsável apenas por mim mesma.

Pego o meu celular e vou até o aplicativo de mensagens, ignorando a maioria dos convites para encontros que recebo. Não tenho problemas em repetir encontros, mas não gosto da forma que os homens ficam, quando acham que tem poder sobre mim, eles querem que eu mude a forma que sou, acham que podem ditar que roupa uso, se devo ou não usar maquiagem, e o pior de tudo, querem que eu pare de trabalhar como acompanhante. Eu sei que esse não é o trabalho dos sonhos de qualquer um, muito menos é uma profissão que você conta para os seus familiares, mas me orgulho do que faço, o serviço de acompanhante paga meu aluguel, pagou o meu carro, minha faculdade e se não fosse o meu trabalho, hoje provavelmente seria mais uma no sistema penitenciário ou pior, estaria em um caixão. Sei que se eu não tomar cuidado, isso não está longe de acontecer, prostituição é crime, e se não souber onde piso, posso encontrar um louco que me matará durante o ato sexual, mas todas as profissões têm o seu risco e essa não é diferente. Aceitei o meu destino no momento que encarei o meu primeiro cliente, eu só quero que me aceitem como sou, os meus defeitos e minhas qualidades.

Eu sei que um dia vai acontecer, eu vou conhecer o cara, é inevitável, já me apaixonei uma vez, e vivo nesse eterno luto por um amor arrancado de mim precocemente, mas eu sei que não será para sempre assim. Contudo, enquanto isso não acontece, eu me divirto o quanto posso, ficando com quem eu quero, sem pensar nas consequências.

A beleza é uma benção e uma maldição, um dia ela acaba e o que vai restar são nossas memórias, nossa inteligência e nosso plano de aposentadoria.

A notificação de uma nova mensagem me desperta dos meus devaneios, e vejo ser uma mensagem do Erick.

Erick: Fiquei sabendo que você deu uma de psicopata na casa dos pais da Megan.

Despedida de solteiro vol.2Onde histórias criam vida. Descubra agora