36. Além de escroto, ainda é racista.

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Tiffany: Essa noite, eu e você?

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Tiffany: Essa noite, eu e você?

Encaro a tela do meu celular, pensando na possibilidade. Desde que comecei a transar com a Portia, não fico com mais ninguém, não por falta de oportunidade, mas não senti nenhuma necessidade de ficar com outra mulher. Porém, essa noite a mensagem da Tiffany, uma mulher com quem transei muitas vezes antes de começar a ficar com a Portia, me faz considerar a ideia.

Estou com muita vontade de transar, seria melhor que fosse com a Portia, mas estou cansado de ficar esperando por ela. A mulher não faz nenhum esforço para esconder que está com outra pessoa, trabalhando ou não. Afinal, todas as noites em que ela deveria estar dormindo no quarto ao lado, ela está passando na rua, ao lado de sabe-se lá quem.

Tento me convencer de que enquanto digito a mensagem para Tiffany, não esteja fazendo isso somente para esquecer a Portia, mas sim porque realmente quero passar a noite com uma mulher diferente.

Paro de digitar quando ouço o barulho da porta do meu quarto ser aberta, Portia está parada na entrada, ainda usando a mesma roupa que estava hoje de manhã no hospital. Ela me olha deitado na cama, usando apenas uma cueca – boxer, porém seus olhos não demonstram nada, Portia está apática. Não falo nada, apenas a observo enquanto ela se aproxima e sem convite se deitada ao meu lado.

Portia descansa uma perna em cima da outra, uma mão repousa na sua barriga, enquanto a outra ela coloca atrás da sua cabeça, deixando seu rosto levemente inclinado para cima, enquanto fita o teto. Vendo que ela não vai falar nada, decido quebrar o silêncio:

— Como foi o seu dia? — Pergunto abandonando o meu celular em cima da mesa de cabeceira, esquecendo completamente que estava mandando uma mensagem para a Tiffany.

— Confuso. — Ela diz simplesmente ainda sem me encarar.

— Sua amiga vai ficar bem? — Lembro-me que ela estava no hospital pela manhã, visitando uma amiga que ela não me contou quem era.

— Ela faleceu há duas horas. — Portia simplesmente solta a informação como se estivesse falando do tempo e fico surpreso.

— Sinto muito, Portia. — Falo compadecido, e deito de lado olhando o perfil do seu rosto. — Do que ela morreu?

— Ataque cardíaco. — Portia suspira. — Os médicos não tinham o que fazer. Já era o esperado, apenas lhe deram algum conforto para ela ter uma morte tranquila.

— Quer me falar sobre ela? — Ela nega com a cabeça e finalmente me encara, seus olhos azuis sem brilho algum, seu rosto denunciando sua tristeza, mesmo que não haja nenhuma lagrima.

— Posso ficar em silêncio? Apenas... ficar aqui em silêncio. — Ela volta a encarar o teto e não tenho o que dizer, apenas concordo.

Não sei por quanto tempo ficamos deitados um ao lado do outro, encarando o nada, com nossos próprios pensamentos. Meu corpo começa a relaxar, e levo um pequeno susto quando ouço novamente a sua voz.

Despedida de solteiro vol.2Onde histórias criam vida. Descubra agora