Entro no quarto onde Megan está e a encontro meio sentada na cama, suas costas contra a cabeceira e suas pernas esticadas. Ela sorri quando me vê, e eu a abraço, sentindo a emoção de vê-la se recuperando transbordar.
— Max me disse que você foi ao médico hoje. Está se recuperando bem?
— O médico disse que estou melhor do que ele esperava.
— Como está se sentindo hoje, digo mentalmente? — pergunto, acomodando-me ao seu lado.
— Não sei dizer como me sinto, para falar a verdade. Eu estou bem fisicamente, mas por dentro me sinto vazia.
— Acho que te entendo. — Sinto seu olhar como se eu não soubesse do que estou falando. De certa forma, ela está certa, mas me apresso a mostrar que entendo. — Minha mãe era alcoólatra. Quando bebia, era como se eu não existisse. Quando ela me entregou para o meu pai, senti-me bem fisicamente. Acordar sem o receio do que ia encontrar, sem medo de encontrar minha mãe morta, nua ou chorando porque o dinheiro da bebida tinha acabado, me trazia alívio. Mas, ao mesmo tempo, me sentia vazio, porque não era isso que eu queria. Eu amava minha mãe e queria que ela me amasse da mesma forma. — Olho-a sério. — Olha, sei bem que isso não se compara à perda de um bebê, mas conheço a dor da perda e entendo o que você está sentindo. E, por mais que eu entenda que ficar na segurança do seu quarto seja muito convidativo, a vida lá fora não vai esperar você se sentir segura para seguir em frente.
— Eu sei, só quero um tempo para me sentir eu mesma. — Megan levanta os ombros. — Sinto que assim que eu sair deste quarto e enfrentar a vida lá fora, vou desmoronar. Perdi o amor dos meus pais, perdi meu bebê, não tenho nada que me deixe feliz o suficiente para seguir adiante.
— Você nunca mais vai ser a mesma. — Digo, abraçando seus ombros. — E você ainda tem a gente, nunca vamos te abandonar. Sinta o nosso amor e nossa força para você, e se um dia achar que vai desmoronar, me procure. Vou estar aqui para te segurar.
— Você é o homem mais fofo e maravilhoso que já conheci. — Ela me lança o sorriso mais doce. — Se minha amiga não te valorizar, eu me caso com você.
— Olha que vou me lembrar disso. — Beijo sua cabeça. — A propósito, falando na sua amiga...
— Não. — Ela corta minha frase, balançando a cabeça negativamente. — Se a Portia sonhar que eu disse onde ela está ficando, é capaz de me dar uma surra.
— A Portia nunca bateria em você.
— Quer apostar? — Ela arqueia a sobrancelha, sorrindo de lado.
— Ela nunca bateria em você na sua atual condição. — Afirmo, incerto, e seu sorriso tímido se transforma em um maior ainda. — E nunca falaria para ela que foi você que me contou. Ela pode me dar a maior surra do mundo, mas não direi o seu nome. — Garanto. — Por favor, coelhinha. — Faço a minha melhor cara de cachorro que caiu da mudança e consigo convencê-la. Megan me diz que ela está em um hotel, me entrega o número do quarto e o endereço.
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Despedida de solteiro vol.2
RomanceO grupo de amigos estão de volta nessa comédia romântica. Portia possui muitos segredos, mas ter aversão ao relacionamento e amor não é um deles. Ela sempre deixou claro o quanto prefere levar um tiro do que levar uma flexada do cupido. Erick e f...