31. Casamento do Max e Sarah parte 2.

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Eu tenho um problema

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Eu tenho um problema.

Uso o sexo para relaxar. O problema nisso? E a descarga de adrenalina que o sexo me traz. Após o orgasmo, dependendo do meu estado de espírito, eu desmorono.

E eu fiz isso com o Erick.

Passei a manhã toda me segurando, tive sucesso, até agora.

Merda!

Já não bastou chorar bêbada nos braços do Erick na noite que saímos juntos para o baile, agora, tenho que chorar com o pau dele dentro de mim.

E humilhante. Horrível. Quero me esconder dele até a próxima encarnação.

— Portia? — Ouço o Erick me chamar, mas me recuso a olhar para ele.

Quantas vezes preciso chorar na frente dele, até ele notar o quanto sou fraca?

— Portia, fala comigo. — Ele pede, e me vira em sua direção.

Nego com a cabeça, sentindo suas mãos nos meus ombros, enquanto as lágrimas caem descontroladas.

Merda de choro descontrolado.

— Certo. — Ele suspira. — Foi algo que fiz? — Nego, ouvindo a preocupação em sua voz. — Algo que não fiz? — Não respondo. — Algo que deveria fazer? — Nego novamente. Erick finalmente fica em silêncio, me fazendo agradecer em pensamento, no entanto, o silêncio dura pouco. — Quer que eu te abrace? — Nego novamente, porque se ele fizer isso, vou desmoronar de vez. Estilo posição fetal no chão do banheiro.

Não sei por quanto tempo fico de cabeça baixa, chorando o mais baixo que consigo, enquanto Erick fica encostado na parede em frente a mim.

A música lá fora toca alto, provavelmente Sarah já deve ter surtado por culpa do meu sumiço. Mas não sei como vou encarar o Erick agora, após gozar e chorar em seguida.

— Desculpe por isso. — Limpo o meu nariz com o papel que Erick me entregou. — Acho melhor sairmos, deve ter uma fila imensa lá fora de pessoas querendo usar o banheiro.

— Não vamos a lugar nenhum até você me dizer o que está acontecendo. — Ele exige e nego com a cabeça. — Não quer conversar comigo, tudo bem. Então vou mandar uma mensagem para a Megan e pedir que ela venha até aqui te ajudar.

— Não! A Megan não. — Tudo menos ela. Já basta eu ter quebrado na frente do Erick. Se a Megan ver o estado que estou, ela não vai me deixar em paz enquanto eu viver. — Está tudo bem, Erick. — Me viro para me olhar no espelho e encontro seus olhos preocupados pelo reflexo.

Odeio esse olhar, pena. Principalmente vindo dele.

— Está tudo bem? — Ele me pergunta desconfiado.

— Sim. — Coloco o meu melhor sorriso e limpo os cantos dos meus olhos, agradecendo que a maquiagem que usei é a prova d'água. — Que foi? Nenhuma mulher chorou depois que transou com você?

— Vai me dizer que seu choro foi uma reação natural depois do orgasmo. — Erick solta uma gargalhada fingida. — Conta outra querida, você consegue mentir melhor.

— Me deixa em paz, Erick.— Ando em direção a porta, me sentindo claustrofóbica com ele aqui dentro desse cubículo fechado.

— Não. — Ele coloca a mão na madeira da porta, me impedindo de abri-la. — Vamos conversar, ou que Deus me ajude Portia, vou chamar suas duas amigas, pouco me importando se uma delas é a noiva, e não puder lidar com isso agora.

— Você e desse tipo? Que conversa depois do sexo. Eu geralmente só quero beber água e dormir. Estou morrendo de sede.

— Não desconversa. — O homem está implacável.

— Não estou desconversando. — Faço a minha cara de inocente. — Eu preciso mesmo de água e cigarro. Nossa, que vontade de fumar. — Abro a minha bolsa de mão e retiro meu maço de cigarro, colocando um, nos meus lábios. — Quer mesmo que eu fume aqui dentro, vai morrer sufocado. — Ameaço acender e Erick suspira.

— Você é a mulher mais difícil de lidar que já conheci.

— Não estou aqui para deixar a sua vida fácil, meu querido.

— Muito marrenta para quem estava chorando como um bebê até a alguns segundos atrás.

Erick libera a porta, e encontramos uma senhora de quase sessenta anos se contorcendo em frente a porta. Ela nos olha com repreensão.

— Desculpe a demora, meu namorado prendeu o saco no zíper, precisei ajudar. — Sorrio para a mulher e Erick segura firme a minha mão me arrastando com ele.

— Você é inacreditável, Elvira. — Erick diz com um tom irritado, mas a sombra de um sorriso nos seus lábios, entregam que ele não está me repreendendo de verdade.

— Como explicar todos os gritos e demora? Um escroto preso no zíper e melhor do que admitir que eu estava dando para você no banheiro.

— Vamos alimentar o seu vício e conversar.

— Prefiro fumar e voltar para o banheiro para transar de novo.

— Já ouviu a expressão, saco vazio não para em pé? Basicamente é mesma coisa, mas no caso o meu saco está vazio e meu pau não vai ficar em pé tão cedo. — Uma das convidadas nos ouve, e nos olha com um sorriso no rosto zombeteiro.

— Por que não anuncia isso no microfone? Tenho certeza de que nem todos ouviram.

— Boa ideia, vou anunciar durante o meu discurso de padrinho.

Nós paramos em uma área mais isolada da festa, o vento nos traz a brisa do mar, trazendo um conforto e uma tranquilidade necessária.

— Pode fumar e começar a falar. — Ele coloca as mãos nos bolsos me olhando com atenção.

— Sério, Erick. Não foi nada de mais. Aconteceu. Vamos esquecer o episódio e seguir em frente. — Suspiro, e desisto de fumar, guardando o cigarro de volta para a bolsa.

— Portia, eu gosto de você. — O olho surpresa com a declaração. — E por gostar de você, eu faço de tudo para te conhecer melhor. E até agora, já descobri pequenos detalhes, como um quebra-cabeça. — Ele faz uma pausa, a intensidade do seu olhar deixa a minha respiração suspensa. — Sua orelha esquerda fica vermelha quando está muito irritada e não pode explodir. Você balança a sua perna quando está impaciente. Morde o seu lábio quando quer sorrir, mas não quer demonstrar que está muito feliz. Você não percebe, mas usa o cigarro para fugir de algum assunto desconfortável, e não tem uma desculpa para sair. Você gosta de se passar por uma mulher superficial e sem conteúdo, mas possui pelo menos cinco clássicos na sua estante, quatro livros sobre finanças e pelo menos dois, autoajudas e todos eles foram lidos mais de uma vez. E hoje descobri mais uma coisa. — Ele pausa novamente e sinto meus olhos marejarem. — Você usa o sexo para desviar dos seus problemas. Mas hoje não foi possível não é? — Nego com a cabeça e seco uma lágrima teimosa que escapou. Erick se aproxima com cautela, e passa o polegar na minha bochecha, seu toque quente e terno, faz o meu coração disparar. — Você é a mulher mais forte que já conheci, depois da Belinda. — Ele sorri e não tem como não sorrir junto. — Mas não precisa ser forte o tempo todo. Você tem pessoas que se importam com você, e eu sou uma delas.

Abraço o meu corpo, e controlo a minha respiração para parar de chorar. Encaro seus olhos tão azuis quanto o mar atrás dele.

— Minha casa pegou fogo. Eu perdi tudo Erick. — Solto uma respiração que nem sabia estar prendendo. — Alguém colocou fogo na minha casa, e o meu amigo Greg, acha que foi o primo do Max, Nicholas. E acho que ele só está começando. 

Despedida de solteiro vol.2Onde histórias criam vida. Descubra agora