Despedida de solteiro vol.2

33. Bônus.

Não consigo acreditar! Eu finalmente me casei com a Sarah.

Olho a mulher linda ao meu lado, usando um vestido branco de noiva, com um penteado elaborado e maquiagem impecável. Sua atenção está voltada na direção da minha irmã Ellen, que finalmente conseguiu sair do seu plantão no trabalho e veio para a cerimônia.

Sou um homem sortudo. Depois de toda a loucura com a Beatrice, nunca imaginei que existisse um amor tão tranquilo quanto o que tenho com a Sarah. Obvio que nós dois discutimos. A mulher é uma fera quando está com raiva, com um temperamento explosivo quando quer, mas não existe um dia sequer, que não acorde de manhã com as suas pernas entrelaçadas a minha e sua mão enfiada em minha cueca, que não me sinta completamente feliz.

Durante o meu noivado com Beatrice, confesso que sempre tinha dúvidas quanto me casar com ela, mesmo que a amasse. Porém, meu relacionamento instável com ela, não me deixava ansioso para uma vida inteira.

Meu emprego vivia sendo ameaçado pelo meu primo Nicholas. Minha mãe era tão narcisista quanto a minha ex-noiva. Meu pai havia acabado de morrer, e Beatrice era a única ao meu lado, mesmo com todos os seus defeitos. Confesso, estava confortável ao tê-la por perto. Eu me enganava quanto aos meus sentimentos verdadeiros, até conhecer a Sarah, a mulher baixinha com tatuagens nos braços e cabelos cacheados.

Sarah me tirou da zona de conforto, ela mudou a minha forma de pensar e agir, ela me mudou por completo. Eu não quis mais aceitar menos do que merecia, e eu merecia a Sarah, eu a queria como um homem perdido no deserto quer um copo com água. E para a minha sorte, Sarah me quis também, Deus sabe o porquê, mas ela me aceitou, mesmo depois daquela cena ridícula no jantar na casa da minha mãe, em que Sarah e Beatrice brigaram e caíram da escada.

— Uma moeda pelos seus pensamentos. — Sarah me traz de volta dos meus pensamentos e sorrio para a minha mulher.

— Estou pensando no quanto tenho sorte em ter você aqui comigo. — Falo a verdade e beijo o seu rosto corado.

Uma tilintar em uma taça chama a minha atenção e vejo Megan em pé com um sorriso no rosto.

— Certo. — Megan toma a frente, ao que parece ela vai ser a primeira a começar a fazer o brinde. — Sarah, nos conhecemos desde a adolescência, mas o que ninguém sabe, é que você sempre foi um modelo que sempre quis seguir. Você me inspira. Me faz querer ser melhor. Sabem como é difícil acompanhar o ritmo dessa mulher? Não é fácil. — Um coro de risadas preenchem o salão. — Quando te conheci, pensei que tinha ganhado uma amiga, mas estava enganada. — Ela faz uma pausa. — Eu ganhei uma irmã. Obrigada por sentar ao meu lado naquela varanda e ter puxado conversa, eu não saberia o que é felicidade se não tivesse te conhecido. — Seus olhos marejam e os olhos da Sarah não está muito diferente. — Max, acho bom você cuidar da minha amiga, porque senão, vou me juntar com o Senhor Richard e te caçar até os confins mais sombrios da terra. — Ela repete a ameaça que o pai da Sarah fez a mim a um tempo atrás.

— Acho que é a minha vez. — Portia pega o microfone e revira os olhos para nós, visivelmente desconfortável. — Só vocês para me obrigarem a fazer isso. — Sarah sorri. — Sou cética em relação ao amor, mas quando vejo vocês dois juntos, consigo vislumbrar um pouco desse tal sentimento. Só posso dizer, cuidem um do outro. Nunca durmam brigados. Escolham suas batalhas, e não desperdicem suas vidas com mesquinharias. Nunca se sabe quando será nosso último dia, então sempre digam que se amam. Se um dia estiverem com raiva um do outro, se lembrem do porquê começaram esse relacionamento, e tentem se perdoar. O amor é como uma taça cristal, se bem cuidado dura a vida toda, mas um minuto de distração, ele pode rachar e se partir em milhões de pedaços. Concluindo esse discurso enfadonho, amo vocês, e se um dia resolverem renovar os votos, não me convidem, seus dois casamentos, foi o bastante para mim por uma vida inteira. — A mulher é um furacão, ela fala tão rápido e volta a sentar tão rápido que mal registramos. Mas suas palavras me tocam de um jeito que não imaginei que iria tocar. Beijo a têmpora da minha mulher sentada ao meu lado, e vejo que ela está tão emocionada quanto.