6. Uma menina má.

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Enquanto dirijo até o endereço que Portia me passou, tento pensar em um assunto neutro para conversar com a ela

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Enquanto dirijo até o endereço que Portia me passou, tento pensar em um assunto neutro para conversar com a ela. Sinto-me como um cachorro que corre atrás do motoqueiro, quando finalmente alcança a moto, não sabe o que fazer. Geralmente não tenho dificuldade para conversar com uma mulher, mas estou falando da Portia, a mulher que pode fazer as minhas bolas explodirem apenas com um olhar.

Aparentemente, Portia também está incomodada com o silêncio no carro, ela pega o seu celular, e sem me pedir, conecta no rádio do meu carro, assisto em silêncio enquanto ela liga uma música do Queen.

- Queen. Sério? - Arqueio a sobrancelha a olhando rapidamente.

- Aceita caladinho. - Ela parece que ficou mais a vontade, sua postura antes rígida durante o caminho até aqui muda conforme a música Don't stop me now toca no alto-falante.

- Sabe, as pessoas bem-educadas, geralmente pedem autorização para mexer no rádio do carro de outra pessoa. - Implico.

- Ainda bem que não sou educada. - Ela me olha com a sobrancelha arqueada.

- Então você é uma menina má. - Sorrio com malícia.

- Alguém me mata? - Ela murmura, suspirando e passando a mão em seu rabo de cavalo.

Um congestionamento nos pega de surpresa, e sou obrigado a parar o carro. Portia reclama um pouco, mas não me importo, isso me dá uma chance de ficar ao seu lado por mais tempo.

Não sei o que acontece, mas essa mulher é como um fruto proibido, e todas às vezes que eu a vejo, sinto vontade de ir contra todos os sinais de alerta e assumir o risco, apenas uma vez, somente para saber como é tê-la na minha cama por uma noite.

- Você está bem? - Portia me pergunta, me tirando do meu surto mental.

- Sim, por quê?

- Você está com uma cara de preocupação. Na verdade, desde que chegou no restaurante você está estranho. - A olho confuso.

- Estou normal. - Me defendo.

- Não está não. Tem uma veia aqui - Ela aponta para a minha testa -, que só aparece quando você está estressado.

- E como diabos você pode saber?

- Sabendo ué. - Ela dá de ombros. - Então fala para mim, o porquê a veia na sua testa não parou de pulsar desde o restaurante?

- Você é muito estranha. - O carro anda alguns metros e para novamente. - Nesse ritmo vamos ficar aqui o dia todo, dá uma olhada para mim, alguma rota alternativa no GPS.

- Não adianta desconversar. - Ela pega o seu celular e começa a navegar pelo GPS. - Daqui a quinhentos metros vira à direita. - Afirmo com a cabeça, Portia se vira para mim me olhando diretamente. - Agora me fala essa sua veia...

- Mulher, pelo amor de Deus! - A olho exasperado e Portia sorri, um sorriso lindo e sincero. - Se você quer saber, meu dia está uma merda. Perdi um processo, um cliente mentiu para mim, sobre um caso de extorsão, e para variar recebi um convite para um evento beneficente ao qual não quero ir.

Despedida de solteiro vol.2Onde histórias criam vida. Descubra agora