Eu tentei.
Não era tão simples quanto ele tentou me passar que era. A minha mente não aceitou aquilo como desejo, e eu simplesmente não consegui sentir nada. Parecia somente um carinho. Tanto que acabei pegando no sono.
Fiquei um pouco perturbada na manhã seguinte, lembrando de tudo. Novamente, a minha mente tinha dificuldades em aceitar as coisas. Eram muitas mudanças, todas de uma vez; complicado de associar o que estava acontecendo.
Hoje eu fui à CB vestindo apenas um casaquinho de lã marrom com botões de tons mais claros e uma calça lápis preta. Eu testei um salto baixinho que eu tinha no fundo do guarda-roupa, cerca de quatro centímetros. Além de tudo isso, ainda amarrei metade do cabelo, por cima da outra metade solta. Quando me olhei no espelho, senti orgulho de mim. E quase não me reconheci.
Assim como metade da empresa. Algumas pessoas me olharam e outras, que nunca haviam falado comigo, acenaram para mim. E, adivinha só quem me deu um oi?
Isso mesmo, a Hillary.
Ela deve não achar mais que eu sou uma ameaça, afinal, certamente concluiu que eu estou dando para o chefe. Assim como ela já deu. Provavelmente acha que temos o mesmo gosto para homens. Mas eu não estou com Joseph, portanto ela está errada. Mesmo assim, acenei de volta para ela.
Nem preciso comentar sobre os olhares de Taylor, Jessie e Leon. Eles têm certeza de que eu estou saindo com alguém e não comentei nada. Dizem que estou escondendo isso deles.
Não estou escondendo isso. Não estou saindo com ninguém. Mas adoraria estar.
Taylor perguntou como foi a carona. Eu disse que foi normal. Mas não foi, nem um pouco. Milagrosamente, ela aceitou a resposta. Acho que passou a acreditar que eu realmente não pretendo dar chances ao Joseph. Assim é melhor.
O dia se arrastou lentamente. Foi um dia de sol em Londres, e o calor fazia parecer que tudo era ainda mais vagaroso. Especialmente quando se passa horas em frente ao notebook e falando por telefone com hotéis e organizações de empresas internacionais. Adiantei muita coisa sobre a viagem ao Brasil, e tudo sobre a Itália já está resolvido.
Mesmo sabendo que ele não tinha compromisso algum na sede hoje, esperei que Joseph aparecesse. Mesmo sabendo que ele provavelmente estava ocupado e sequer se lembrava de mim, eu esperei por uma mensagem. Nada aconteceu. Eu aceitei tranquilamente.
Fui para casa às cinco, como sempre, e desta vez a minha carona foi Taylor, como é normalmente. Em casa, preparei meus pretzels e estava desesperadamente sozinha pintando as unhas - da cor que eu jurei não pintar -, quando recebi uma mensagem de Joseph.
Encarei a tela acesa por alguns segundos, até que ela se apagasse. Fechei o esmalte com calma e peguei o aparelho, tomando cuidado ao desbloquear a tela para não borrar a tinta fresca em meus dedos.
Joseph: Vou precisar passar na CB amanhã quando abrir. Acho que não vou conseguir tomar café da manhã, porque não vou dormir em casa. Será que você podia levar um sanduíche daqueles para mim? Por favor, por favor. Eu te dou um aumento.
Checo o horário, e vejo que são seis e meia. Ele deve estar indo ao encontro agora, e certamente vai dormir com essa mulher.
Penso um pouco no que responder. Sinto o cheiro dos pretzels subindo, e deixo o celular em cima do sofá enquanto vou até a cozinha para checar as massas.
Estão douradas, então desligo, puxo e as retiro de lá, sempre com cuidado para não manchar meus dedos, coloridos de bordô - esmalte que comprei enquanto ia trabalhar de manhã. Organizo todos os pretzels em algumas vasilhas, separando uma que levarei para o Sr. Davies. Então volto à sala, onde está passando um episódio de Catherine, The Great.
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fake teaching || joseph quinn
FanfictionEdição corrigida e revisada disponível no Kindle Unlimited ou para compra na Amazon como "Assunto Delicado - Lições de Amor e Ódio". Eu me chamo Aly, tenho vinte e três anos e sou formada em turismo. Tive a chance de trabalhar como agente de eventos...