O feriado de primavera foi tranquilo. Organizei a casa, pesquisei apartamentos na internet e li pela maior parte do tempo. No fim da tarde, levei o Ruivo para passear em uma coleira, como um cachorrinho, e vimos algumas lindas festas de primavera rolando pelo bairro.
No dia seguinte, no trabalho, a CB estava tematicamente arrumada com algumas flores de cerejeira espalhadas pelas paredes; e mesmo que o ambiente estivesse lindo, eu fui recebida com mais olhares de todos ao redor. Os rumores voam, e fofocas são mais interessantes do que a primavera.
Nesses instantes tudo o que eu queria era voltar a ser invisível, vestir minhas roupas pretas e ter aquela habilidade invencível de poder passar sem ser notada.
Mas todo esse desejo muda e me situa de volta ao meu local, quando, ao atravessar o corredor, vejo Sam subir as escadas e parar ao me ver passar, me olhando fixamente. Naquela troca de olhares intensa, eu sei que o que ele quer é explicações. Mas as suas explicações sobre Hillary vieram em formato de justificativas e apenas depois da minha insistência e de uma breve discussão - e de seu tratamento de silêncio -, então, ele não vai receber as minhas tão facilmente. Aceno para ele e dou um sorrisinho com uma piscadela, e entro no escritório.
Taylor e Jessie já estão aqui, pois, como sempre, desde que começaram a passar tanto tempo juntas em um relacionamento cujo qual ainda não foi rotulado, vêm juntas. Mas Leon ainda não chegou - afinal, é um coitado, como eu, que precisa pegar ônibus às vezes.
- Bom dia, garotas - digo, fechando a porta e indo para a minha mesa.
- Bom dia, primeira dama - diz Taylor, com um sorriso saliente ao lado dos lábios, revirando alguns documentos em uma grande pasta preta. Balanço a cabeça e decido ignorar. Não podia esperar menos do que algumas piadinhas.
- Bom dia, Aly - diz Jessie.
Olho para o aquário e vejo aqueles pobres peixinhos que certamente não foram alimentados no feriado, então deixo minha bolsa na mesa, abro a gaveta, pego o frasco com a comida deles e vou até lá.
- Como foi o feriado? - pergunta Taylor.
- Tão normal quanto a minha vida nunca mais tem sido - respondo em um suspiro cansado, e elas dão uma risadinha. A porta se abre e eu viro para checar; é Leon, nos dando bom dia e sendo respondido com reciprocidade. Prossigo: - Passei o dia com o Ruivo, para descontar o tempo que fiquei longe do coitadinho. Foi uma pausa boa.
A porta abre mais uma vez.
- Aquele gato antissocial... - pergunta Jessie.
Eu dou risada e viro para responder, vendo Joseph fechando a porta. Meu coração para por um instante com sua presença.
- Bom dia - diz ele, e todos nós respondemos igualmente.
Ele rola os olhos pelo escritório e me encontra em frente ao quadro que pendurou na parede ao lado do aquário, jogando comida para os peixes. Me cumprimenta apenas com um sutil movimento com a cabeça, em seguida, desviando os olhos de mim.
Não nos falamos desde domingo. Nem uma mensagem, nem uma ligação, nem um contato. Eu acredito que foi um ótimo espaço para que pudéssemos respirar sozinhos um ar distante um do outro, sem que qualquer interferência nos pensamentos fosse capaz de nos agitar e pender conclusões para o lado que não era verdadeiro. Pensei muito durante esse dia longe, mas cheguei às mesmas resoluções de antes. Estava tudo bem entrar em um relacionamento falso, porque não havia uma melhor saída para mim - além da demissão, é claro.
- Que gato é antissocial? - pergunta ele, atravessando a sala.
- O Ruivo, igual à mãe - responde Jessie.
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fake teaching || joseph quinn
FanfictionEdição corrigida e revisada disponível no Kindle Unlimited ou para compra na Amazon como "Assunto Delicado - Lições de Amor e Ódio". Eu me chamo Aly, tenho vinte e três anos e sou formada em turismo. Tive a chance de trabalhar como agente de eventos...