4° capítulo

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O escritório está escuro. Olho através da janela atrás do aquário e percebo que o sol está se pondo entre algumas nuvens em um céu laranja, isso significa que já passam das seis horas. Eu nunca fiquei na CB até tão tarde.

Acabei de entrar na sala e fechei a porta atrás de mim. Ouço a fechadura encaixando e subo os olhos, me deparando com Joseph sentado em frente à minha escrivaninha, de costas. Por incrível que pareça, não me surpreendo.

Daqui posso ver sua nuca bem desenhada e seu cabelo penteado para trás. Suas costas largas estão apoiadas na cadeira que eu sento sempre, e noto que ele está usando o mesmo blazer longo que já usou essa semana. Enquanto eu vou entrando e meus passos vão fazendo barulho calçados naquela bota preta de sempre, Joseph calmamente empurra os pés no chão e gira a cadeira até ficar de frente para mim.

A esse ponto, eu já estou perto demais para recuar.

Ele deve perceber o assombramento em minha feição ao perceber nossa proximidade estranha, porque quando me reteso, ele escorrega com a cadeira pelo chão até parar bem em frente às minhas pernas. Aumenta a proximidade. Me deixa mais tensa.

Joseph está diferente. Há algo em seu olhar. Trevas que não lhe pertencem no dia a dia. Não consigo me mover, e não sei se isso é assustador ou bom.

Suas duas pernas estão ao lado do meu corpo, e eu estou bem encaixada no meio. É a única vez em que posso me sentir mais alta que ele, pois ele está sentado, e eu estou de pé em sua frente. A cabeça dele pende para trás e seu nariz aponta para cima, os olhos estão fixos nos meus.

Repentinamente, as suas mãos estão em mim, seguras em minha cintura. Eu quase realmente posso sentir o toque quente na minha pele. Joseph não desvia os olhos dos meus nem por um segundo, intensos, fixos, me fitando como se soubesse o que eu estou fazendo. Ele sabe como estou me sentindo agora. Ele sabe dos meus segredos mais ocultos.

Com seus braços fortes, me gira em um só movimento, e agora estou de costas para ele, encarando a porta de entrada. Ele está me tocando. Onde deveriam ser os bolsos da minha calça, agora são suas mãos.

E se alguém entrar?

Ninguém vai entrar, porque já são mais de 18h.

- E eu tranquei a porta do corredor - a sua voz diz atrás de mim, muito rouca, causando todos os tipos de efeito em mim.

Engulo em seco, e não sei por qual motivo estou deixando isso acontecer, mas simplesmente não protesto, porque não é ruim. Sua mão ainda é firme ao escorregar até a parte da frente das minhas coxas, e ele me puxa com a força das pontas dos dedos. Acho que só essa parte de seu corpo já é mais forte que eu por inteira. Eu caio de uma só vez e sou parada em seu colo.

Sentada bem em cima de suas coxas e do seu quadril, noto só agora que seu blazer está aberto e Joseph não está de calça. Meu coração está erraticamente acelerado, sinto que vou implodir a qualquer momento.

Deito minhas costas em seu peito nu ao passo que ele continua me puxando. Meu quadril escorrega no seu quando ele relaxa na cadeira. Suas mãos sobem deslizando pela minha barriga, pelo espaço entre os meus seios, e se prendem ao meu pescoço, como se estivesse desejando me enforcar. Estou inquieta, trêmula. Sua mão fica embaixo do meu queixo, pressionando a minha garganta feito uma presilha, mas seus dedos longos podem alcançar a minha mandíbula, então ele consegue virar meu rosto para o lado.

Eu não estava preparada para ouvir e sentir a sua respiração em meu ouvido, roçando os lábios e a barba.

Por impulso, me remexo em seu colo e Joseph solta um pequeno grunhido, baixinho, em aprovação aos nossos corpos em atrito em pontos tão estratégicos. Fecho as pernas com força, contraindo essa sensação boa que tenho aqui no meio. Minha respiração começa a descompensar ainda mais.

fake teaching || joseph quinnOnde histórias criam vida. Descubra agora