21° capítulo

624 45 417
                                    

Segurei naquela maçaneta como se minha vida dependesse disso. Rezei para abrir e não encontrar nem uma alma viva. Aquelas garotas que elogiaram o meu vestido são muito simpáticas, mas no momento não são bem-vindas. Foi quando girei e empurrei a porta e encontrei o cômodo completamente vazio. Uma onda de tontura me atingiu, deixando minha visão escura. Era nervosismo. Essa era a minha sentença: isso vai mesmo acontecer. Agora.

Entrei no quarto e me encostei na porta, fechando os olhos, jogando a cabeça para trás e respirando fundo; tentando manter a calma. Fechei as mãos em punho e senti as palmas suadas, então tentei secá-las no vestido. Talvez eu devesse tentar organizar meus pensamentos agora...

É quando sinto a maçaneta girando contra meu antebraço e alguém fazendo força para entrar, então dou alguns passos para o lado e olho de esguelha para checar se é mesmo ele. Não vai dar para organizar meus pensamentos. Engulo em seco o sabor distante do suco e do gin.

Joseph coloca primeiro a cabeça ao abrir a porta, olha ao redor e vê que não tem mais ninguém além de mim, para nossa grande satisfação. Seu semblante se ilumina; ou, quem sabe, escurece feito trevas - um pêndulo entre os dois. Trocamos olhares, e estou flutuando quando ele me olha de cima a baixo, numa última avaliação antes de entrar com o corpo inteiro e fechar. Ele gira a chave, trancando. É o veredito.

Estou observando tudo, ansiosa, mas ele não hesita. Não tenho tempo para nada. Assim que tira as mãos da fechadura, rapidamente elas estão em mim. Sua boca está em mim, sua respiração está em mim; ele está em mim, aqui.

Uma de suas mãos encontra a minha mandíbula e segura a minha cabeça, e a outra me empurra com delicadeza até que eu encoste na parede áspera. Sua boca está em contato com a minha mais uma vez, e, meu Deus, é tão bom. O mix do sabor do whisky, do cigarro e do chiclete de menta bem ao longe, me atinge com tanta ternura que eu entreabro os lábios e solto um gemido de satisfação direto de dentro do meu espírito. Joseph solta um grunhido e sua resposta é deslizar a língua na minha, quente e necessitada. Me pergunto se ele também tem esse prazer ao sentir o sabor do suco e gin em minha boca.

Ele traz o corpo para a frente e se prensa contra mim. Sinto sua ereção em minha barriga, bem embaixo. Minhas costas estão coladas na parede, exceto pela curva da lombar findando na bunda, e toda a parte da frente do meu corpo está sendo aquecida pelo corpo dele. O meu rabo de cavalo se aperta contra a estrutura da parede, prendendo meus cabelos entre as minhas escápulas.

Joseph me beija como se estivesse esperando por isso durante toda a noite, e é exatamente como eu me sinto sendo beijada por ele. Quando ele abaixa um pouco a postura para encontrar minhas coxas com sua mão, me pergunto por qual motivo fugi disso por tanto tempo. Seus dedos se firmam contra a minha pele, e as pontas deles puxam a minha meia calça para cima. Está inquieto.

Ele morde meu lábio e para de me beijar. Estou ofegante, piscando os olhos em sua direção, completamente anestesiada, em uma superfície além da realidade. Joseph está respirando pela boca, parecendo tão aéreo quanto eu, e seus olhos descem por mim. Suas mãos ainda estão nos mesmos lugares que antes. Meu corpo queima com seu olhar.

- Assim que eu vi esse vestido, sabia que tinha sido feito para você - murmura ele, e diz isso como se fosse uma ofensa. Eu respiro fundo, porque a voz dele me deixa voando.

Sua mão que estava em minha mandíbula desce pelo meu ombro, braço e mão; e a que estava na coxa começa a subir o meu vestido. Só ainda estou de pé agora porque estou encostada na parede, se não, estaria caída no chão.

Joseph não olha para meu rosto por ora. Seus olhos estão fixos em minhas coxas, na renda da meia calça e nas tiras de elástico da cinta linga. As duas mãos começam a subir a barra do meu vestido, e ele dobra o tecido até que fique cobrindo minha pelve, mas expondo toda a extensão das pernas. Ele suspira de modo audível enquanto analisa a peça de roupa.

fake teaching || joseph quinnOnde histórias criam vida. Descubra agora